terça-feira, 31 de março de 2009

Até quando vais ficar sem fazer nada?


Manifestação da Interjovem. Milhares de jovens trabalhadores encheram as ruas da Baixa para protestar por melhores condições de vida para a juventude portuguesa, contra a precariedade e a exploração, em ruptura com a política de direita do PS.

Até quando vais ficar sem fazer nada? Até quando vais ficar a levar porrada?

domingo, 29 de março de 2009

Clandestinidade e Estado burguês

Num artigo oportuno, Correia da Fonseca destaca o que chama de "novos clandestinos". Uma realidade que era mais invisível do que inexistente. A clandestinidade na actividade sindical - como a militância comunista - sempre existiu. É a degradação das condições de trabalho que a revela e a expande com maior intensidade. Qualquer trabalhador que possua um contrato com vínculo precário sabe que não pode esticar muito a corda. E muitas vezes a diferença entre o que age de forma aberta e o que se refugia na inércia não tem a ver com cobardia. Mas antes com a quantidade de bocas a alimentar em casa.

O capitalismo lançou um ardil bem sucedido. O endividamento das famílias está entre as principais razões que levam um trabalhador a pensar duas vezes antes de se lançar na contestação social. E a flexibilização das leis do trabalho vieram, precisamente, abrir caminho ao terror patronal. Entre os que defendem a via pacífica para o socialismo, muitos tendem a acreditar que a violência da classe trabalhadora não faz sentido perante um Estado que deixou de ser repressor para passar a ser democrático. Contudo, caem no erro de pensar que a violência é apenas física. A violência está bem evidenciada no Código Laboral.

Mas a violência física também existe. O facto de o capital não a utilizar de forma regular não quer dizer, no entanto, que ela não exista. Em Portugal, como na maioria dos países ditos democráticos, o Estado detém o monopólio da violência. Possui as Forças Armadas profissionais - ou mercenerizadas -, detém a polícia, controla o aparelho judicial e determina a produção legislativa. Toda esta estrutura faz, historicamente, parte do núcleo central do Estado burguês. E é ele a ferramenta que condiciona toda a existência da sociedade porque serve de aparelho repressor daqueles que detêm os meios de produção. A grande diferença, nos dias de hoje, é a de que a luta da classe trabalhadora e a ascensão dos projectos socialistas no século XX obrigaram os Estados capitalistas a recuar e a assumir uma vertente social. Tanto é assim que após o fim do bloco socialista no Leste da Europa os Estados capitalistas se lançaram, novamente, na ofensiva e na eliminação de direitos conquistados por gerações inteiras de trabalhadores.

É esta experiência histórica que se deve evidenciar. Quando a classe trabalhadora avançou de forma organizada e consciente, os Estados capitalistas tiveram de recuar e ceder terreno. Quando se deu o terramoto da década de 90, os Estados capitalistas avançaram contra os direitos, lançaram-se em várias guerras e, sob a capa do terrorismo, implementaram várias medidas securitárias e repressivas. Não há quaisquer dúvidas de que os partidos comunistas e progressistas e de que os sindicatos, estão numa posição muito mais recuada do que há décadas. Mas a fábula do "fim da História" já não encanta. A actual crise do capitalismo demonstra que este sistema político e económico não é a solução. E sabendo que a burguesia treme, sabemos também que é quando ela treme que puxa o cobertor e reage de forma violenta.

Sem entrar em qualquer espécie de futurologia, o carácter repressivo e anti-democrático vai evidenciar-se mais quanto mais o capital se deparar com uma classe trabalhadora unida e combativa. Os sinais estão aí. Em vários países, perderam qualquer pudor em atacar as manifestações e em limitar as liberdades democráticas. A União Europeia perante a opinião desfavorável dos povos tenta impor um Tratado Constitucional que enquadra as necessidades da burguesia deste continente. E, perante isto, soarão os cantos de sereia da social-democracia e do reformismo de que a crise é de todos e que requer uma solução conjunta.

Não. O papel dos trabalhadores não é o de servir de jarra decorativa nas reuniões de crise. O seu papel é o de combater nas ruas de forma organizada e consciente. Por um mundo de justiça social, de paz e de progresso. Naturalmente, pelo socialismo. Para isso temos de romper o ciclo do medo e do terror. Mostrar que unidos venceremos. Porque a luta é o único caminho.

Crew L em acção


A Crew L é um colectivo português de arte urbana. Vale a pena ver o trabalho deles.

sexta-feira, 27 de março de 2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

Afinal, Manuel Marulanda está vivo

"Não há melhor meio de alcançar a liberdade que lutar por ela"


Afinal, Manuel Marulanda está vivo. As informações que davam conta da sua morte revelaram-se falsas. Assim foram as notícias que durante anos desmentiram aqueles que tanto ansiaram a sua derrota. E, apesar de a verdade ser a primeira vítima de qualquer guerra, esta podia ser uma manchete de hoje. Porque Manuel Marulanda continua vivo.

A noite caía sobre o bairro. A pouco e pouco, um lençol negro mergulhava sobre a cidade. Milhares de pessoas cercavam a estátua de Pedro Antonio Marín. Na escuridão, entre as luzes das casas e os clarões dos foguetes e dos disparos, não se gritava o nome do camponês. Gritava-se o nome do sindicalista assassinado a que Pedro Antonio Marín deu vida durante décadas. Manuel Marulanda Vélez morrera mas estava vivo. E a cada notícia de uma nova morte, sucedia-se o inesperado: tornava a viver. Assim foi até 26 de Março de 2008. Nesse dia, Manuel Marulanda morreu. Mas já nada havia a fazer. Passou a viver em todos os que lutam dentro e fora das montanhas. E ali, naquela praça, num outro país, milhares gritavam. Não porque estivesse morto. Mas porque estava mais vivo do que nunca.

Entre bandeiras vermelhas, aproximou-se uma criança. Não aparentava mais do que doze anos e trazia um molho de comunicados assinados por Alfonso Cano. Entregou-me um e perdeu-se no meio da multidão. Era o pequeno Salvita. Desde o Chile, havia escrito uns versos a Manuel Marulanda que foram publicados junto de uma pequena biografia do comandante das FARC que publicou Iván Márquez. Um pequeno poema que não resisto a publicar na Rádio Moscovo.

Camarada Manuel
está vivo nos nossos corações
e em cada guerrilheiro com o seu fuzil na mão
lutando pela liberdade.
Vocês nunca cairão
o camarada Manuel continua combatendo
desde o topo das montanhas
em todas as nossas almas
continua combatendo
pelo sonho de Bolívar
pela paz e pela justiça
para deixar de viver sob a bota imperial
para que os nossos sonhos se façam realidade
continuem combatendo amigos
algum dia irei
à montanha
tomar o meu lugar.

Salvita

Esperemos que o pequeno Salvita não tenha de pegar algum dia em armas. Lutemos hoje para que o futuro nos pertença amanhã.

Dia Internacional da Insurreição Armada: Manuel Marulanda vive!


Homenagem do Partido Comunista da Venezuela a Manuel Marulanda

De Caracas, começam a chegar os primeiro vídeos de homenagens ao heróico comandante das FARC. No primeiro aniversário da sua morte, comemora-se o Dia Internacional do Direito dos Povos à Insurreição Armada. Por vários pontos da Venezuela, da América Latina e da Europa, recorda-se a importância histórica de Manuel Marulanda Vélez.

Na Colômbia, as FARC prosseguem a batalha. Em várias frentes, os guerrilheiros redobraram as acções e esta semana ficou marcada por sucessivas vitórias daquela organização comunista. A resistência colombiana derrubou, esta madrugada, um helicóptero das Forças Armadas.

Desde Portugal, grita-se também: Com Bolívar, com Manuel, com as FARC, ao poder!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Entrevista com Mariana Páez


Legendado pela Rádio Moscovo

A comandante Mariana Páez caiu em combate há poucas semanas. Entrou nas FARC-EP em 1989 depois de militar na Juventude Comunista da Colômbia (JUCO). Formou parte das milicias bolivarianas em Bogotá e fez parte do comité temático e da Cadena Radial Bolivariana, Voz da Resistência, emissora da organização guerrilheira.

Entretanto, os combates prosseguem no Sul da Colômbia. Uma ofensiva combinada entre as FARC e o Exército de Libertação Nacional (ELN) provocou vários mortos e feridos entre o exército e a polícia. O Estado-Maior Central apelou a um reforço da luta em homenagem a Manuel Marulanda.

Emitiu também um comunicado em que destaca os princípios que Manuel Marulanda exprimiu desde sempre junto dos combatentes: "A luta pela paz com justiça social e soberania, a dignidade de sermos guerrilheiros onde reina a fraternidade, a solidariedade, a persistência, a lealdade, a austeridade, a verdade, a honradez, a simplicidade, a modéstia, a capacidade física e moral para enfrentar todas as dificuldades da vida guerrilheira sem vacilação. Nem a dor mais intensa, a fome, o sono e o cansaço nos dobra, assim foi a intensa vida do nosso comandante Marulanda. Com firmeza enfrentou, à frente dos seus camaradas, poderosos inimigos, políticos e militares e sempre saiu triunfante. O seu pensamento é o das FARC-EP, por essa razão, o Estado-Maior Central, o Secretariado e todos os guerrilheiros estamos unidos, coesos, actuando sobre o já foi elaborado, que é a nossa linha política-militar, e vamo-la actualizando à luz do marxismo-leninismo de acordo com a realidade colombiana".

terça-feira, 24 de março de 2009

Fez-se justiça. Faro foi libertado!


Komintern 43

Chegam boas notícias da Colômbia. Dizem-me que Faro foi libertado. Há mais de um ano encarcerado numa prisão em Bogotá, o dirigente redskin enfrentava uma acusação de homicídio contra um nazi. Felizmente, a sentença foi revogada e já se encontra na rua. Freddy, mais conhecido como Faro, é um jovem gráfico e vocalista de um dos grupos de punk mais conhecidos da Colômbia, os Komintern 43. Para além de ser dirigente da RASH Bogotá, é também militante do Pólo Democrático Alternativo.

Na Colômbia, os redskins não são uma tribo urbana sectária que se limita aos campos de futebol e aos balcões dos bares. A RASH Bogotá, por exemplo, tem a capacidade de organizar manifestações e festivais de música alternativa com milhares de jovens. Com uma estrutura construída com características do centralismo democrático, esta organização antifascista intervém junto de qualquer jovem, seja ou não ele um skinhead. Para a RASH Bogotá, o fundamental está no carácter antifascista e na intervenção por uma sociedade mais justa.

Entre os pré-requisitos que se pedem a quem deseje integrar a organização exige-se: "que seja uma pessoa afastada das drogas e de vícios fomentados pelo capitalismo", "que seja uma pessoa afastada da violência sem sentido e do alcoolismo", "que seja consequente politicamente", "que não tenha ligações a grupos ambíguos, apolíticos ou dogmáticos da sociedade". E, apesar de ter organização autónoma para a juventude, assumem de forma correcta que não são um partido político. Por isso, muitos dos seus membros militam no Partido Comunista Colombiano e no Pólo Democrático Alternativo.

Bem-vindo, Faro.

domingo, 22 de março de 2009

Homenagem a Manuel Marulanda

Paralisação no Sul da Colômbia

O diário colombiano El Espectador acaba de publicar uma notícia terrível. Terrível para a oligarquia que assassina e oprime a classe trabalhadora e os camponeses da Colômbia. As FARC-EP decretaram a paralisação nas regiões de Meta e de Caquetá. Num território maior do que Portugal, a organização guerrilheira lançou uma greve geral. A principal ligação ao Equador, a via panamericana, foi dinamitada. Uma cratera com mais de 20 metros na estrada que demorará mais de duas semanas a ser reparada impede a circulação normal de veículos.

Na semana em que se assinala o primeiro aniversário da morte de Manuel Marulanda Vélez, as FARC-EP mostram que não foram derrotadas como tanto se gosta de afirmar. A Rádio Moscovo dará, nos próximos dias, um destaque especial às comemorações do primeiro Dia Internacional da Insurreição Armada e às homenagens a Manuel Marulanda.

sábado, 21 de março de 2009

26 de Março: dia da insurreição armada!

As organizações que compõem o Capítulo Venezuela da Coordenadora Continental Bolivariana (CCB) reivindicaram o direito dos povos ao uso de todas as formas de luta para alcançar a libertação dos nossos povos.

As organizações que fazem parte da Coordenadora Continental Bolivariana (CCB) convocaram a celebração do "Dia Internacional do Direito dos Povos à Insurreição Armada" que terá lugar no dia 26 de Março de 2009, data em que se recorda o primeiro aniversário da morte do "Comandante dos Povos", Manuel Marulanda Vélez.

Assim manifestou na conferência de imprensa Carlos Casanueva, secretário-geral do Capítulo Venezuela da CCB - que está em processo de conversão em Movimento Continental -, que destacou que é uma jornada internacional que se realizará em vários países daquele continente e na Europa.

Entre os países que confirmaram a realização de jornadas nacionais estão o Brasil, Uruguai, Chile, Argentina, Peru, Equador, Porto Rico, República Dominicana, México, Venezuela, na América Latina, e a Galiza, País Basco, Itália, Alemanha e Dinamarca, na Europa.

Escolheu-se esta data em solidariedade com a insurgência colombiana, que utiliza o legítimo direito à insurreição perante um Estado terrorista, criminoso, narco-paramilitar, e com a luta do povo colombiano.

A luta armada não é um crime. Esse foi o exemplo que nos deixaram os libertadores nas guerras da independência no século XIX quando os povos se levantaram em armas para libertar-nos do colonialismo espanhol. Esse foi o exemplo que nos deixaram a China, o Vietname e, hoje, a Colômbia.

Destacaram ainda que se, na Venezuela, ocorre ao imperialismo tentar acabar com o processo bolivariano, encontrará no povo o direito legítimo à insurreição, consagrado na Carta das Nações Unidas, para defender as conquistas alcançadas.

em Kaosenlared.net

sexta-feira, 20 de março de 2009

Eduarda Maio: diz que é uma espécie de jornalista

Há dias que vários amigos me falavam num anúncio da Antena 1. Agora que o vi não posso deixar de mostrar a minha indignação. Primeiro porque se trata de um anúncio publicitário que ataca o direito à manifestação. Segundo porque é pago pelo Estado e divulgado pelo serviço público de rádio e de televisão. Terceiro porque é protagonizado por uma jornalista.

Creio que não só se deve exigir a retirada imediata do anúncio como também se deve processar a jornalista Eduarda Maio. Utilizar os valores que normalmente estão associados à profissão - rigor, objectividade e imparcialidade - para promover uma marca institucional desta forma é execrável. Uma prática que, aliás, vem sendo comum entre os jornalistas-vedeta.

A jornalista Eduarda Maio tem um historial lamentável. Prestou-se a colaborar com a vulgarização da justiça através do programa da SIC 'Juiz decide'. Ali, numa matiné de faca e alguidar, entretinha as tardes dos nossos pais e avós. Entretanto, abandona a sua experiência como entertainer e regressa ao jornalismo. Passou a integrar a redacção da Antena 1. Até que, no ano passado, surpreende com a publicação de uma biografia de José Sócrates. A então já subdirectora de informação da emissora pública apresenta «O menino de ouro do PS» ao lado de Dias Loureiro. Na plateia, encontravam-se secretários de Estado, deputados e dirigentes daquele partido. Nesse dia, o ex-ministro e ex-secretário-geral do PSD - também conhecido pelos seus problemas de memória - considerou José Sócrates um "homem trabalhador" e um "homem de detalhes". "Só quem está atento aos detalhes pode fazer grandes coisas. Essa é uma característica dos grandes homens", acrescentou.

terça-feira, 17 de março de 2009

A Idade Média ainda não acabou

O papa acaba de afirmar que a sida não se combate com preservativos. Estas declarações são tão mais graves quando se deram a caminho de África. Neste continente, milhões de pessoas estão infectadas e em alguns países a esperança média de vida vem baixando precisamente pela proliferação brutal do vírus. O Vaticano tem as mãos sujas de sangue. E, pelos vistos, vai continuar a ter.

Felizmente, há católicos que combatem esta e outras realidades. Algures, no interior da Venezuela, conheci vários combatentes do Exército de Libertação Nacional (ELN). Esta organização guerrilheira colombiana de inspiração cubana agrupou, desde sempre, nas suas fileiras, católicos adeptos da Teologia da Libertação. Vem-me à memória a figura de Camilo Torres que inspirou milhões de colombianos e que caiu em combate em 1966. Mas foram eles que me deram a conhecer "el cura Pérez". Manuel Pérez Martínez foi um sacerdote espanhol que tendo uma grande admiração por Camilo Torres decidiu aderir ao ELN. Em meados da década de 80, assumiu a direcção daquela organização guerrilheira. Acabou por falecer em 1998, de forma natural.

Em geral, o Vaticano travou uma grande luta contra a Teologia da Libertação. Por exemplo, quando João Paulo II visitou a Nicarágua sandinista foi vaiado pelo povo nicaraguense por criticar as opções do governo da Frente Sandinista de Libertação Nacional, onde vários sacerdotes e bispos participavam. Também em El Salvador - onde acaba de ganhar a FMLN - teve muita projecção o papel do Monsenhor Romero que de forma activa apelou à acção popular contra a oligarquia. Acabou por ser assassinado. O próprio Manuel Pérez Martínez foi excomungado em 1986.

Independentemente das divergências que nós, comunistas, tenhamos com qualquer tipo de credo religioso, devemos estimular todos aqueles que de forma genuína estão ao lado dos seus povos e reconhecem que a única forma de conquistarmos a liberdade é através da destruição do capitalismo e da construção do socialismo.

domingo, 15 de março de 2009

Um dia decisivo para El Salvador


Gravações da FMLN nos anos 80

"A essa oligarquia aviso-a gritando: Abram as mãos, dêem os anéis, porque chegará o momento em que vos cortarão as mãos!"


Arcebispo Arnulfo Romero

A revolução cubana e a vitória na Nicarágua da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) estimularam a estratégia armada e insurreccional no seio da luta revolucionária em El Salvador. Até 1992, a Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN) - que adoptou o nome do histórico comunista salvadorenho - assumiu a direcção dos combates por um El Salvador livre do imperialismo e da oligarquia. Em 1975, depois da vitória do Vietname sobre os Estados Unidos, a pátria de Ho Chi Minh enviou a Cuba as armas conquistadas aos norte-americanos. E os cubanos puseram-nas ao serviço da luta anti-imperialista passando-as à FMLN. São históricas as imagens dos guerrilheiros salvadorenhos nas montanhas de Morazán emitindo o sinal combativo da Rádio Venceremos, voz oficial da FMLN, saudando a classe trabalhadora e exortando-a à luta.

Hoje é um dia importante para o povo salvadorenho. A Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN) está a um passo da vitória nas eleições presidenciais. Depois de várias décadas de gestão neoliberal, a antiga formação guerrilheira saiu vitoriosa nas eleições municipais e parlamentares. E Mario Funes encabeçou o combate prévio a este processo eleitoral.

Não admira, pois, que a direita tenha mobilizado todos os seus esforços para destruir o capital de prestigio que tem a FMLN aos olhos da população. O partido Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), a oligarquia, os Estados Unidos e a comunicação social lançaram-se num ataque feroz ao que dizem ser um ascenso do comunismo em El Salvador. Também repetem o argumento de todas as direitas da América Latina: a esquerda vai vender o país a Hugo Chávez.

E podemos folhear as páginas dos principais jornais de El Salvador para concluir que o ataque não descansa nos dias de reflexão e de eleições. Por exemplo, o periódico El Diario de Hoy que é uma das principais publicações do país apresenta hoje na capa: "Elege o teu futuro em liberdade". Numa clara alusão a várias declarações de dirigentes e politólogos da direita de que uma vitória da FMLN significaria um ataque à 'democracia'. O mesmo jornal destacava ontem, dia de reflexão, uma grande entrevista ao empresário Roberto Murray Meza em o próprio afirmava que "perante a crise, não estamos para experiências". Para a oligarquia salvadorenha, não se pode mudar de modelo económico no país.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Todos à manifestação!


"Si me quieres escribir ya sabes mi paradero: tercera brigada mista, primera linea de fuego."

segunda-feira, 9 de março de 2009

Agitar e mobilizar para a luta: tarefa fundamental dos comunistas

A Rádio Moscovo apela a todos os leitores e amigos para a participação na manifestação convocada pela CGTP para a próxima sexta-feira em Lisboa. Cabe a todos nós dinamizar os nossos colegas e amigos. Cabe a todos nós agitar nos locais de trabalho, nas escolas, nos transportes, nos centros de saúde, nos estabelecimentos públicos, nos cafés, na barbearia, etc.

Há quem tenha dificuldade para contactar quem não conhece. Mas devemos, antes de tudo, pensar que não estamos a cometer qualquer ofensa. O trabalho de informar e de agitar está intimamente conectado com os valores da verdade e da justiça. A esmagadora maioria das pessoas que nos rodeia partilha as mesmas dificuldades provocadas pela exploração capitalista. Há quem aproveite o telejornal no café para denunciar o governo e os empresários, há quem converse com o colega no comboio num tom mais elevado sobre o desemprego e o custo da vida e há quem deixe o «Avante!» - já lido, obviamente - no assento do autocarro. Estas, e muitas outras, são formas simples de se combater a desinformação e a propaganda capitalista.

Agitemos, pois!

sexta-feira, 6 de março de 2009

88º aniversário do Partido

Ao meu Partido

Deste-me a fraternidade para com o que não conheço.
Acrescentaste à minha a força de todos os que vivem.
Deste-me outra vez a pátria como se nascesse de novo.
Deste-me a liberdade que o solitário não tem.
Ensinaste-me a acender a bondade, como um fogo.
Deste-me a rectidão de que a árvore necessita.
Ensinaste-me a ver a unidade e a diversidade dos homens.
Mostraste-me como a dor de um indivíduo morre com a vitória de todos.
Ensinaste-me a dormir nas camas duras dos meus irmãos.
Fizeste-me edificar sobre a realidade como sobre uma rocha.
Tornaste-me adversário do malvado e muro contra o frenético.
Fizeste-me ver a claridade do mundo e a possibilidade da alegria.
Tornaste-me indestrutível, porque, graças a ti, não termino em mim mesmo.

Pablo Neruda

quarta-feira, 4 de março de 2009

Sobre as mudanças em Cuba

Reflexiones del compañero Fidel
Cambios sanos en el Consejo de Ministros

Con motivo de los cambios en el seno del Ejecutivo, algunas agencias cablegráficas se rasgan las vestiduras.

Varias de ellas hablan o se hacen eco de rumores "populares" sobre la sustitución de los "hombres de Fidel" por los "hombres de Raúl".

La mayoría de los que fueron reemplazados nunca los propuse yo. Casi sin excepción llegaron a sus cargos propuestos por otros compañeros de la dirección del Partido o del Estado. No me dediqué nunca a ese oficio.

Jamás subestimé la inteligencia humana, ni la vanidad de los hombres.

Los nuevos ministros que acaban de nombrarse fueron consultados conmigo, a pesar de que ninguna norma obligaba a los que los propusieron, a esa conducta, ya que renuncié hace rato a las prerrogativas del poder. Actuaron sencillamente como revolucionarios auténticos que llevan en sí mismos la lealtad a los principios.

No se ha cometido injusticia alguna con determinados cuadros.

Ninguno de los dos mencionados por los cables como más afectados, pronunció una palabra para expresar inconformidad alguna. No era en absoluto ausencia de valor personal. La razón era otra. La miel del poder por el cual no conocieron sacrificio alguno, despertó en ellos ambiciones que los condujeron a un papel indigno. El enemigo externo se llenó de ilusiones con ellos.

No acepto que se mezcle ahora la chismografía con el Clásico de Pelota que está próximo a comenzar. Dije bien claro que nuestros atletas de béisbol eran jóvenes de primera línea y hombres de patria o muerte.

Como ya expresé otras veces regresaremos con el escudo o sobre el escudo.

Venceremos porque sabemos y podemos combinar algo que solo pueden hacer hombres libres, y sin dueños, no los jugadores profesionales.

Leonel Fernández me contaba ayer por la tarde que los excelentes peloteros profesionales dominicanos no deseaban participar en esas competencias, estarían ausentes con dolor para el pueblo que los vio nacer.

Chávez, ignora todavía por qué sus magníficos pitchers y bateadores serán derrotados por nuestros atletas.

El equipo cubano que este año medirá sus fuerzas con los mejores profesionales de Estados Unidos y Japón en las Grandes ligas, es mucho más fuerte y está mejor entrenado que el de hace tres años.

Muchos de ellos son ya veteranos a pesar de su juventud. Ninguno de los hombres que hicieron el equipo quedó en casa, excepto por razones de salud.

Asumo la total responsabilidad por el éxito o el revés. Las victorias serán de todos; la derrota no será jamás huérfana.

i Patria o Muerte! iVenceremos!

Fidel Castro

segunda-feira, 2 de março de 2009

Raúl Reyes: presente!


Há um ano, caía Raúl Reyes. Fica aqui um vídeo de estudantes da Universidade del Valle, em Cali, solidários com as FARC-EP.

domingo, 1 de março de 2009

Só "quem tem lucros não pode despedir"?

Um dos cartazes do Bloco de Esquerda diz que "quem tem lucros não pode despedir". Isso quer dizer que quem não tem lucros pode despedir? Ou seja, uma empresa que no passado cresceu à custa do suor dos trabalhadores pode dispensa-los porque agora não apresenta quaisquer lucros?

Com "inimigos" destes para que precisa o capital de amigos?