domingo, 29 de novembro de 2009

Maré humana no País Basco solidária com jovens independentistas


Estas imagens não as verão em nenhum telejornal da RTP, SIC ou TVI. Estas imagens não as verão em nenhuma capa do DN, Público ou I. Não as verão porque só lhes interessa passar os atentados da ETA e as manifestações espanholistas. Interessa-lhes que se pense que a luta independentista não tem qualquer apoio e que se trata da vontade de meia dúzia de loucos.

Criminoso Uribe em Portugal

Bem-vindo a Portugal. O nosso país foi brindado com a visita de um dos mais ilustres assassinos no activo. O presidente da Colômbia chegou a Lisboa. Com pompa e circunstância, foi recebido pelas autoridades do Estado português e vai participar na Cimeira Ibero-Americana. Não podemos dizer que conspurca o solo pátrio porque outros assassinos trataram de o conspurcar antes. Aliás, Portugal não tem falta de gente que se venda. E, ainda hoje, soldados portugueses tratam de envergonhar o nosso país no Afeganistão. Mas Uribe tem classe. Pertence à linhagem de traficantes de droga que se divertem a cortar braços e pernas a sindicalistas. E ainda que o cargo que hoje assume - graças ao apoio da oligarquia - não lhe permita divertir-se como antes, todos reconhecem o seu papel. Abriu caminho à estadia permanente e às claras dos Estados Unidos através do Plano Colômbia. E agora abre caminho à construção de sete bases imperialistas norte-americanas na pátria de Manuel Marulanda. Com o apoio do Nobel da Paz.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Moralismo conservador

Na altura, fixei o nome: Força Suprema. Um grupo de hip hop que participou activamente na campanha contra a despenalização do aborto. Não só editaram uma música como participaram em várias acções políticas. Hoje, saiu a notícia no Correio da Manhã de que cinco elementos do grupo foram presos por assaltos a cafés à mão armada. Sempre muito moralistas, os conservadores.

sábado, 21 de novembro de 2009

Arnaldo Otegi: "Não nascemos para resistir. Nascemos para ganhar."


Vale a pena ouvir o discurso de Arnaldo Otegi, dirigente da esquerda independentista basca e preso político. O discurso está acompanhado de um excelente vídeo que demonstra o apoio popular que têm aqueles que apostam na independência e no socialismo.

Revista Comunista Internacional e Quinta Internacional de Chávez

Desde que surgiu, a Rádio Moscovo tem tido a preocupação de evocar a reconstrução do movimento comunista internacional. O fim da experiência socialista no Leste da Europa debilitou gravemente as organizações e os movimentos da classe trabalhadora. Uns seguiram o caminho do reformismo e da social-democracia. Outros mantiveram-se firmes na linha revolucionária. Houve quem andasse entre um lado e outro. Hoje, com a derrota da tese do "fim da História" e com a crise do capitalismo, as organizações começam a definir-se. Na Europa, existem vários partidos que adoptam a linha social-democrata, onde se destacam os que integram o Partido da Esquerda Europeia. E há os que mantêm a concepção marxista-leninista. O Partido Comunista da Grécia (PCG) é o que assume mais claramente esta linha.

Esta semana, lançou-se uma publicação entre partidos que adoptam uma postura revolucionária. O PCG, com o Partido do Trabalho da Bélgica, o Partido Comunista dos Povos de Espanha e o Partido Comunista da Venezuela Venezuela, entre outros, lançaram a Revista Comunista Internacional. Certamente, um importante contributo para a análise da situação actual e uma importante arma para o combate ideológico.

Uma boa notícia que contrasta com o discurso de Hugo Chávez no Encontro Mundial de Partidos e Movimentos de Esquerda. Na reunião, o presidente venezuelano referia que aquela iniciativa devia ser "da esquerda verdadeira, disposta a fazer frente ao imperialismo e ao capitalismo". Aqui, não se percebe onde entra o PSUV, partido interclassista, perdido numa amálgama de ideias muitas vezes contraditórias entre si e que faz com que se possa ser tudo e nada ao mesmo tempo, e dominado por tendências social-democratas. Mas o chocante é que Hugo Chávez abriu caminho à divisão uma vez mais. Depois da proposta de criação de um partido - PSUV - que dispensasse outros, organização na qual - e bem - o PCV decidiu não integrar, o indiscutível referente do processo bolivariano deciciu propor a criação da Quinta Internacional Socialista.

A proposta não tem pés nem cabeça. Não só não estão criadas condições para uma estrutura internacional que congregue o movimento operário numa linha consequente e revolucionária. Neste momento, há demasiadas divergências e o peso da social-democracia e das teses reformistas é demasiado forte para permitir o sucesso de uma iniciativa deste tipo. E, acima de tudo, propor uma Quinta Internacional é dizer-se que houve uma Quarta Internacional, o que é falso e uma ofensa para os que seguem a linha marxista-leninista. Fica aberta a discussão.

domingo, 15 de novembro de 2009

Sankt Pauli, mais do que um clube


O Sankt Pauli é o clube de futebol de um bairro com o mesmo nome na cidade alemã de Hamburgo. Neste momento, encontra-se na segunda divisão da Bundesliga. O Sankt Pauli é conhecido mundialmente pela combatividade dos seus apoiantes. São anti-racistas e antifascistas. Envergam uma bandeira negra com a caveira, como a dos piratas. As suas coreografias são arrojadas e os cânticos imprimem uma alegria entusiasmante nos estádios.

No passado dia 2 deste mês, o Sankt Pauli jogou contra o principal rival, o Hansa Rostock. Depois da partida, o encontro era notícia por televisões e jornais de todo o mundo. Apesar das centenas de efectivos policiais, geraram-se tumultos durante várias horas. Tudo começou com as provocações da torcida do Hansa, conhecida pelas simpatias nazis. Ao longo do jogo, faziam a saudação romana e provocavam os adeptos do Sankt Pauli. Contudo, foi a equipa de Hamburgo que saiu feliz. Venceu por duas bolas a zero.

O momento do jogo aconteceu quando Naki Jubel, alemão de origens turcas, do Sankt Pauli festejou o golo marcado. Correu para junto dos adeptos do Hansa Rostock que o insultavam e faziam a saudação nazi. Olhou-os e passou um dedo pelo pescoço. Depois do jogo, sob o apoio entusiástico dos ultras do Sankt Pauli e sob o ódio dos nazis do Hansa Rostock, os jogadores vitoriosos embrulharam-se nas bandeiras piratas da claque antifascista e Naki Jubel espetou a bandeira do clube na relva do Hansa. Houve, de imediato, uma tentativa de invasão de campo por parte dos adeptos da casa, que foi impedida pela polícia. Lá fora, os confrontos duraram horas.

Música guerrilheira

A música sempre foi uma das expressões políticas mais importantes das organizações e movimentos de luta um pouco por todo o mundo. Para este domingo, seguem algumas propostas de música de países onde os povos foram obrigados a levantar-se em armas:

Curdistão
Sara Ocidental
Nepal
Colômbia
Palestina
País Basco

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Senza memoria non c'è futuro!


Deixo um vídeo, especialmente ao Dalaiama e ao Carquistan, sobre a pintura de um mural em Milão dedicado a dois comunistas. A Giovanni Pesce, partigiano que não só combateu o fascismo italiano como também participou nas Brigadas Internacionais na Guerra Civil de 1936-39, e que se manteve comunista até à sua morte. E a Dax Cesare, que em 2003 caiu morto na cidade de Milão depois de ser esfaqueado por fascistas. O mural tem as caras dos dois heróis que viviam naquela cidade e diz: "sem memória não há futuro".

Nota: Como devem ter reparado, desapareceu a coluna que continha as ligações dos blogues. Acidentalmente, apaguei-os e tentarei repô-los nos próximos dias.

domingo, 8 de novembro de 2009

De Espanha, nem bom vento...

Fidel Castro, numa entrevista a Ignacio Ramonet, revela que entre os principais conselheiros de Mikhail Gorbachov estavam membros do PSOE. Entretanto, Helmut Kohl publicou um livro em que diz que dos aliados europeus, só um esteve desde o princípio ao lado dos que defendiam a reunificação: "o presidente do governo espanhol, Felipe González, que nem um só minuto permitiu que houvesse dúvidas de qual era a sua posição". Há poucos dias, li que as autoridades cubanas rejeitavam a mediação espanhola entre Havana e Washington. Percebe-se porquê.

Oktoberklub


O Oktoberklub foi um grupo musical de intervenção política que misturava o folk e o rock na RDA. Existiu entre 1966 e 1990.

sábado, 7 de novembro de 2009

Quem são os verdadeiros piratas?

Ganhavam entre seis e sete euros por dia com o trabalho no mar. Hoje, os pescadores conseguem entre 180 a 450 euros, como afirma um dos pescadores. A razão? Simples: os "piratas" somalis afastam os navios estrangeiros da costa. Durante anos, as grandes empresas de pescado roubaram o mar do Leste Africano. Mas não aparecem em nenhum jornal como piratas. Por isso, não posso senão estar solidário com aqueles que na costa africana lutam pela sua sobrevivência.

Ver vídeo

Outubro, sempre!


Foi há 92 anos. Operários, soldados e camponeses tomaram o céu de assalto. Depois da experiência de Paris, a Revolução de Outubro levantar-se-ia como um farol para todos os povos do mundo. A expressão deste acontecimento foi de um impacto tão profundo que não deixaria de influenciar todo o século XX. Em Portugal, anarco-sindicalistas seguiram o exemplo e construíram as bases para a formação do Partido Comunista Português.

Noventa e dois anos depois, a ofensiva ideológica é devastadora. Não se relembra os heróis que levantaram o primeiro Estado de operários e camponeses. Relembra-se com pompa e circunstância aqueles que o destruíram. Não é por acaso que é o 20º aniversário da queda do Muro de Berlim e não o 92º aniversário da Revolução de Outubro que enche os ecrãs das televisões, as capas dos jornais e os noticiários das emissoras de rádio.

Contudo, a queda do Muro de Berlim representa um acontecimento de importância colossal na história da humanidade. O fim da experiência socialista no Leste da Europa teve um impacto tão profundo que o movimento operário internacional ainda, com dificuldades, se tenta reerguer. Caiu a influência de partidos comunistas e de sindicatos que se deixaram levar pela linha social-democrata. A correlação de forças entre o trabalho e o capital teve uma variação tão significativa que arrastou consigo direitos fundamentais que a classe trabalhadora havia conquistado na primeira metade do século XX.

Não nos pode, pois, surpreender que ao lado da campanha anti-comunista esteja um conjunto de social-democratas que celebra o 20º aniversário da queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética. As colunas de opinião e a blogosfera estão cheias de exemplos. São os mesmos que defendem o "socialismo democrático", o "sindicalismo moderno", a "cidadania" e a "paz social". Serão derrotados como Fukuyama. E a bandeira vermelha voltará a ser desfraldada. Só depende de nós.

Viva Lénine!
Vivam os bolcheviques!
Viva a Revolução de Outubro!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"E até os mortos vão ao nosso lado!"

Mural na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

Viva a República Democrática Alemã!

"Cada vez mais alemães de Leste constatarão que tinham as condições de vida menos deformadas na RDA do que os alemães ocidentais com a economia “social” de mercado; que as crianças da RDA, nas creches, jardins-de-infância e escolas cresciam mais felizes, menos preocupadas, mais bem formadas e mais livres que as crianças da RFA (...). Os doentes constatarão que, apesar dos seus atrasos técnicos, o sistema de saúde da RDA os considerava como pacientes e não como objectos comerciais (...) Os artistas compreenderão que a censura da RDA, real ou imaginada, não era tão hostil aos artistas como a censura do mercado (...) Reconhecerão que na vida quotidiana, em particular no local de trabalho, tinham na RDA uma liberdade inigualável."

Erich Honecker

domingo, 1 de novembro de 2009

Honduras: o bom filho à casa torna

Ao longo do tempo, fomos denunciando as cedências de Manuel Zelaya. O acordo assinado entre o deposto presidente e o presidente golpista revela muito daquilo que se vinha criticando. Por isso, não podíamos estar mais de acordo com o artigo de Atilio Borón. O programa de Manuel Zelaya pressupõe três pontos fundamentais: restituição, amnistia e governo de reconciliação nacional. Três pontos que só podem representar uma traição às aspirações do povo hondurenho. Não faz sentido a restituição presidencial a pouco tempo das eleições, nas quais Manuel Zelaya não pode concorrer. Não faz sentido a amnistia a quem assassinou, torturou, prendeu e censurou. E um governo de reconciliação nacional é a solução ideal para os interesses da burguesia hondurenha e estrangeira e do imperialismo. Veremos qual a resposta da classe trabalhadora.

Revista Resistencia disponível para download

O último número da revista das FARC - Resistencia - já está disponível. Esta é a ligação onde podem descarregar o ficheiro que contém a publicação da organização comunista colombiana. Para além deste, esta página contém alguns números anteriores. Escusado será dizer que cabe a todos aproveitar a utilidade desta ferramenta de combate à desinformação produzida pelos meios do capitalismo.

Também no site da Fighters+Lovers, associação de solidariedade com as FARC e com a FPLP, pode-se comprar uma série de artigos relacionados com a Colômbia e a Palestina. O lucro reverte para as duas organizações. No passado, os membros daquela associação - entretanto, considerada terrorista pelos EUA e pela UE - foram condenados por apoiar financeiramente as FARC.