quinta-feira, 22 de maio de 2008

Cinema anti-comunista

Finalmente, estreou a última parte de Indiana Jones. Depois de Indiana Jones e a Grande Cruzada, lançado em 1989, Steven Spielberg volta a dar vida ao intrépido arqueólogo, interpretado por Harrison Ford. No episódio anterior, que focava os anos 30, Indy e o seu pai Henry Jones (Sean Connery) deram uma carga de trabalhos aos nazis.

Desta vez, parece que vamos ter soviéticos metidos no barulho. Ainda não vi a sequela mas, pelo que já se disse, o KGB vai assumir, pela milionésima vez, o papel de mau-da-fita. Parece que a URSS precisa da caveira, que Indiana Jones também procura, para tomar o poder no mundo. Quase 20 anos depois, Hollywood continua a preferir a pátria de Lénine como inimigo para as suas fitas. É que o fim da URSS, afinal, não acabou com os comunistas e o capitalismo continua a piorar a condição de vida das pessoas. Portanto, a mentira ajuda sempre a prevenir o futuro.

Mas este sentido crónico de reescrever a história e a realidade não é apanágio do cinema norte-americano. Cá, tivemos a polémica em relação ao Call Girl. E, talvez poucos se recordem, mas da pátria de Visconti, Rossellini e DeSica saiu um filme que fez muito sucesso nas salas de cinema e que foi coroado com três Oscar. A vida é bela, de Roberto Benigni, fez rir e chorar milhões de espectadores por todo o mundo. Mas o que me fez mesmo chorar foi a manipulação taberneira da 2ª Guerra Mundial.

Talvez se recordem que os dois protagonistas, o pai Guido e o filho Josué, foram enviados para um campo de extermínio nazi. No final, para alivio de todos, Josué é salvo pela chegada das tropas norte-americanas. Há até lugar para uma lágrima de felicidade quando o pequeno vê a chegada dos tão esperados tanques. Contudo, há um pormenor. Os campos de extermínio situavam-se no Leste europeu e foram todos libertados pelo Exército Vermelho.

Nota: Quase telepaticamente, a RTP divulgou uma notícia sobre a posição dos comunistas russos em relação ao novo Indiana Jones.

3 comentários:

Anónimo disse...

Um erro teu... o campo é de concentração e não de extermínio. Por isso, não é um erro do filme. E vários campos de concentração alemães, como Dachau, Bergen-Belsen, Mathausen e Buchenwald, entre outros, foram libertados pelos aliados ocidentais.

Pedro Bala disse...

Não, o campo é de extermínio e não houve qualquer campo com essa característica que tivesse sido libertado por tropas norte-americanas.

Anónimo disse...

Se o campo fosse mesmo de extermínio, as crianças teriam sido imediatamente separadas dos pais e enviadas directamente para as câmaras de gás. O simples facto de estarem crianças juntas com os adultos mostra que o campo é de concentração e não de extermínio.
Mas, é verdade o que dizes quando afirmas que nenhum campo de extermínio foi libertado pelos aliados ocidentais. Aliás, tal era impossível, dado estarem quase todos localizados na Polónia.