segunda-feira, 5 de maio de 2008

O povo unido jamais será vencido!


O povo boliviano viveu ontem uma dura prova de resistência. Contra o referendo divisionista e racista promovido pelas elites, levantaram-se os trabalhadores das zonas plebiscitadas. Por exemplo, nos subúrbios de Santa Cruz, bloquearam o acesso às áreas de voto, incendiaram as urnas e os boletins - alguns já manipulados. Mas não foi caso único. Nas estradas, houve piquetes para impedir a distribuição do material de votação para o referendo, não reconhecido por ninguém senão pelos promotores. Não faltou, no entanto, a violência contra quem defendia a legalidade. O povo teve de derrotar quem andou a tentar obrigar gente a votar.

Contudo, jornais, rádios e televisões de todo o mundo destacam o sucesso do referendo e a vitória dos separatistas. Os resultados anunciados dão conta de 85,9 por cento dos votos na opção secessionista. Afinal, quem tem razão?

Na verdade, 85,9 por cento dos votos escrutinados correspondem à opção secessionista. Mas a comunicação social comprometida com a burguesia não refere a abstenção. Mais de 40 por cento da população correspondeu ao apelo do governo de Evo Morales e recusou-se a reconhecer a validade do refendo. Para além disso, houve mais de 10 por cento de votantes que recusaram a divisão da Bolívia. Ou seja, mais de 50 por cento da população voltou costas às intenções da burguesia.

O motivo da manipulação dos factos deve-se, como sempre, à tentativa de criação de condições para derrubar o governo progressista de Evo Morales, o índio que chegou à presidência da Bolívia com o apoio de grande parte dos trabalhadores. Desde então, já procedeu à nacionalização de diversas empresas e tem promovido políticas contra a discriminação sobre os indígenas que conformam a maior parte da população. Na linha da oposição encontram-se os latifundiários e os patrões das grandes empresas apoiados pelos dólares norte-americanos.

Sem comentários: