sábado, 26 de julho de 2008

Repressão sobre as FARC chega à Europa

A ofensiva contra a resistência do povo colombiano intensificou-se na Europa. Depois da utilização de computadores portáteis, que não se provou pertencerem às FARC, para acusar diversos cidadãos latino-americanos de apoio à guerrilha, a farsa criou condições para reprimir a solidariedade com a luta contra o fascismo colombiano. Desta forma, foi hoje presa, em Madrid, uma cidadã do Estado espanhol acusada de recolher fundos e de fazer actividades propagandísticas para as FARC. Segundo a polícia colombiana, o nome de María Remedios García Albert surge nos computadores atribuídos a Raul Reyes, comandante das FARC assassinado pelo exército da Colômbia, com o apoio norte-americano, em território equatoriano. Mas se o conteúdo destes aparelhos, manipulado por peritos colombianos, tem proporcionado uma verdadeira 'caça às bruxas' contra quem se oponha ao regime uribista, não devemos encarar a recolha de fundos e o apoio político para a resistência colombiana como um crime. Todo o apoio às FARC-EP, seja financeiro ou político, é legitimo. Não só porque a organização guerrilheira é reconhecida como força beligerante por vários Estados latino-americanos mas, principalmente, porque representa uma expressão da luta do povo colombiano por uma sociedade livre da exploração e da opressão.

Há poucos anos, a organização dinamarquesa 'Fighters and Lovers' - que enviava parte dos lucros do seu material de propaganda para as FARC e a FPLP - explicou bem do que se trata a ofensiva contra o apoio ao 'terrorismo'. Uma das suas dirigentes, Anna Duever, sustentou que o objectivo da sua organização era o de "defender a liberdade e a justiça social, pelos quais lutam as FARC e a FPLP". Acrescentou de seguida que a inclusão das FARC na lista da União Europeia de grupos terroristas era um "jogo político" e que pagava todos os impostos na Dinamarca, dinheiro usado para financiar as tropas que o seu governo havia enviado para o Iraque. "Isso é terrorismo. Para além disso, na Colômbia há um regime que oprime a população e que tortura e assassina o seu povo".

Por cá, a repressão não assume contornos tão negros. Contudo, apesar de ninguém ter sido preso por apoiar a resistência dos povos, as posições políticas da maioria dos partidos e os ataques constantes da comunicação social burguesa avançam nesse sentido. E nunca é demais recordar a Constituição da República Portuguesa: "Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão."

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