segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um partido sem notáveis. Mas notável.

Entra a noite. Ligam-se as câmaras e os repórteres ensaiam. Finalmente, o directo. "Nas sedes de campanha começam a entrar os notáveis". Soltam-se gargalhadas no bar do Centro de Trabalho Vitória. Pouco depois, os resultados. E há quem se pergunte. Porque gritam efusivamente centenas de pessoas? Afinal, a CDU foi ultrapassada pelo CDS-PP e pelo BE. Uma jornalista pergunta a Francisco Lopes: "A liderança de Jerónimo de Sousa está em causa?". No bar, contêm-se os risos e a chacota.

Efectivamente, a comunicação social portuguesa está a anos-luz de uma realidade que existe entre eles há quase um século. Insistem em acompanhar o PCP como se tratasse de um partido do sistema. Não conseguem compreender que o nosso papel na Assembleia da República é importante mas que não é a nossa prioridade. Não é entre a burguesia que nos sentimos em casa. Sentimo-nos bem nos locais de trabalho. Repetimos como Lénine que "a luta é o único caminho".

E serve isto não para desvalorizar os resultados eleitorais mas para evidenciar a incompreensão por parte de alguns de que o PCP é um colectivo e não uma organização de "notáveis", essa categoria criada pelos media e para a qual só se entra com o aval da burguesia. No PCP, assumimos as vitórias e as derrotas de forma colectiva. Porque o nosso trabalho é construído de forma colectiva. E os dirigentes do PCP limitam-se a seguir o que foi decidido colectivamente.

É essa a riqueza de um partido que conta unicamente com os seus militantes para fazer chegar a sua voz a todo o país. Portanto, ter mais 15 mil votos e mais um deputado que há quatro anos não é uma derrota mas antes uma vitória. Cada voto na CDU é um voto de coragem e de compromisso. É um voto contra-corrente. É o voto que mais consciência exige. E esta é uma vitória para toda a classe trabalhadora. Mesmo para aqueles que votaram noutros partidos. Recorde-se: defendemos os trabalhadores e a população de Lisboa mesmo quando o candidato do BE se aliou ao PS.

Hoje, centenas de milhares de activistas e apoiantes da CDU regressam às ruas para levar a campanha eleitoral a todos os cantos do país. Ao mesmo tempo, continuam a luta de todos os dias contra o capitalismo e pelo socialismo.

sábado, 26 de setembro de 2009

Ya sabes mi paradero...


O voto na CDU é o único que não provoca ressaca.

domingo, 20 de setembro de 2009

A Rádio Moscovo apoia a CDU

A Coligação Democrática Unitária (CDU), composta pelo Partido Comunista Português (PCP), pelo Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), pela Intervenção Democrática (ID) e por milhares de cidadãos independentes, representa uma força que defende os interesses do povo português, com destaque para a classe trabalhadora.

Nela, podemos encontrar todo o tipo de gente. Como no metro ou autocarro na hora-de-ponta. Operários, trolhas, carpinteiros, mecânicos, serralheiros, enfermeiros, médicos, psicólogos, professores, estudantes, jornalistas, motoristas, empregados-de-mesa, reformados, actores, escritores, músicos. Cada um deles, para romper a censura mediática, dedica-se, nas horas livres, a colar cartazes, a levantar pendões, a pôr faixas, a conduzir carros-de-som, a distribuir panfletos e a contactar com outros.

É gente que encara a política com as mangas arregaçadas. Gente que não paga a outros para que façam o trabalho duro. Gente que não serve os interesses de outros que não os seus iguais. Gente que vive do seu trabalho e que luta contra a exploração. Gente que vive como a maioria do povo português. Gente com as mesmas dificuldades, com os mesmos problemas, com os mesmos dilemas. Gente que não quer nada para si senão for para todos.

É esse o motivo que leva a comunicação social a censurar a CDU. Servindo os interesses de quem manda, serve também os interesses dos nossos patrões. Por isso, há que calar a voz destes trabalhadores. Antes que ela se espalhe. É também por isso que surgem oportunistas que tentam confundir o povo português.

Quem se esquece de José Sá Fernandes, o Zé que fazia falta aos cidadãos de Lisboa, segundo o Bloco de Esquerda (BE), e que, depois, veio apoiar as políticas de direita de António Costa? Quem se esquece de António Chora, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, protagonista do "sindicalismo moderno"? António Chora, membro da Comissão Política do BE e deputado à Assembleia da República, serviu os interesses do patronato. Abriu caminho à perda de direitos dentro da Autoeuropa, com grande apoio da comunicação social, até que os trabalhadores decidiram resistir. Pouco depois, foi visto no jantar de despedida de Manuel Pinho, o ministro da Economia que insultou o PCP. Sobre ele, viria a afirmar que se tratara de um dos melhores ministros. O mesmo que na China havia apelado ao investimento em Portugal por termos dos salários mais baixos da Europa.

Também não podemos esquecer Manuel Alegre. Ele que sempre, e principalmente durante este mandato, tentou mostrar-se de esquerda. Quem esquece o semblante carregado, qual socialista furioso com o rumo de direita do Partido Socialista (PS)? Seria o mesmo que esteve, ontem, em Coimbra a apoiar o amigo José Sócrates e a defender o carácter de esquerda do PS e das políticas do governo? Seria o mesmo que esteve em fóruns com o BE? Nós sabemos quem é o verdadeiro Manuel Alegre. Como o sabe Francisco Louçã. Por isso, ontem, apesar do apoio de Manuel Alegre a José Sócrates, o líder do BE não teve qualquer problema em o defender. Porque aos oportunistas não importa quem se apoie desde que isso lhes traga algum benefício.

Contra a direita e o oportunismo, leva a luta através do voto na CDU!

sábado, 19 de setembro de 2009

Feios, Porcos e Maus

Apesar de estarmos em tempo de vindimas, por estes dias, não se lavam cestos. Lava-se, sim, muita roupa suja e em público. Os partidos da burguesia batem-se na arena tentando conquistar os votos que lhes bastam para prosseguir o domínio nos próximos quatro anos. Como as diferenças no campo político são mínimas, a batalha tem de se travar com outro tipo de armas que não incluem o debate sobre temas essenciais.

Depois da questão de Manuela Moura Guedes - de que se suspeita que possa ser jornalista - e de José Sócrates - de que se suspeita que possa ser licenciado -, surgem novas peças de roupa para lavar. Desta vez, roupa interior bem suja. Saíram notícias de que o PSD paga a militantes para que votem no próprio partido. Outras, destacam que destacados dirigentes do Bloco de Esquerda investiram em PPR's e em acções. Mas a notícia que marca a actualidade informativa é a de que o Público tem lançado a suspeita de espionagem governamental sobre a Presidência da República com base numa encomenda feita por um assessor de Cavaco Silva.

Foi a este ponto que a campanha eleitoral chegou. Para gáudio da comunicação social, que é por este tipo de notícias que se orienta. Sobre o PCP, nicles, niente, rien, nada. Porquê? Porque não protagoniza escândalos. Como afirmava José Alberto Carvalho, director de informação da RTP, numa audiência parlamentar, o PCP tem um discurso mimético e pouco atractivo, sabe-se sempre o que vão dizer. Os diversos comentadores do PCP alinham todos pela mesma bitola. E como o que importa, nestas coisas, é a incoerência, a contradição e o espectáculo, o PCP fica de fora.

Mas esta versão politizada do Feios, Porcos e Maus, inteligente filme de Ettore Scola, tem um fundo de verdade. Na película italiana, o velho Giacinto, que recebeu uma indemnização por ter perdido um olho num acidente de trabalho, vê a fortuna cobiçada pela família que a quer roubar. Todos os estratagemas são válidos. E, no final, tentam envenenar Giacinto. Por cá, ainda não chegaram a tanto. Mas o nível dos ataques já desceu abaixo das tubagens de esgotos.

O caso das escutas configura um assunto muito grave. Num país normal, um dos dois demitir-se-ia. O Presidente da República ou o primeiro-ministro. Mas como vivemos em Portugal, tanto um como o outro adiaram a questão para depois do acto eleitoral. Contudo, há algo que me repugna. A ser verdade, o conteúdo do e-mail de Luciano Alvarez, dirigido a José Talentino Nóbrega, representa uma violação grave dos princípios mais básicos do Código Deontológico pelo qual se orienta - ou devia orientar-se - o jornalismo em Portugal. E indicia aquilo que muitos de nós sabemos, a comunicação social serve os interesses da classe que domina e este é um exemplo de como se pode orientar uma investigação jornalística a partir de fontes que estabelecem como deve ser a notícia (que as beneficia).

Neste aspecto, Belmiro de Azevedo, patrão da Sonae, e por sua vez do Público, foi esclarecedor. Não só se solidarizou com o jornal como exortou os trabalhadores a não se deixarem assustar pelos governantes. Mas, mais uma vez, trouxe para a ribalta um elemento que clarifica a posição dos comunistas sobre a comunicação social. O governo quer influenciar o jornal "sem pôr lá dinheiro nenhum", acusou. E devemos agradecer-lhe a honestidade. Afinal, assume que o Público serve os interesses de quem o financia e podemos, agora, compreender melhor porque vale a pena manter um jornal que dá prejuízo. A verdade, é que o Público, como ferramenta de propaganda do capital, vale cada euro de prejuízo. E vale cada pontapé de José Talentino Nóbrega na língua portuguesa. Não fosse este um caso sério e estariamos a discutir como pode um jornalista escrever pior que uma criança de doze anos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"Política do Medo"


Os grupos Violadores del Verso e Soziedad Alkoholika juntaram-se para lançar uma potente faixa que denuncia as mentiras e o medo usados como arma política pelos que dominam. Também isso está em jogo nas eleições legislativas no nosso país. Nas últimas eleições, como me dizia um amigo, os ricos foram eleitos com os votos dos pobres. É assim há mais de 30 anos. E só o voto na CDU, onde participa o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, pode mudar isso. É a batalha do momento. Depois, não vale a pena desarregaçar as mangas. A luta é o único caminho.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CDU organiza debate sobre a Comunicação Social

A comunicação social vive dias difíceis. Os despedimentos, a precariedade, o Estatuto do Jornalista e a concentração dos meios de comunicação, contribuem não só para piores condições laborais mas também para um jornalismo menos democrático e de pior qualidade. Neste contexto, a CDU convida-te a debater a realidade do sector na próxima quinta-feira, 17 de Setembro, às 18h30, na Casa da Imprensa. Participa e divulga.

Participação:

Rosário Rato, Vice-Presidente do Sindicato dos Jornalistas
Alferes Gonçalves, Jornalista
Bruno Dias, Deputado do PCP à Assembleia da República

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Victor Jara, presente!


"Los que mueren por el pueblo no pueden llamarse muertos" (Ali Primera)

Nota: No mesmo dia em que se assinala o golpe de Estado no Chile, morreu um dos heróis da revolução cubana. O comandante Almeida faleceu aos 82 anos. Participou no assalto ao Quartel Moncada e foi um dos guerrilheiros que a partir da Sierra Maestra plantou a liberdade. Almeida era ainda o vice-presidente de Cuba. É dele a célebre resposta às ordens de rendição por parte das tropas de Batista: "Aqui no se rinde nadie, carajo!"

Obama igual a Bush

O governo dos Estados Unidos afirmou esta quinta-feira que o seu homólogo colombiano respeita os direitos humanos e que por isso o Congresso norte-americano pode autorizar as verbas destinadas às Forças Armadas da Colômbia. Penso que, com isto, está tudo dito sobre a seriedade e a suposta honestidade do presidente Barack Obama perante quem a social-democracia europeia se ajoelhou. Mas também está tudo dito sobre o seu carácter democrático. Depois de todas as contradições na avaliação dos Estados Unidos do golpe de Estado nas Honduras, o Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas vai realizar manobras militares conjuntas com as sua congénere hondurenha, protagonista da acção fascista que derrubou o legítimo governo de Manuel Zelaya. Isto depois de Washington ter afirmado, no mês passado, que suspenderia toda a cooperação militar com o golpista Micheletti. Palavras para quê?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sobre emissão de hoje

Talvez tenham conseguido reparar, o programa 'Aló 23' começou e acabou uma hora mais cedo. Agora, emite a partir das 16 horas (21h30) e acaba às 18 horas (23h30). Infelizmente, não só não fui avisado em tempo útil como não pude informar-vos. Peço desculpa e deixo então a informação de que a minha participação passará a ser entre as 23h e as 23h30.