quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sérgio Moreira: a vitória de um resistente

Sérgio Moreira (primeiro à direita), em Caracas, à frente da sua livraria, ao lado de antigos resistentes antifascistas em Dezembro de 2008

O Sérgio travou ontem o seu último combate. E caiu. Mas apesar de ter caído, venceu. Porque a vitória não é só dos que derrotam a morte. Na maioria das vezes, a vitória é de quem derrota a indiferença. Dizia Antonio Gramsci que "a indiferença é abulia, é parasitismo, é cobardia, não é vida. (...) O que acontece não acontece tanto porque alguns o queiram, mas porque as massas de homens abdicam da sua vontade, deixam de fazer, deixam enrolar os nós que, depois, só a espada poderá cortar; deixam promulgar leis que, depois, só a revolta fará anular; deixam subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar". O Sérgio venceu.

Quando partiu de Espinho, na década de 50, já levava a consciência política de quem conheceu de perto a realidade da classe trabalhadora. Como jornalista, teve a oportunidade de contactar com os pescadores e com as varinas da zona. E nunca esqueceu os outros heróis de um tempo em que a morte tampouco derrotava. António Ferreira Soares - conhecido como doutor Prata - foi um deles. O assassinato do "médico dos pobres" por parte da polícia fascista marcou várias gerações de antifascistas espinhenses.

Longe da pátria e do fascismo português, o Sérgio esteve sempre na linha-da-frente. Participou no movimento cívico-militar que derrubou o ditador Marcos Pérez Jiménez. Ajudou a fundar a Junta Patriótica Portuguesa. Coordenou o estágio militar dos membros do Directório Revolucionário Ibérico de Libertação que realizaram o primeiro sequestro político de um navio contra o fascismo de Salazar e de Franco. E chegou a ser detido numa manifestação contra uma outra de emigrantes portugueses solidários com o regime fascista.

Desde cedo, esteve ao lado da revolução cubana. Que provocou uma tempestade em todo o mundo e, principalmente, na América Latina. No ano em que Fidel Castro entrou triunfante em Havana, juntou-se a Rúben Moreira e decidiram, com humor, atacar a recepção ao então ministro português dos Negócios Estrangeiros Paulo Cunha com bombinhas de mau cheiro.

Três anos depois, a 26 de Julho de 1961, no ano em que se declara o carácter socialista daquela revolução, Sérgio escreve: "Dia 26 pela tarde.../chove./fulgura o sol de cuba/e ilumina o mundo". Esse poema, intitulado como "sol de cuba", figura no seu livro "Vem como a gente" dedicado a Livia Gouverner. A jovem comunista venezuelana havia sido assassinada por fascistas cubanos numa concentração de estudantes universitários em solidariedade com a revolução cubana.

É assim Sérgio. Sempre solidário com a luta dos povos. Sempre em actividade contra o fascismo português. Mantém contactos com o Partido Comunista da Venezuela e com guerrilheiros. À chegada a Caracas, Amália Rodrigues e Simone de Oliveira revelam-lhe a solidariedade com os que lutam contra Salazar. Poucos meses antes de cair assassinado, Humberto Delgado convida-o para ser seu secretário. Coordena um programa de rádio, escreve em revistas, dá conferências, publica livros de poesia. Não pára.

Nos últimos anos, dedicou a sua vida à Livraria Divulgación que abrira em 1980. Ali, entre o mar de livros, Sérgio sabia escolher o livro adequado para cada pedido. Citava passagens de memória e estimulava o prazer da leitura. Não raramente, entravam universitários, professores e políticos à procura de uma determinada obra. Também ali se recusou a fechar a loja quando a oposição ao processo bolivariano decretou o 'paro petrolero' e perseguiu aqueles que não colaboravam. De resto, as paredes de vidro da livraria estavam forradas com cartazes políticos que denunciavam o carácter resistente do proprietário.

Na memória de todos os que o conheceram ficará a imagem de um ser humano extraordinário. Um ser humano que em tempo algum se deixou levar pela indiferença. Nos últimos anos, passou grandes dificuldades financeiras, sem nunca ter recebido qualquer reconhecimento ou apoio do Estado português. Ainda assim, esteve sempre lá, do lado certo da barricada. E todos nós ganhámos ao conhece-lo. Ao conhecer a limpidez de um homem cujos princípios éticos eram a antítese do mundo em que vivemos. Ele, como muitos outros resistentes antifascistas, é o mundo em que queremos viver.

Quem pode, afinal, dizer que o Sérgio perdeu?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Documentário sobre libertação de presos sob custódia das FARC

Há poucas semanas, as FARC-EP, numa demonstração clara de que querem a paz e não a guerra, libertaram unilateralmente vários presos. Este documentário acompanha os momentos mais importantes do processo conduzido com êxito graças ao empenho da senadora colombiana Piedad Cordoba. Nele podemos ver também as tentativas de sabotagem por parte do governo de Álvaro Uribe. O seu objectivo era o de que estas libertações fracassassem e o de que a imagem das FARC-EP aos olhos da população continuasse a ser aquela que a propaganda transmite.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

José Saramago, o amigo dos media colombianos

El Espectador, um dos principais jornais colombianos, acaba de publicar uma entrevista com José Saramago. Mas não sobre a sua obra literária. A publicação quis saber a visão política do escritor português sobre o conflito colombiano e o autor do 'Ensaio sobre a cegueira' não desiludiu. Ou melhor, não os desiludiu. Porque, na verdade, há anos que Saramago se presta a este jogo sujo. Desde que, pela primeira vez, catalogou as FARC como uma organização de bandidos narcotraficantes, passou a entrar no grupo dos intelectuais queridos da comunicação social colombiana.

Talvez não saiba mas por estes dias há um novo escândalo que assola a Colômbia. Depois de várias denúncias de escutas e seguimentos sobre políticos, juízes e jornalistas, a Procuradoria-Geral decidiu enviar funcionários para que vasculhassem as sedes dos serviços secretos (DAS). Várias figuras da política daquele país indicam que o principal culpado é Alvaro Uribe, o Presidente da Colômbia. Ontem, o subdirector pediu a demissão e o caso ameaça provocar um terramoto político.

Portanto, a entrevista a um intelectual que é mundialmente conhecido e que repudia as FARC cai que nem ginjas. Para além de dizer que são "terroristas" e não guerrilheiros, José Saramago compara-os com os "exércitos medievais" que promoviam a política da "terra queimada". Contudo, o que mais choca no escritor português é a ausência de qualquer crítica ao Estado colombiano. Em momento algum da entrevista, denuncia os assassinatos de militantes comunistas, de sindicalistas ou de familiares de guerrilheiros. Não refere uma única vez que as prisões colombianas estão cheias de combatentes das FARC. E quando lhe perguntam qual a solução para a paz, responde que é a rejeição frontal de toda a violência "sem distinções jesuíticas de violência revolucionária ou de repressão capitalista".

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Resistência

Acabava de escrever o artigo de opinião sobre a convergência de esquerda e chegou-me aos ouvidos o som dos Chumbawamba. Esta é uma histórica banda punk que ficou conhecida por produzir uma das canções mais famosas do Campeonato Mundial de Futebol de 1998. Contudo, poucos saberão que se trata de um grupo com música de intervenção. E remete-nos para a mesma pergunta que vos coloquei com a Guns of Brixton dos The Clash. Se nos entram à força pela porta dentro como devemos responder?

"Fighting for total change, or working for concessions?
Do we take what is ours, or ask that it be given?
Are we stealing it together, or asking for permission?"

A convergência de esquerda

Quando se trata da "convergência da esquerda" há sempre um grande espalhafato mas nunca dá em nada. Por aí, comenta-se que é culpa do PCP. Ortodoxos e sectários recusam-se a contribuir para a "convergência de esquerda". O Bloco de Esquerda, por exemplo, promoveu o Fórum das "Esquerdas" e juntou várias personalidades. Manuel Alegre foi a vedeta e os 'rachados' as majorettes. Contudo, o grande escândalo foi a ausência do PCP. Ortodoxos e sectários, lá está. Esqueceram-se, no entanto, que os ortodoxos e sectários não haviam sido convidados para a festa. Mas durante a convergência entre o Bloco de "Esquerda", Partido "Socialista" e os "independentes" na Câmara Municipal de Lisboa também se acusou o PCP de sectarismo. Contudo, a convergência converteu-se num fiasco porque se comprovou que o Zé, afinal, fazia falta não ao povo de Lisboa mas às elites.

Mas a classe trabalhadora deve ter orgulho no seu Partido. O PCP conseguiu hoje 34 assinaturas de deputados para a fiscalização do novo Código do Trabalho. Como afirmou Jerónimo de Sousa esta convergência tem "um significado muito grande" na defesa dos "direitos dos trabalhadores", da justiça e "dos valores da Constituição Portuguesa". "Eu fui da Constituinte, e no momento de escolher entre os poderes económicos e os direitos dos trabalhadores, os constituintes não foram neutros. Optaram pelas classes trabalhadoras", afirmou.

Esta é a verdadeira convergência de esquerda. A convergência que se bate pelos interesses dos que produzem e fazem avançar o nosso país. A convergência que não se constrói sobre os bastidores dos media e da demagogia cúmplice da social-democracia. A convergência que se baseia em ideias e em projectos e não em acordos interesseiros entre partidos. Esta é a verdadeira convergência de esquerda.

How you gonna come?


Nouvelle Vague - Guns of Brixton (The Clash)

Há trinta anos, Inglaterra debatia-se com uma grave recessão económica. Por essa altura, em 1979, os The Clash lançaram o álbum London Calling. Um dos melhores álbuns da história. Dele saiu a célebre faixa Guns of Brixton. Paul Simonon, que havia crescido em Brixton, decidiu retratar as revoltas sociais que se deram nesse bairro de Londres. O descontentamento social era alvo da repressão da polícia. E os The Clash, fiéis à sua natureza combativa, criaram essa obra que rapidamente se transformou num hino. Mas depois de 30 anos a pergunta mantém-se:

When they kick out your front door
How you gonna come?
With your hands on your head
Or on the trigger of your gun

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Estado censura Carnaval de Torres Vedras

«Todos precisam de se divertir. Porque a vida corre bem? Não, quase sempre porque a vida corre mal. Mas o coração da gente rebenta se nele só morar a tristeza»

Desta forma se expressou Alves Redol, há largas décadas, para se referir ao Carnaval da Nazaré. É certo que o Carnaval perdeu uma grande parte do seu cariz popular para dar lugar a um produto comercial explorado até ao ínfimo pormenor. Nalgumas partes do País, ainda se mantém algum desse carácter mais popular - como na Nazaré - mas a verdade é que sobre ele caiu de forma trágica a lógica empresarial. Contudo, há coisas que, afinal, parece que não desapareceram por completo. O Ministério Público decidiu proibir uma sátira ao portátil Magalhães no Carnaval de Torres Vedras.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A "esquerda" moderna

"O projecto de lei do PCP visa revogar todas as taxas moderadoras, os projectos do PSD e do BE propõem o fim das taxas nos internamentos e cirurgias ambulatórias, enquanto que o diploma do CDS-PP propõe a revogação apenas das taxas cobradas nas cirurgias de ambulatório."

in Agência Lusa

O Bloco de "Esquerda" não era a favor da gratuitidade da Saúde? Ou será que é a favor da lógica do utilizador-pagador? E, entretanto, Manuel Alegre já admitiu poder apoiar os projectos do BE e do CDS-PP. Viva a "esquerda" moderna!

As asneiras de Herman José

"A minha posição em relação a José Sócrates é a mesma que tinha Winton Churchill em relação à democracia. Não digo que ele seja óptimo, mas é a melhor hipótese que temos a trabalhar ao serviço do País. Sócrates, para ser perfeito, teria de ser ainda mais corajoso", referiu Herman. E Manuela Ferreira Leite [líder do PSD, partido da oposição]? "Concordo com ela quando diz que era preciso seis meses de ditadura para meter o País em ordem. Se isso acontecesse e fosse eu a mandar, teria uma lista enorme de pessoas que mandaria para Guantánamo. Em Portugal há muitos que deveriam ir lá parar... (risos)".

Herman José, in Diário de Notícias

Sim, Herman José tem razão. Há muitos que deveriam estar presos. Incluindo o próprio.

Música da Resistência

Infelizmente, devido ao cerco mediático, temos pouco acesso à realidade das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Na montanha e na cidade, milhares de guerrilheiros combatem por uma Colômbia livre e socialista. Dessa luta, sobram muitos aspectos que nos são desconhecidos. Entre os quais, a produção musical guerrilheira.

Há poucos meses, a Rádio Moscovo informava que o sítio digital das FARC-EP estava on-line depois de vários anos de sabotagem contra os espaços da organização comunista na internet. Hoje, deixamos uma série de ligações a álbuns de vários músicos farianos. Façam download, ouçam-nos e divulguem-nos. Porque nunca se sabe quando é que a CIA volta a atacar aquelas páginas.

Vivam as FARC - Exército do Povo!


Antologia da música fariana

Álbuns de Lucas Iguarán:
Mensaje Fariano
Para todo mi pueblo
A la luz de una vela
Métase al cuento 1
Métase al cuento 2
Canto a Venezuela

Álbuns de Julian Conrado:
Arando la paz
Quinientos años después
Sueño bolivariano
Bolivariando
Versos bolivarianos
Respirando dignidad
Canto de los Pobres 1
Canto de los Pobres 2

Álbuns de Cristián Perez:
El brete 1
El brete 2
Cauca 1
Cauca 2

Álbum de Mosaico Insurreccional:
Mosaico Insurrecional

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Vitória do "Sim" na Venezuela


Como a Rádio Moscovo tinha conseguido apurar o povo venezuelano apostou claramente na continuação do processo bolivariano. Foi uma vitória contundente do "sim". Milhões de pessoas desceram dos bairros pobres para invadir as principais avenidas das cidades venezuelanas. Antes da saída dos resultados oficiais já rebentavam foguetes em Caracas. Depois do comunicado oficial da Comissão Nacional de Eleições, houve uma explosão de alegria e todos se dirigiram para a frente do palácio presidencial.

Esta foi uma vitória fundamental. Nesta etapa do processo político é fundamental que Chávez se mantenha na direcção. Mas foi mais do que uma vitória do povo venezuelano. Foi uma vitória de todos aqueles países que se levantam contra o imperialismo e pela libertação nacional. Esperemos agora que a Venezuela aprofunde o processo bolivariano.

Viva o povo venezuelano!

Ao proletariado de Portugal

78 anos a levar a voz dos que não têm voz

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Nenhuma agressão sem resposta!

Dois dirigente regionais do PCP foram hoje agredidos depois de terem distribuido um comunicado aos trabalhadores da Santa Marta-Indústria de Vestuário. Duas horas depois da distribuição, três individuos invadiram o Centro de Trabalho de Penafiel e agrediram-nos. Uma das denúncias que o Partido fazia sobre a empresa era precisamente a de agressão física contra os trabalhadores. Amanhã, pelas 13 horas, o Partido volta à empresa para denunciar as ilegalidades. Também vai estar presente Honório Novo, deputado à Assembleia da República.

A Rádio Moscovo está solidária com os seus camaradas. Certamente que muito se poderá discutir sobre a natureza destas agressões mas a verdade é só uma: o patronato sabe bem quem está ao lado da classe trabalhadora. A burguesia devia saber que cometer tais actos nos tempos que correm é esticar demasiado a corda. Porque não há agressões sem resposta, amanhã o Partido voltará a agitar e a denunciar os crimes desta empresa.

Memórias do Curdistão

Mais de uma dúzia de jovens juntaram-se para nos receber. O extraordinário, parece, é o facto de termos afirmado ser comunistas e, em determinado momento, termos participado em campanhas de solidariedade com Abdullah Ocalan. Fizemo-lo num ambiente de confidência a três amigos antes da nossa viagem à Síria. E com isso fizeram-nos prometer voltar. Não podiamos partir para a Europa sem desfrutar de um jantar e de um baile curdo.

O prometido é devido. E naquela tarde abafada de Agosto, largámos as mochilas no Yunus Hotel e esperamo-los na rua. Os nossos três amigos chegaram com o batalhão de gente desconhecida. Com uma alegria contagiante levaram-nos pelas ruas de Gaziantep. Metade deles não sabia uma palavra de inglês. E nós pouco sabíamos de curdo ou de turco.

Primeiro, levaram-nos à casa de chá arménia. Provavelmente, a visita não teve qualquer significado político mas a verdade é que havíamos conhecido na Síria vários arménios que apontavam o dedo acusador à Turquia pelo genocídio contra o seu povo. Aquela visita terá sido casual ou terá sido propositada? Nunca saberemos.

Mas depois de nos conduzirem pelo mercado levaram-nos a casa. À porta, recebe-nos a mãe. Não sabe quem somos mas ainda assim abraça-nos. Somos amigos das suas filhas e isso basta-lhe. Convida-nos a descalçar e puxa-nos para uma sala acolhedora. Senta-se num cadeirão e observa-nos sorridente. Não participa na conversa porque não sabe falar outra língua que não o curdo e o turco. São as filhas quem lhe vai explicando o tema.

Saltam-lhe lágrimas quando lhe dizem que falamos sobre o problema curdo. Só nesta família, houve quem tivesse que fugir para a Alemanha e houve quem tivesse optado por pegar em armas, ao lado do PKK. Algures, lutavam nas montanhas pela dignidade do seu povo. Mas não deixavam de ser sangue do seu sangue e isso fazia-a sofrer. Na guerrilha, o combate é de vida ou de morte.

Entretanto, os jovens estendem uma toalha no chão da sala. Há pão, salada, sopa de grão e pimentos recheados com carne e arroz. Nós, cumprindo as costumeiras regras, trouxemos a típica baklava para a sobremesa. Querem saber o que se come nos nossos países. Falo-lhes do famoso peixe que vive no Norte do Atlântico e que é o protagonista da gastronomia portuguesa. Sentamo-nos de pernas cruzadas e num ambiente jovial, enquanto se come, conversa-se, discute-se e brinca-se.

Não sei quando começaram mas num determinado momento todos dançavam. Também nós. Fui arrastado por uma rapariga que me obrigou a acompanhar os passos de forma disciplinada. Demos as mãos, fizemos um circulo e deixamo-nos levar pela guitarra curda de um dos jovens. Eles cantavam em coro enquanto eu lutava para manter os passos no ritmo acertado.

Mas a noite quase que acabava de forma trágica. Levados pelo entusiasmo, dedicamo-nos a entoar canções revolucionárias. Houve tempo para o Hino de Caxias e para a Bella Ciao. A mãe, sempre alerta, mandou-nos baixar o tom quando cantámos a Internacional. Alguém nos podia denunciar. Mas era um momento solene. Todos eles, em curdo ou em turco, e nós, em português e em italiano, cerrámos os punhos.

Não sei como estarão. Não sei se estarão a preparar o próximo Newroz. Não sei se algum terá sido morto, preso ou partido para o exílio. Não sei se a mãe teve de derramar mais lágrimas. Tudo indica que sim. A Turquia lançou uma ofensiva sobre os guerrilheiros curdos. O próprio PKK - que depois da autonomia curda no Norte do Iraque havia tolerado, de forma vergonhosa, a intervenção norte-americana - encontra-se encurralado. Mas sempre que penso naquela noite recordo-me da voz de Manuel Freire: "Não há machado que corte a raiz ao pensamento".

Venezuela de Verdade

O Público mente sobre a Venezuela. Poucas foram as vezes que li notícias no Público que correspondessem em absoluto à verdade do que ali se passa. Mas este não é um facto excepcional. Numa sociedade como a nossa é, infelizmente, normal que os meios de comunicação social divulguem o pensamento dominante. Eles servem de arma ideológica do capital. São armas tóxicas de destruição em massa. Porque o seu objectivo é a destruição da razão e da verdade. E foi nesse sentido que o governo bolivariano da Venezuela criou um site dedicado a combater as mentiras que por aí se agitam. O espaço http://www.venezueladeverdad.gob.ve dedica-se precisamente a enunciar as conquistas do processo dirigido por Hugo Chávez. Vale a pena lê-lo para estarmos mais e melhor preparados para a luta contra a mentira.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Morte ao capitalismo! Viva o socialismo!


Garotos Podres - Subúrbio Operário

Há poucos dias, a União Europeia alertava para o perigo de uma explosão social nos seus 27 membros. Isso podia pôr em perigo os governos e, inclusive, a própria União. Foi por esse motivo que pediram o auxilio dos serviços secretos no sentido de sentirem o pulso às massas. Hoje, Mário Soares para alerta isso mesmo. Pela segunda vez, deixa o aviso de que se pode gerar um ambiente de revolta no nosso país.

Contudo, todos eles o fazem por medo. Sabem que isso pode pôr em perigo não só os interesses do grande capital mas também da própria sociedade capitalista. Mário Soares quer o regresso à social-democracia porque sabe que à mínima possibilidade de subversão do sistema dominante há que abanar a bandeira do capitalismo "humanizado". Fizeram-no depois da Crise de 1929. Fizeram-no depois da II Guerra Mundial quando havia a ameaça da influência comunista na Europa Ocidental. E aqui estão eles a tentar acalmar a população.

Independentemente das consequências - imprevisíveis neste momento - que a crise venha a gerar. O que é facto é que devemos potenciar e organizar essa revolta. Em momento algum, Lénine teve medo das crises económicas e sociais. Elas devem ser a sepultura do sistema capitalista. E nós o coveiro. Não devemos ter medo ou tentar arranjar formas de aliviar a sua gravidade.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ninguém tem culpa

"Sem mercado não há cidadãos livres: há funcionários e escravos de um outro tipo (...) Uma economia de mercado, mas com regras éticas e políticas estritas. Estados de direito capazes de controlar os mercados e de assegurar sociedades de cidadãos livres, pluralistas e participantes, democracias não oligárquicas como era o caso, mas sociais, preocupadas com o bem-estar de todos, com uma justiça independente, acima dos media, e com a defesa do ambiente, indispensável à sobrevivência da humanidade e da biodiversidade. Claro que isso, nas suas grandes linhas, é o que, durante décadas, se chamou na Europa social-democracia ou socialismo democrático. Ou, se quiserem, um capitalismo avançado ou progressista onde o superior valor são as pessoas e não o dinheiro ou a pura especulação financeira..."

Mário Soares, in Diário de Notícias

A desfaçatez da burguesia ainda espanta o meu tão ingénuo intelecto. Durante anos, estimularam a desregulação absoluta do mercado e agora fingem-se inocentes. O Cavaco Silva apelava ontem a que se defendesse o aparelho produtivo nacional para que se promovesse as exportações. Mas quem é que, principalmente, destruiu a produção do nosso país? Cheira-me que terá sido ele.

Por sua vez, o Mário Soares, qual velha que tira da gaveta a lingerie que usava para seduzir em tempos áureos, vem explicar-nos o que deve ser o socialismo. "Um capitalismo avançado ou progressista onde o valor superior são as pessoas" como se o capitalismo pudesse existir sem o lucro como peça fulcral. Depois de assumir o papel de principal carrasco do socialismo em Portugal, Mário Soares repete a brincadeira e veste a lingerie do "socialismo democrático".

Depois é José Sócrates, que defende agora o investimento público. "Todos aqueles que se opõem ao investimento público estão a cometer um erro", disse. Eis que já não é José Sócrates, o que fechou centros de saúde, o que aprovou a entrada do mercado nas universidades públicas, o que aumentou as taxas moderadoras, o que ataca os funcionários públicos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O País Basco não caminha só


Concentração - Exposição Viva e Homenagem
7 de Fevereiro - 13h00
Frente à Embaixada de Espanha
(Lisboa - Avª da Liberdade - esquina com Rua do Salitre)

Debate - O Conflito no País Basco
7 de Fevereiro - 16h00
Associação Loucos&Sonhadores
(Lisboa - Travessa do Conde de Soure 2 - Bairro Alto)

Acções de Esclarecimento (Distribuições de Documentos e Banca)
6 a 15 de Fevereiro
Faculdades e Cantinas da cidade universitária,
Baixa e Bairro Alto

Exibição do Documentário “A Janela Partida” e Debate
14 de Fevereiro - 17h00
Baco Bar
(Setúbal - Praça Marquês de Pombal, nº8)

Festa com DJ FAMEL + GUNS OF SETUBALONE
14 de Fevereiro - 22h00
Baco Bar
(Setúbal - Praça Marquês de Pombal, nº8)

Porque devemos estar solidários com a luta do povo basco?

O povo mais antigo da Europa, com uma das línguas mais antigas do mundo. Um povo que vive ocupado há cerca de três séculos pelo Estado espanhol e pelo Estado francês mas que nunca se rendeu nem deixou de resistir. O retrato actual é um retrato manchado de sangue: o fim do franquismo não acabou com a repressão fascista, nem deu ao povo basco o direito de escolher a independência ou a dependência e, acima de tudo, não lhe deu razões para parar a luta. Nas prisões espanholas e francesas estão confinados aproximadamente mil presos políticos bascos, todos eles a milhares de km de casa. Fora os cidadãos presos todas as semanas que, após dias de incomunicação, vexações, humilhações e bárbaras torturas físicas e psicológicas, são soltos por nada se comprovar contra eles. O Estado espanhol ilegalizou um partido político que costuma ter entre os 10% e os 30%, o Batasuna, partido da esquerda independentista basca; ilegalizou jornais e rádios pela expressão de determinados ideais políticos; ilegalizou organizações juvenis, sociais e humanitárias; ilegaliza diariamente um povo por querer romper as amarras da opressão, por exigir paz e liberdade. Cabe a todos nós denunciar a verdade, cabe a todos nós encetar a luta solidária e internacionalista.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quando a verdade se impõe

Jovem Stáline

Um camarada que chegou há poucos dias do Brasil contou-me, entusiasmado, que a Folha de São Paulo havia publicado um artigo de opinião de Oscar Niemeyer sobre Stáline. Em oposição à imprensa portuguesa, amordaçada pela censura dos patrões, a brasileira não deixa de dar voz aos intelectuais de esquerda. E num assunto que se transformou quase em tabu, o arquitecto comunista pôde dar uma visão absolutamente oposta àquela que é veiculada pela ideologia dominante. Deixamos o artigo para que o apreciem.

Quando a verdade se impõe, Folha de São Paulo, 9 de Janeiro de 2009

Por Oscar Niemeyer

"Estou no Rio, em meu apartamento em Ipanema, alheio à agitação que hoje, 31 de dezembro, afeta toda a cidade. Recebo, pelo telefone, o abraço de fim de ano de meu amigo Renato Guimarães, lembrando-me, com entusiasmo, do livro sobre Stálin que, meses atrás, lhe emprestei. Uma obra fantástica do historiador inglês Simon Sebag Montefiore, sobre a juventude de Stálin, que tem alcançado enorme sucesso na Europa, reabilitando a figura do grande líder soviético, tão deturpada e injustamente combatida pelo mundo capitalista.

E fico a pensar como essa publicação me chegou às mãos por um amigo, o arquiteto argelino Emile Schecroun, que hoje reside na capital francesa. E vale a pena comentar um pouco da vida desse querido companheiro, que, ao ter início a luta entre a França e a Argélia, deixou o PCF em Paris, onde vivia, para filiar-se ao partido comunista argelino e combater no seu país de origem, ao lado de seus irmãos, por sua libertação. E contar como sua mulher foi torturada e ele, um dia, preso e enviado sob algemas para a França.

Duas ou três vezes por ano Emile vem ao Rio me ver. Quer falar de política, lembrar dos velhos camaradas de Paris. Às vezes eufórico, contente com o que vai acontecendo pela Europa; outras, como na última ocasião em que me visitou, preocupado com a crise que envolve o PCF, na iminência de ter que alugar um andar da sede que projetei. Tentei intervir, propondo uma entrada independente que servisse de acesso aos que vão utilizar aquele pavimento... Mas logo meu amigo reage, certo de que a situação política tende a melhorar, de que os jovens da França continuam atentos ao que passa pelo mundo, prontos a protestar contra tudo o que ofende a dignidade humana.

E volto a lembrar daquele livro, a figura de Stálin ainda muito jovem, sua paixão pela leitura, o seu interesse nos problemas da cultura, das artes e da filosofia, sempre a cantar e dançar alegremente com seus amigos.

É claro que a juventude russa já sofria a influência de escritores como Dostoiévski, Tolstói e Tchecov, a protestar contra a miséria existente, revoltados com a violência do regime czarista. Muitos, a exemplo de Dostoiévski, enviados para a prisão na Sibéria, onde durante anos ficaram detidos. Depois, como tantas vezes ocorre, a vida a levar o jovem Stálin à luta política, que, apaixonado, o ocupou até a morte.

E o livro relata as prisões sucessivas que ocorreram em plena juventude, as torturas que presenciou, enfim, tudo que marcou a sua atuação heroica na luta contra o capitalismo. Ponho-me a folhear a obra, surpreso em constatar que o seu autor, depois de enorme pesquisa que se estendeu a arquivos da Geórgia, somente há muito pouco tempo franqueados a pesquisadores, levantou informações inéditas importantes sobre a vida de Stálin.

É bom lembrar que não se trata de autor de esquerda, mas de alguém que, pondo de lado suas posições político-ideológicas, soube interpretar uma juventude diferente, marcada pela inquietação cultural, que levou Stálin à posição de revolucionário e líder supremo da resistência contra o nazismo. Muito animado, Renato me diz que, seguindo a linha política de sua editora, esse vai ser um dos livros que com o maior interesse irá publicar.

A tarde se estende lentamente. Em breve o povo estará nas ruas a cantar - alguns esquecidos de que a miséria em que tantos vivem não se justifica, outros, como nós, confiantes em que um dia o mundo será melhor."

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Peste & Sida na Festa do «Avante!»


Para descontrair, uma gravação do concerto de Peste & Sida na Festa do «Avante!» em que o João Sanpayo dedica a canção "Bule bule" ao Sócrates "que é uma grande merda!". Pela nossa parte, dedicamo-la aos camaradas do http://anti-trollurbano.blogspot.com que durante meses se dedicaram ao combate à social-democracia.

«Os capitalistas tremem. E não é de hipotermia.»

Em Portugal, nunca houve um governo eleito que, com ou sem Partido Popular (CDS/PP), não fosse dirigido pelo Partido Socialista (PS) ou pelo Partido Social-Democrata (PSD). Até hoje, ambos representam as cabeças de um mesmo monstro bicéfalo cuja função é destruir todas as conquistas da Revolução de Abril e consolidar o processo contra-revolucionário a favor do capitalismo mais selvagem. Em determinada época, o PS teve a missão de confundir a classe trabalhadora com o seu "socialismo democrático" enquanto o PSD assumia a sua face neoliberal e autoritária. Uma espécie de jogo entre o polícia "bom" e o polícia "mau" que serviam o mesmo objectivo sujo.

Mas o bipartidarismo não é um exclusivo do nosso país. Podemos observa-lo por toda a Europa, Estados Unidos e também na América Latina. Há várias décadas, em 1958, os dois principais partidos venezuelanos concluiram o pacto de Punto Fijo. Embora no início fosse para estabilizar o país saído das garras de Pérez Jimenez rapidamente se transformou numa desculpa para controlar as rédeas do país. A Acção Democrática e o COPEI (Partido Popular) concluíram que seria melhor partilhar o poder sob a fachada das eleições democráticas. E a história do chamado sistema puntofijista não foi mais que uma novela sem grandes argumentos. Aplicar a receita neoliberal e viver dos lucros do petróleo.

Até que uma grave crise decretou a morte do puntofijismo. Depois da subida dos preços do petróleo nos anos 70, a Venezuela viu-os descerem. Naturalmente, uma economia tão dependente do ouro negro havia de se ressentir. Começou o endividamento, a desvalorização da moeda e a inflação. Perante a calamidade, Carlos Andréz Pérez deixa-se cair nos braços do Fundo Monetário Internacional (FMI). A receita é o neoliberalismo absoluto. Os milhões de pessoas que tinham migrado para as cidades quando os ventos sopravam favoravelmente não aguentam. E dá-se a explosão social.

Na manhã do dia 27 de Fevereiro de 1988, a gente dos bairros pobres dão inicio a protestos violentos. Vários estabelecimentos são saqueados e alguns sectores de Caracas ficam sob o controlo dos manifestantes. A violência alastra a toda a Venezuela. E o governo decide decretar o recolher obrigatório. Activa o Plano Ávila e o exército toma as ruas. Centenas de pessoas são mortas. Em alguns bairros, a população resiste às forças armadas como pode. E no seio dos militares cresce o descontentamento. Dois anos depois, Hugo Chávez organiza um golpe de Estado que fracassa.

É então que Rafael Caldera rompe com a COPEI e se candidata em 1994 prometendo não só abandonar as orientações do FMI mas também libertar Hugo Chávez da prisão. O líder da revolução bolivariana era já famoso pela tentativa de derrubar o governo. As promessas de ruptura com as linhas económicas seguidas até então não foram cumpridas e o descontentamento não foi anulado. Mas libertou Hugo Chávez. Em 1999, ganha as eleições, destrói definitivamente o bipartidarismo e rompe com as políticas neoliberais.

Décadas e décadas de neoliberalismo conduzido pelas duas cabeças do mesmo monstro, resultaram em revoltas sociais graves. Infelizmente, o Partido Comunista da Venezuela, como o da Argentina, não teve a capacidade de organizar e de orientar a violência social. Mas esta é uma realidade comum por toda a Europa. A crise dos nossos dias não é uma crise qualquer. E a confirmar-se as piores expectativas, devemos estar preparados para derrotar este modelo neoliberal. Depois das manifestações na Grécia, espoletadas pela morte de um jovem, os protestos sociais alastram-se por todo Leste da Europa. Na Lituânia e na Letónia, os governos sofrem a pressão cada vez maior dos povos que juraram representar. Na Bulgária, a tensão aumenta. A Islândia, o país que liderava o ranking mundial da qualidade de vida, viu a queda do seu executivo governamental. Há 50 anos que a polícia islandesa não utilizava o gás lacrimogéneo. Em França, os sindicatos levaram a cabo uma greve geral. E em Inglaterra, crescem os protestos.

A verdade é que os capitalistas tremem. E não é de hipotermia. Apesar do Inverno rigoroso, não é isso que os preocupa. Se houver uma avalanche social de protestos, a situação pode tornar-se insustentável para vários governos e até para a própria União Europeia. E não somos nós que o dizemos. Foi na própria União Europeia onde recentemente se o afirmou. Mais do que ninguém, os dirigentes europeus sabem o perigo da revolta social. Segundo o diário basco Gara, os 27 aumentaram o grau de vigilância do risco de explosões sociais devido à crise económica. Os funcionários europeus reconhecem em privado que a preocupação em Bruxelas é muito grande e que todos os Estados-membro estão a adoptar novas medidas de controlo e seguimento do descontentamento popular. E pedem aos respectivos serviços secretos relatórios para se compreender se os protestos marcam já uma tendência ou se, pelo contrário, são casos isolados ou dinâmicas de oposição interna.

Todos sabemos que uma crise não é sinónimo de um processo revolucionário. Pode haver uma explosão social inconsequente. Como aconteceu na Argentina e na Venezuela. Pode ser capitalizado pela extrema-direita. Ou pode, se houver organizações revolucionárias, levar à ruptura com o sistema actual. Se é certo que em Portugal existe essa organização - Partido Comunista Português - o mesmo não se pode dizer de toda a Europa onde em vários países o movimento comunista se deixou encantar pela social-democracia. Vivemos num mundo no qual as consequências do fim da União Soviética ainda se fazem sentir. E muito. Mas a pouco e pouco, longe do "fim da História", os trabalhadores começam a levantar a cabeça. A correlação de forças não está a nosso favor mas está nas nossas mãos construir o peso que incline a balança no sentido contrário. Porque o socialismo é possível e porque a luta é o único caminho.

O Lido morreu

Antes do Partido Socialista a ter entregue aos empreiteiros, a Amadora foi uma cidade com vida. No Bairro Janeiro, construiu-se, em tempos, aquele que foi o primeiro centro comercial e o primeiro cinema. Esta noite, o Lido morreu. Mais de uma centena de bombeiros combateram o fogo. Mas não valia a pena. Já estava morto antes do incêndio. Por toda a cidade, falava-se há muito dos interesses imobiliários que cercavam o empreendimento. E, curiosamente, um incêndio mesmo a calhar.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Fuck Israel, por Dalaiama

"Fuck Israel"

"E se nos queixamos de que não temos voz porque não começamos por dar voz às paredes dos nossos bairros?" era a frase citada há alguns dias pela Rádio Moscovo. Pois, chegou ao e-mail do blogue uma fotografia de uma das obras de arte de Dalaiama. Este é o tipo de arte de combate que consideramos necessário para melhorar as nossas ruas e para consciencializar a população. Podemos observar no blogue de Dalaiama a preocupação constante de denunciar a natureza predadora do capitalismo. Provavelmente, qualquer um de nós já se deparou com o pacman gordo que de cartola capitalista persegue a pomba da paz. Este é um trabalho que deve merecer o nosso aplauso e estímulo. Porque as paredes devem protestar.

Todos com a Palestina!