Entra a noite. Ligam-se as câmaras e os repórteres ensaiam. Finalmente, o directo. "Nas sedes de campanha começam a entrar os notáveis". Soltam-se gargalhadas no bar do Centro de Trabalho Vitória. Pouco depois, os resultados. E há quem se pergunte. Porque gritam efusivamente centenas de pessoas? Afinal, a CDU foi ultrapassada pelo CDS-PP e pelo BE. Uma jornalista pergunta a Francisco Lopes: "A liderança de Jerónimo de Sousa está em causa?". No bar, contêm-se os risos e a chacota.
Efectivamente, a comunicação social portuguesa está a anos-luz de uma realidade que existe entre eles há quase um século. Insistem em acompanhar o PCP como se tratasse de um partido do sistema. Não conseguem compreender que o nosso papel na Assembleia da República é importante mas que não é a nossa prioridade. Não é entre a burguesia que nos sentimos em casa. Sentimo-nos bem nos locais de trabalho. Repetimos como Lénine que "a luta é o único caminho".
E serve isto não para desvalorizar os resultados eleitorais mas para evidenciar a incompreensão por parte de alguns de que o PCP é um colectivo e não uma organização de "notáveis", essa categoria criada pelos media e para a qual só se entra com o aval da burguesia. No PCP, assumimos as vitórias e as derrotas de forma colectiva. Porque o nosso trabalho é construído de forma colectiva. E os dirigentes do PCP limitam-se a seguir o que foi decidido colectivamente.
É essa a riqueza de um partido que conta unicamente com os seus militantes para fazer chegar a sua voz a todo o país. Portanto, ter mais 15 mil votos e mais um deputado que há quatro anos não é uma derrota mas antes uma vitória. Cada voto na CDU é um voto de coragem e de compromisso. É um voto contra-corrente. É o voto que mais consciência exige. E esta é uma vitória para toda a classe trabalhadora. Mesmo para aqueles que votaram noutros partidos. Recorde-se: defendemos os trabalhadores e a população de Lisboa mesmo quando o candidato do BE se aliou ao PS.
Hoje, centenas de milhares de activistas e apoiantes da CDU regressam às ruas para levar a campanha eleitoral a todos os cantos do país. Ao mesmo tempo, continuam a luta de todos os dias contra o capitalismo e pelo socialismo.
Efectivamente, a comunicação social portuguesa está a anos-luz de uma realidade que existe entre eles há quase um século. Insistem em acompanhar o PCP como se tratasse de um partido do sistema. Não conseguem compreender que o nosso papel na Assembleia da República é importante mas que não é a nossa prioridade. Não é entre a burguesia que nos sentimos em casa. Sentimo-nos bem nos locais de trabalho. Repetimos como Lénine que "a luta é o único caminho".
E serve isto não para desvalorizar os resultados eleitorais mas para evidenciar a incompreensão por parte de alguns de que o PCP é um colectivo e não uma organização de "notáveis", essa categoria criada pelos media e para a qual só se entra com o aval da burguesia. No PCP, assumimos as vitórias e as derrotas de forma colectiva. Porque o nosso trabalho é construído de forma colectiva. E os dirigentes do PCP limitam-se a seguir o que foi decidido colectivamente.
É essa a riqueza de um partido que conta unicamente com os seus militantes para fazer chegar a sua voz a todo o país. Portanto, ter mais 15 mil votos e mais um deputado que há quatro anos não é uma derrota mas antes uma vitória. Cada voto na CDU é um voto de coragem e de compromisso. É um voto contra-corrente. É o voto que mais consciência exige. E esta é uma vitória para toda a classe trabalhadora. Mesmo para aqueles que votaram noutros partidos. Recorde-se: defendemos os trabalhadores e a população de Lisboa mesmo quando o candidato do BE se aliou ao PS.
Hoje, centenas de milhares de activistas e apoiantes da CDU regressam às ruas para levar a campanha eleitoral a todos os cantos do país. Ao mesmo tempo, continuam a luta de todos os dias contra o capitalismo e pelo socialismo.
14 comentários:
enhorabuena de verdad a los camaradas de la CDU. ¿tienes alguna dirección de email a la que te pueda escribir? me gustaría comentarte una cosa.
É mesmo assim, por isso só posso deixar esta frase de luta e solidaeiedade HASTA LA VICTÓRIA SIEMPRE.
Salud camarada, he leído la traducción de tu entrada en el blog de Rafa Hortaleza. En hora buena por el gran partido que tenéis.
Uma mensagem cheia de confiança e esperança no futuro.
Um abraço do Jorge (livreiro)
Caro Pedro Bala
Compreendo as razões pelo qual procura fazer dos "jornalistas" os "carrascos" que vão a procura da "CABEÇA" de Jerónimo,mas olhe que não é por aqui que convencerá os seus leitores e amigos,a não ser...qualquer opinião a dar deve de ser politica e revolucionária,caso contrário agravará ainda mais a situação.
É o próprio silêncio a que o PCP/CDU se submeteu,que é indicativo de que se trata de um mau resultado e que o partido não atingiu os seus objectivos politicos eleitorais,apesar dos tais 15 mil votos e a eleição de mais um deputado. Até a perda da maioria absoluta por parte do P"S",que constitui-a uma meta a alcançar e alicerçada em quatro anos e meio de politicas reacçionárias e anti-operárias, que permitia a partida engrossar a corrente de constestação proletária e popular, reverteu práticamente a favor do BE e do CDS e assim sendo não se pode considerar,que "esta é uma vitória para toda a classe trabalhadora".
Aliás,e considerando os tais quatro anos e meio, de politicas reacçionárias e o aprofundamento da crise económica,que já originou perto de 700 mil(ou mais) de desempregados e a miséria social que daí advém,pode-se mesmo considerar que,apesar da perda da maioria absoluta o P"S" obteve ainda assim um bom resultado.
O próprio resultado obtido pelo CDS,que tudo indicava o seu crescimento,pela demagogia e agressividade reacçionária do discurso do seu lider,foi também resultado,de uma AUSÊNCIA TOTAL do seu desmascaramento politico,pode-se mesmo concluir que a benevolência por parte do PCP e do BE em relação a este partido fascista, permitiu que o seu LIDER se passea-se a seu belo prazer pelas suas SETE QUINTAS,enganando milhares de trabalhadores, quando havia tanto para atacá-lo e desmascara-lo.
Ser ou não ser o PCP do SISTEMA,isso não pode ser avaliado pelo número de vezes que durante o dia, dizemos que somos COMUNISTAS ou defensores dos trabalhadores,mas sim pelo seu PROGRAMA POLITICO e pelas propostas que a cada momento as conjunturas politicas obrigam a fazer. Assim basta apenas denunciar este extrato do PROGRAMA ELEITORAL do PCP para verificar-mos que o partido há muito que deixou de ser REVOLUCIONÁRIO,como mesmo está integrado no sistema capitalista,(desculpem a repetição,mas as circunstâncias obrigam-me a isso) passo a citar:
"Um programa de REPTURA,PATRIÓTICO e de ESQUERDA,que contrapõe as politicas económicas ao serviço do grande capital,uma nova politica de desenvolvimento económico ao serviço do País e que tem como objectivos centrais:O pleno emprego como a grande prioridade;o crescimento económico,pelo aumento significativo do investimento público e da eficácia e eficiência na utilização dos fundos comunitários,pela ampliação e dinamização do mercado interno,acréscimo das exportações,aumento da competitividade e produtividade das empresas portuguesas e a defesa e afirmação do aparelho produtivo nacional como motor do crescimento económico".
Se estes objectivos são de REPTURA e de ESQUERDA,então digo-lhe que foram exactamente estas politicas que estiveram no centro da actividade económica e politica,que durante os tais quatro anos e meio nortearam o governo e foram postas em prática.
É evidente que não pode ser J. de Sousa, o responsável pelo fracasso eleitoral, que apesar do seu cargo ele é possivelmente a pessoa mais limitada e com menos culpa,os "debates" onde participou,antes da campanha provaram isso mesmo e a assacar responsabilidades deve ser ao COLECTIVO que elaborou as teses do último Congresso e o programa eleitoral,mas dúvido que pelo nivel de consciência e formação politica dos militantes e pelo oportunismo direitista dos seus dirigentes,que alguma vez o PCP tenha capacidade para ultrapassar as suas orientações politicas reformistas e guinar em direcção,a uma conduta politica revolucionária proletaria MARXISTA-LÉNINISTA.
Um abraço
José Luz
"alutaoperaria.wordpress.com"
Excelente artigo, Pedro.
Apesar da constante lavagem cerebral imperial e da algoz propaganda, nunca baixaremos o nosso braço direito com o punho cerrado.
Excelente artigo sobre as eleições e a "democracia" burguesa,em "oassaltoaoceu.blogspot.com"que deve ser lido,analisado e divulgado.
Parabéns ao seu autor.
O que pensam os amigos da participação de Hugo Chaves,na festa de regozijo pela vitória do AMIGO Socrates e do PS levado a cabo em Caracas.
Quem festeja a vitória dos lacaios do capitalismo em Portugal,dificilmente quererá o melhor para o seu POVO,ou então estará equivocado acerca do tal Socrates.
Vamos aos factos:
- a CDU, mesmo subindo a votação e a representação parlamentar, foi ultrapassada claramente pelo seu rival no campo da social-democracia e, pior, por um partido fascista. Isto significa aquilo que ninguém no PCP consegue ter a coragem de admitir: o "voto de protesto", tanto nas urnas como nas ruas, não consegue ser capitalizado pelo PCP/CDU. Isto é uma derrota.
- o programa "patriótico" da CDU, com a suas "rupturas e alternativas", por muito social-democrata que seja, não consegue chegar às massas. Quem vota CDU estará, à partida, a par do programa, o que faz com esse seja um voto mais "consistente". Mas isso não passa de uma vitória moral. No jogo do eleitoralismo burguês, de que o PCP sempre foi adepto, um voto é um voto, seja de um catedrático ou de um analfabeto. Mais uma vez, uma derrota.
Admita-se, a imagem da CDU está, aos olhos do país, gasta e mais que gasta, e a do PCP para lá caminha. O seu objectivo de ser o apêndice de um governo social-democrata e pequeno-burguês foi por água abaixo. É este o destino dos reformistas.
Não mudem não...
Agora o PCP deixou de ser revolucionário e passou a ser reformista? Ena... e eu que pensava que o PCP era um dinossauro, um dos poucos partidos estalinistas da Europa...
Sim, os críticos do PCP acusam-no de ser eleitoralista e depois medem a sua "imagem" perante os português através dos resultados eleitorais.
Acusam-no de querer ser o apêndice de um governo social-democrata e, ainda assim, todos os social-democratas acusam o PCP de ser ortodoxo, sectário e estalinista.
E depois sentenciam-no dizendo "não mudem não". O mesmo que nos dizem há 88 anos. A morte do PCP já nos foi anunciada mil vezes e, mesmo num terrível contexto em que o movimento comunista internacional passa pelas ruas da amargura, o PCP resiste e consegue pequenos avanços na luta de massas e nas eleições burguesas.
Não há derrota do PCP. Não confundam a realidade com os vossos desejos.
Pedro Bala:
é óbvio que o PCP quer participar num governo de coligação. Não sou eu que o digo e, além do mais, é histórico. Já a "unidade dos portugueses honrados" do Cunhal o dizia, para não irmos ao PREC.
Digamos que dada a cultura dimitroviana e social-democrata do PCP isso não tem mal nenhum, é natural, mas há um ponto que me levanta alguma confusão: o PCP/CDU diz, e com toda a razão, que PS e PSD são dois partidos iguais. Contudo, ao que parece, para o mesmo PCP/CDU o PS é "menos igual" que o PSD. Em que ficamos? Ou estará o mal do PS numa mera questão de "personalidades" dos seus figurões?
Quanto àquilo de que o PCP é classificado por outros isso não me interessa, nem interessa para esta discussão.
Quando escrevi "não mudem não" não o fiz com qualquer intenção de preconizar a "morte" do PCP. Bem sei que o PCP tem demasiado dinheiro e demasiada influência para desaparecer assim tão depressa do panorama político. Quando o digo digo-o com o objectivo de fazer ver aos militante do PCP que se o seu partido continua seguindo a actual linha reformista e social-democrata, continuará a afundar-se cada vez mais aos olhos das massas, até porque tem agora um rival de peso no campo da social-democracia. É certo que o BE não tem os caciques autárquicos e sindicaleiros que o PCP tem, mas tem a capacidade de instrumentalização de massas que o PCP teve outrora. E isso, no actual panorama nacional e dada a erosão da confiança geral nas estruturas políticas e sindicais, será mais importante que aquilo que o PCP ainda tem.
Eu não desejo que o PCP morra, tanto é que até voto CDU na maioria das vezes. Eu desejo é que o PCP seja um partido Comunista.
O último comentário de José Luz foi eliminado por apelar à participação de leitores deste blogue noutros moldes que não os defendidos por nós. Por norma, aceitamos todo o tipo de comentários desde que não incluam insultos e não se tente aproveitar este espaço para promover outro tipo de organização. Nas nossas discussões, aceita-se todo o tipo de ideias - menos as que defendam o nazi-fascismo.
Enviar um comentário