Centenas de pessoas assistiram na passada sexta-feira, numa das zonas mais pobres de Caracas, à inauguração de uma praça e de uma estátua dedicadas a Manuel Marulanda, quando passam seis meses do seu falecimento.
A praça foi construída, durante semanas e de forma voluntária, pela população do emblemático bairro 23 de Enero, um dos bastiões do actual processo político, que quis homenagear o histórico dirigente das FARC. Para além do espaço, foi levantado um busto de Marulanda, obra de um artista cubano, na presença de diversas organizações, movimentos e personalidades, entre os quais o Partido Comunista da Venezuela.
Num comunicado, em nome do secretariado da organização guerrilheira, Alfonso Cano agradeceu a homenagem sublinhando que Manuel Marulanda, que combateu durante 60 anos, viveu "os seus últimos seis em plenitude, enfrentando a maior ofensiva militar contra a insurgência desenvolvida na América Latina: cerca de 400 mil efectivos das forças de segurança, com um plano elaborado na América do Norte, financiado, dotado e controlado por Washington e dirigidos no terreno por oficiais norte-americanos".
Na mensagem, lida por um membro da Coordenadora Continental Bolivariana (CCB), acrescentou ainda que "a sua decisão de alcançar transformações sociais e políticas pelas vias menos dolorosas foi permanente. Consciente de que nas guerras os mais afectados são os sectores populares, procurou sem descanso os caminhos da reconciliação da família colombiana através de acordos e propiciou persistentemente o diálogo com os distintos governos que, sem excepção, pretenderam por essa via submeter a vontade de luta a troco de migalhas".
Um dia antes desta homenagem, a CCB promoveu a apresentação do livro "Manuel Marulanda Vélez, o herói insurgente da Colômbia de Bolívar" junto das centenas de pessoas que enchiam um dos salões do Quartel San Carlos, em Caracas.
Perante as homenagens e o apoio popular ao histórico dirigente guerrilheiro, o Estado colombiano apresentou uma nota de protesto junto das autoridades venezuelanas. Como resposta, um dos representantes da Coordenadora Simón Bolívar, organização comunitária do bairro 23 de Enero, apelou a que todos enviassem uma nota de protesto junto das autoridades colombianas pela presença de narcotraficantes nas altas esferas de Bogotá.
1 comentário:
Em cheio, a resposta da Coordenadora...
Um abraço.
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