No seu livro "Lénine e a Revolução", Jean Salem dedica um capítulo à velha discussão entre os revolucionários e os reformistas. O professor francês explica que "os grandes problemas da vida dos povos nunca são resolvidos senão pela força". E apesar de os comunistas não renunciarem a qualquer forma de luta, "os revolucionários não devem renunciar à luta pelas reformas". Apresenta ainda que, segundo Lénine, "o exército permanente e a polícia são os principais instrumentos da força do poder do Estado" a que Salem acrescenta "a multiplicação das polícias ou outras milícias privadas", no contexto da globalização capitalista.
Pensemos na Colômbia, onde o capital, para além do Estado, utiliza as milícias paramilitares para combater os sindicalistas e guerrilheiros e para sustentar o tráfico de droga. Pensemos na Colômbia, onde as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP) tentaram, nos anos 80, a luta pacífica através da participação nas eleições e da qual foram arredadas pela carnificina que levou à morte de três mil membros da União Patriótica. Pensemos na Colômbia, onde os Estados Unidos investem milhões de dólares e equipam o exército colombiano com as armas mais avançadas.
Suponho que Hugo Chávez não tenha reflectido muito antes de ter afirmado que a luta armada, protagonizada pelas FARC-EP, já não faz sentido. Porque nenhum revolucionário pode acreditar que as formas de luta são próprias de um tempo específico, como se de uma moda se tratasse, e não reflexo da agudização da violência dos exploradores contra os explorados. Neste sentido, dizer que as FARC-EP representam uma desculpa para a intervenção dos Estados Unidos na América Latina não só é absurdo como rídiculo porque outros, como Salvador Allende, provaram que qualquer mudança política, pacífica ou violenta, que não satisfaça o imperialismo norte-americano será alvo da ingerência colonial de Washington. Para além disso, o presidente venezuelano acrescentou que a guerrilha deve libertar os homens e mulheres que tem em seu poder sem se referir por uma única vez aos guerrilheiros e guerrilheiras que apodrecem nas prisões colombianas.
Hugo Chávez sabe que uma boa parte da economia Venezuela está nas mãos do capital. O processo bolivariano tem resultado em conquistas fenomenais para a classe trabalhadora mas a burguesia não vai ceder o poder económico de forma pacífica. Como se diz em Portugal, "depois veremos".
Pensemos na Colômbia, onde o capital, para além do Estado, utiliza as milícias paramilitares para combater os sindicalistas e guerrilheiros e para sustentar o tráfico de droga. Pensemos na Colômbia, onde as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP) tentaram, nos anos 80, a luta pacífica através da participação nas eleições e da qual foram arredadas pela carnificina que levou à morte de três mil membros da União Patriótica. Pensemos na Colômbia, onde os Estados Unidos investem milhões de dólares e equipam o exército colombiano com as armas mais avançadas.
Suponho que Hugo Chávez não tenha reflectido muito antes de ter afirmado que a luta armada, protagonizada pelas FARC-EP, já não faz sentido. Porque nenhum revolucionário pode acreditar que as formas de luta são próprias de um tempo específico, como se de uma moda se tratasse, e não reflexo da agudização da violência dos exploradores contra os explorados. Neste sentido, dizer que as FARC-EP representam uma desculpa para a intervenção dos Estados Unidos na América Latina não só é absurdo como rídiculo porque outros, como Salvador Allende, provaram que qualquer mudança política, pacífica ou violenta, que não satisfaça o imperialismo norte-americano será alvo da ingerência colonial de Washington. Para além disso, o presidente venezuelano acrescentou que a guerrilha deve libertar os homens e mulheres que tem em seu poder sem se referir por uma única vez aos guerrilheiros e guerrilheiras que apodrecem nas prisões colombianas.
Hugo Chávez sabe que uma boa parte da economia Venezuela está nas mãos do capital. O processo bolivariano tem resultado em conquistas fenomenais para a classe trabalhadora mas a burguesia não vai ceder o poder económico de forma pacífica. Como se diz em Portugal, "depois veremos".
1 comentário:
"O processo bolivariano tem resultado em conquistas fenomenais para a classe trabalhadora mas a burguesia não vai ceder o poder económico de forma pacífica."
Ora pois...
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