Há uma copeira que tem saudades da Ilha do Fogo. Entre a sujidade dos tachos e das frigideiras, é a saudade que lhe desperta a ternura do rosto. E depois do almoço, quando todos saem, ficamos sozinhos. Eu porque não fumo. Ela porque se perde nas memórias de um futuro que não chega.
Entusiasmada, fala-me da sua terra, do vulcão, das pessoas, do mar. Explica-me que o país sobrevive graças ao turismo e à emigração. E, de súbito, a voz muda de tom. Pressente-se a amargura das palavras que se seguem: "A grande tragédia de Cabo Verde foi a morte de Amílcar Cabral". Então, I. despe a pele da copeira que tem saudades da Ilha do Fogo - entre a sujidade dos tachos e das frigideiras - e exalta a 'geração de ouro' de um tempo que já partiu: Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Samora Machel.
Depois, cantou o hino da independência, sorriu-me e regressou à copa.
Entusiasmada, fala-me da sua terra, do vulcão, das pessoas, do mar. Explica-me que o país sobrevive graças ao turismo e à emigração. E, de súbito, a voz muda de tom. Pressente-se a amargura das palavras que se seguem: "A grande tragédia de Cabo Verde foi a morte de Amílcar Cabral". Então, I. despe a pele da copeira que tem saudades da Ilha do Fogo - entre a sujidade dos tachos e das frigideiras - e exalta a 'geração de ouro' de um tempo que já partiu: Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Samora Machel.
Depois, cantou o hino da independência, sorriu-me e regressou à copa.
2 comentários:
Excelente post!
Um abraço.
A grandeza das coisas simples; a superioridade das pessoas simples.
Enviar um comentário