quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Aprender com o 11 de Setembro

Foi há 35 anos. Os militares golpistas apoiados pelos Estados Unidos bombardeavam o Palácio de la Moneda em Santiago do Chile. Daí, pegando numa arma oferecida por Fidel Castro, Salvador Allende disparava a palavra através da Rádio Magallanes: "Pagarei com a minha vida a lealdade do povo". Depois, com balas, resistiu ao ataque fascista.

Apesar de toda a discussão sobre a possibilidade de passagem ao socialismo através da via pacífica, não podemos negar que Salvador Allende foi um dos grandes da história do movimento revolucionário. No ano em que se comemora o 100º aniversário do seu nascimento, a Festa do «Avante!» homenageou-o. E importa muito que se estude e se discuta a experiência chilena.

Neste momento, na Bolívia, atravessam-se tempos muito duros. Depois da vitória explicita de Evo Morales no referendo revogatório, o separatismo fascista lançou o caos nas regiões que domina. Ontem, tomaram de assalto várias instituições governamentais e espalharam o terror pelas ruas. Vive-se uma situação extremamente delicada em que o governo, por um lado, não responde às provocações e em que os golpistas, por outro, tentam esticar a corda ao máximo. Várias organizações de trabalhadores, do lado do governo, bloquearam as estradas que ligam às regiões governadas pelos oligarcas. Os fascistas, por sua vez, sabotaram vários gasodutos que forneciam gás ao Brasil.

Em vésperas de uma possível guerra civil, vale a pena recordar o que se passou no Chile. Ontem, Evo Morales decretou, e bem, a expulsão do embaixador norte-americano Philip Goldberg - que entre 1994 e 1996 foi o chefe do gabinete do Departamento de Estado norte-americano para a Bósnia (deve ser perito em fomentar o separatismo) - por conspirar secretamente com os líderes fascistas. O Partido Comunista da Bolívia apelou a que se derrote a direita "em todos os campos". E, estou convicto, de que o povo saberá dar uma resposta à altura do que merecem os fascistas.

3 comentários:

Anónimo disse...

comprei a vértice este mês e vem lá um artigo sobre a revolução e contra-revolução na bolívia..
mas ainda não li.

essa merda de bloquear estradas e dos camionistas é muito perigoso
puseram o Chile de joelhos por causa disso

Pedro Bala disse...

Quem anda a bloquear estradas são os antifascistas.

Fernando Samuel disse...

Estas manobras dos contra-revolucionários bolivianos parecem tiradas a papel químico das que os contra-revolucionários chilenos levaram a cabo em 1973 - e por detrás de uns e de outros estavam/estão os EUA...

Um abraço.