Ao longo destes dois últimos dias, tenho lido vários artigos, reportagens e textos em blogues sobre os incidentes no 1º de Maio. Na sua maioria, seguem a melhor tradição mccarthista de perseguição ao PCP e aos comunistas. A farsa montada pelo Partido Socialista e por Vital Moreira foi seguida não só pela direita mas também por personalidades do Bloco de Esquerda. Daniel Oliveira, numa sanha persecutória, típica de um anti-comunista, ilustra o seu blogue com uma caricatura de Vital Moreira a levar um soco de um comunista. Esta é a verdadeira embriaguez de violência. A embriaguez de algo que não existiu mas que queriam que tivesse existido.
Indignados, como freiras inocentes, bloquistas apressam-se a acusar o PCP de sectarismo. Responsabilizam-no pelos incidentes e condenam a sua reacção. Juntam-se ao coro dos que lhe exigem desculpas. Uns dizem mata. Os outros gritam esfola. E timidamente, assustam-se, porque começa a circular na internet as imagens de um quadro do Bloco de Esquerda a gritar contra Vital Moreira. À Rádio Moscovo pouco lhe importa a que partidos pertencem os que participaram nos incidentes. As dezenas de milhares de pessoas que ali estavam estavam porque são afectas à CGTP.
A raiz do problema, mais uma vez, não é a reacção dos trabalhadores à delegação do partido do governo e a Vital Moreira. O eixo do problema encontra-se na provocação do Partido Socialista e do candidato às eleições europeias. Só compreendendo isso se pode compreender tudo o resto. Só compreendendo tudo o que disse o PS e Vital Moreira sobre a CGTP e os trabalhadores se pode analisar o que se passou no 1º de Maio. Este é o governo que mandou processar sindicalistas. Que autorizou cargas policiais sobre trabalhadores. Houve até um secretário de Estado que falou em trucidar os trabalhadores. Mas essas, claro, não foram agressões.
Ontem, já se lançavam acusações sobre um sindicalista em Melgaço. Parece que a delegação de José Sócrates foi recebida com apupos numa feira. Os apupos sucedem-se há meses. O governo e o PS acusam os comunistas de o perseguir. Contudo, sabem muito bem que é o povo quem protesta. É o desempregado, o trabalhador com vínculo precário, o sindicalista processado, o operário agredido pela polícia, a mulher discriminada no trabalho, o endividado, o idoso que tem de se deslocar quilómetros para ir a uma consulta, a pensionista que não tem dinheiro para os medicamentos, os estudantes que não conseguem pagar as propinas. São estes que BE, PS, PSD e CDS-PP perseguem.
Mas nesta perseguição não participa apenas a direita e a social-democracia. Num surpreendente - ou não - artigo de opinião no Diário de Notícias, José Saramago pede a identificação e a expulsão dos que sendo militantes do PCP participaram nos insultos. É certo que o Prémio Nobel da Literatura já atropelou dezenas de artigos dos Estatutos do PCP mas não tem qualquer pudor em juntar-se ao grupo dos que gritam esfola e ainda pede a expulsão de quem hipoteticamente do Partido tenha participado nos incidentes. Ele que neste artigo até se descreve como um "militante disciplinado" nem parece o mesmo José Saramago que atacou Cuba, que classificou os combatentes das FARC como um grupo de bárbaros narcoterroristas, que propôs uma coligação com Alberto Costa em Lisboa.
Felizmente, não nos derrotarão. Estamos e estaremos ao lado dos trabalhadores. Estamos e estaremos contra a minoria que detém o poder político, económico e mediático. Somos a única alternativa ao actual sistema capitalista. Não queremos a sua manutenção como a maioria dos partidos. Ou a sua humanização como o Bloco de Esquerda. Tampouco queremos Cuba ou a Coreia do Norte em Portugal, como disse o presidente da CIP. Com todo o respeito pelas opções daqueles povos, queremos um socialismo construído e dirigido pelos trabalhadores portugueses. Nas próximas eleições, tentaremos devolver a esperança de Abril ao nosso povo. Mas não só nas urnas. Também nas ruas. E o próximo dia 23 de Maio será de mobilização obrigatória.
Todos à Marcha da CDU!
A luta é o único caminho!
Indignados, como freiras inocentes, bloquistas apressam-se a acusar o PCP de sectarismo. Responsabilizam-no pelos incidentes e condenam a sua reacção. Juntam-se ao coro dos que lhe exigem desculpas. Uns dizem mata. Os outros gritam esfola. E timidamente, assustam-se, porque começa a circular na internet as imagens de um quadro do Bloco de Esquerda a gritar contra Vital Moreira. À Rádio Moscovo pouco lhe importa a que partidos pertencem os que participaram nos incidentes. As dezenas de milhares de pessoas que ali estavam estavam porque são afectas à CGTP.
A raiz do problema, mais uma vez, não é a reacção dos trabalhadores à delegação do partido do governo e a Vital Moreira. O eixo do problema encontra-se na provocação do Partido Socialista e do candidato às eleições europeias. Só compreendendo isso se pode compreender tudo o resto. Só compreendendo tudo o que disse o PS e Vital Moreira sobre a CGTP e os trabalhadores se pode analisar o que se passou no 1º de Maio. Este é o governo que mandou processar sindicalistas. Que autorizou cargas policiais sobre trabalhadores. Houve até um secretário de Estado que falou em trucidar os trabalhadores. Mas essas, claro, não foram agressões.
Ontem, já se lançavam acusações sobre um sindicalista em Melgaço. Parece que a delegação de José Sócrates foi recebida com apupos numa feira. Os apupos sucedem-se há meses. O governo e o PS acusam os comunistas de o perseguir. Contudo, sabem muito bem que é o povo quem protesta. É o desempregado, o trabalhador com vínculo precário, o sindicalista processado, o operário agredido pela polícia, a mulher discriminada no trabalho, o endividado, o idoso que tem de se deslocar quilómetros para ir a uma consulta, a pensionista que não tem dinheiro para os medicamentos, os estudantes que não conseguem pagar as propinas. São estes que BE, PS, PSD e CDS-PP perseguem.
Mas nesta perseguição não participa apenas a direita e a social-democracia. Num surpreendente - ou não - artigo de opinião no Diário de Notícias, José Saramago pede a identificação e a expulsão dos que sendo militantes do PCP participaram nos insultos. É certo que o Prémio Nobel da Literatura já atropelou dezenas de artigos dos Estatutos do PCP mas não tem qualquer pudor em juntar-se ao grupo dos que gritam esfola e ainda pede a expulsão de quem hipoteticamente do Partido tenha participado nos incidentes. Ele que neste artigo até se descreve como um "militante disciplinado" nem parece o mesmo José Saramago que atacou Cuba, que classificou os combatentes das FARC como um grupo de bárbaros narcoterroristas, que propôs uma coligação com Alberto Costa em Lisboa.
Felizmente, não nos derrotarão. Estamos e estaremos ao lado dos trabalhadores. Estamos e estaremos contra a minoria que detém o poder político, económico e mediático. Somos a única alternativa ao actual sistema capitalista. Não queremos a sua manutenção como a maioria dos partidos. Ou a sua humanização como o Bloco de Esquerda. Tampouco queremos Cuba ou a Coreia do Norte em Portugal, como disse o presidente da CIP. Com todo o respeito pelas opções daqueles povos, queremos um socialismo construído e dirigido pelos trabalhadores portugueses. Nas próximas eleições, tentaremos devolver a esperança de Abril ao nosso povo. Mas não só nas urnas. Também nas ruas. E o próximo dia 23 de Maio será de mobilização obrigatória.
Todos à Marcha da CDU!
A luta é o único caminho!
5 comentários:
Excelente texto.
Um abraço.
Eles atacam. Nós resistimos. É desgastante, mas ao mesmo tempo curioso, ver como para mais de 90% da representação política no parlamento acha que o PCP é o verdadeiro perigo. E assim é. Não aceitamos o status quo, não aceitamos que tudo fique na mesma, nem as "mudanças" deles para que tudo continue igual. Queremos a ruptura e não temos medo de o mostrar.
Na marcha da CDU estarei lá!
Mas os cubanos ou norte-coreanos tiveram opção?
E já não querem que Portugal seja como Cuba ou como a Coreia do Norte? Esse exemplo de "democracia"?
E o que se põe não é se vocês não serão derrotados. Já estão derrotados. Sempre foram derrotados. É essa a diferença que não percebem. O povo português não aceitará mais ditaduras, seja de quadrante for e sob pretexto for. O povo gosta demasiado da liberdade. Essa mesma liberdade que impediu Portugal de se tornar uma qualquer ditadura comunista em 1975. Se vocês não o conseguiram na altura, muito menos o conseguirão agora. Os votos que recebem são esclarecedoras. Conseguem 10% e já é um pau. Até o BE vos vai ultrapassar. E com isso irá liderar a esquerda. A vossa cassete, camaradas, já era. Já não engana ninguém.
Ditaduras? Nunca mais.
Manifesto o meu inteiro acordo com a análise contida neste muito bom texto.
Na oportunidade, aproveito para deplorar o vesgo sectário do autor do comentário anterior. Razão tem o ditado popular: "o pior cego é aquele que não quer ver", mais ainda se o faz por obrigação.
Saudações fraternas.
Um retrato muito lúcido da situação politica actual. A posição do Sr.DO é no minimo vergonhosa. A batalha do esclarecimento é fundamental, pois já se sabe o que os nossos media vão vomitar até ao dia das eleições.
Enviar um comentário