sexta-feira, 15 de maio de 2009

As tristes figuras do PCE e da Esquerda Unida

Um conjunto de cidadãos do Estado espanhol decidiu apresentar uma candidatura ao Parlamento Europeu. Constituíram assim a Iniciativa Internacionalista. Pelo impacto que têm alguns dos intelectuais comprometidos que encabeçam a lista - como o escritor Alfonso Sastre - o Estado espanhol já veio afirmar que esta candidatura tem ligações à ETA. Há uma clara tentativa de ilegalizar uma lista que se assume como "esquerda radical e internacionalista". Para conhecer melhor esta organização, nada como ler o artigo de Angeles Maestro no odiario.info.

Entre os partidos que condenaram a possível ilegalização da Iniciativa Internacionalista pelas marionetas do governo espanhol nos tribunais estão a Esquerda Republicana Catalã, o Partido Nacionalista Basco, a Eusko Alkartasuna, a Aralar e o Partido Comunista dos Povos de Espanha. É amplamente reconhecido que nenhum deles apoia a ETA e a luta armada. Todos eles são insuspeitos e, na sua maioria, são partidos social-democratas ou de direita. O Partido Comunista dos Povos de Espanha é uma cisão à esquerda do PCE. Mas reconhecem que a criminalização da Iniciativa Internacionalista representa um ataque contra a democracia. Contudo, a Esquerda Unida - onde figura o Partido Comunista de Espanha - diz que o que decidam os tribunais está bem.

Através do seu eurodeputado Willy Meyer - pelo qual até nutria algum respeito - a Esquerda Unida afirma que "se um juiz ou um tribunal decide que determinada candidatura não se deve apresentar, pois então não se apresenta". Acrescentou ainda que "estamos num Estado de Direito e o que há que fazer é respeitar o Estado de Direito, o caso está nos tribunais que serão os que decidirão".

O estado a que chegou a Esquerda Unida e o PCE é triste. Uma organização que se afirma comunista não pode tecer este tipo de comentários quando está em causa a destruição de direitos fundamentais. Abrir caminho à repressão através do seu apoio servil ao aparelho burguês só fica bem aos lacaios do capital. Não sei se sobrarão muitas migalhas ao PCE mas a classe trabalhadora, mais tarde ou mais cedo, saberá dar a sua resposta.

1 comentário:

Luís Rocha disse...

Pois claro, mas é evidente que nem o Partido Comunista Espanhol nem a Esquerda Unida são organizações comunistas. Ao contrário do que se diz desde há décadas o nefasto "euro-comunismo" não acabou após o afastamento de Santiago Carrillo da liderança, mas antes se manteve e se reforçou, a luta interna entre Carrillo e outros figurões foi uma luta pelo tacho e pelo protagonismo.

O Partido Comunista Espanhol é uma vergonha graças a sucessivas lideranças "euro-comunistas", ou seja, social-democratas, e as Comisiones Obreras fazem lembrar a nossa central amarela UGT. Esta semana por exemplo as CC.OO. vão furar activamente a greve geral no País Basco, num desavergonhado alinhamento com o governo colonial, espanholista e repressor actualmente no poder em Euskal Herria - o governo PSOE-PP. Outras noticias dizem que as CC.OO. aceitaram o congelamento salarial em algumas fábricas com a desculpa da crise.

As bases do PCE e das CC.OO. tem de varrer de vez esta corja que os lidera! O PCE e as CC.OO. só serão comunistas quando combaterem sem tréguas os partidos da burguesia e os patrões!