sexta-feira, 29 de maio de 2009

Campanha eleitoral no Estado espanhol


Propaganda eleitoral do PCPE

Provavelmente, não elegerá qualquer deputado para o Parlamento Europeu. Assume-se marxista-leninista e não mendiga as migalhas que atira o Estado espanhol a outros partidos. E, muito importante, soube estar ao lado das organizações partidárias ilegalizadas pelos tribunais com o apoio do PSOE, do PP e da IU. Trata-se do Partido Comunista dos Povos de Espanha. Há poucas semanas, assinou o documento conjunto com mais de 20 partidos comunistas - entre os quais o PCP e o PC da Grécia - com uma posição histórica sobre a União Europeia. E ontem realizou em Madrid um comício com a presença de comunistas gregos.

Também ontem, não em Madrid mas em Langreo, onde se realizava um comício do PSOE, um militante do PCPE e sindicalista das Comisiones Obreras saltou para o palco e gritou "a crise capitalista que a paguem os ricos". Isto enquanto discursava Zapatero, secretário-geral do PSOE e chefe do governo espanhol. Prontamente, a segurança daquele partido agrediu-o e lançou-o do palco a uma altura de dois metros e meio. Outros jovens que se encontravam no comício e que se solidarizaram com Juan Pablo López Barroso foram igualmente agredidos e expulsos daquela iniciativa política.

Por sua vez a Esquerda Unida foi acusada por um músico de copiar a letra de uma das suas canções e de a utilizar na campanha eleitoral. Quinze mil euros é o que se pede pelos direitos de autor. Uma situação complexa para aquele partido uma vez que em 2006 aprovou com a direita a actual Lei da Propriedade Intelectual. Para além disso, ficar-lhe-ia mal contestar as decisões judiciais depois de ter dito, em relação à possível ilegalização da candidatura Iniciativa Internacionalista, que aceitaria qualquer que fosse a sentença. Portanto, ou se retracta ou cai numa grave contradição.

No País Basco, a Iniciativa Internacionalista soma e segue. O partido que esteve para ser ilegalizado sob a acusação de ter ligações à ETA, encheu várias salas com milhares de pessoas. Arnaldo Otegi, dirigente independentista basco, pediu o voto para esta formação. E apesar de a sua maior força estar nas zonas onde o independentismo é mais forte - País Basco, Catalunha e Galiza - também no resto do Estado espanhol esta organização recebe o apoio da esquerda desiludida com projectos que se têm social-democratizado e servido de muleta ao PSOE.

2 comentários:

Andre disse...

Veremos no dia 7 se os camaradas do PCPE não subirão a votação! Quanto ao partido que a Democratura Espanhola tentou ilegalizar, veremos como ficará o resultado! Um Abraço, continua!

Nelson Ricardo disse...

Como se disse noutros tempos: «Isto vai camarada, isto vai...».

A ilusão é um instrumento poderoso mas também é falível e perante a crise internacional não é fácil aos media maquilhar a realidade tão facilmente como faziam. Daí que surjam tantos opinion-makers (quase Escrutinadores-Mor da Moral Social) a falar com tons de medo e ameaça do socialismo e da luta dos povos.

Isto vai camarada, isto vai...