sábado, 31 de janeiro de 2009
Jornalismo de qualidade
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Rádio Moscovo entrevista Embaixador da Bolívia
Quem conhece a pobreza dos barrios de Caracas sente um violento contraste ao passar em Altamira pelas mansões protegidas por seguranças privados e por redes electrificadas. Ironicamente, é aqui que se encontra a embaixada do país mais pobre da América do Sul. Mas não está só. Pelas paredes da avenida, surgem dezenas de pichagens de solidariedade com a Bolívia e com Evo Morales. E no muro da Embaixada destaca-se um mural com as várias etnias de mãos dadas.
Jorge Alvarado Ribas é o embaixador da Bolívia. Foi membro da Juventude Comunista. Estudou na União Soviética e é engenheiro geólogo. Envolveu-se no MAS, foi um dos protagonistas da guerra da água e depois assumiu a direcção da Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Para além disso, foi deputado nacional e candidato à presidência do departamento de Cochabamba. Sempre cordial, acedeu sem qualquer reserva a ser entrevistado pela Rádio Moscovo. Perguntando-lhe sobre como vive a nova situação boliviana, Jorge Alvarado sorri. Para ele, não há melhor momento na sua vida. Sente-se completo por viver este processo e por poder contribuir para uma nova Bolívia.
Rádio Moscovo - Gostaria de compreender por que motivo durante tanto tempo uma minoria branca dominou a política boliviana e como foi isso possível quando 80 por cento da população é indígena?
Embaixador Jorge Alvarado Ribas - Libertamo-nos do jugo espanhol em 1825. O nosso primeiro presidente foi o Libertador Simón Bolívar, que esteve cerca de seis meses no cargo. Depois, deixou-o ao Marechal António José de Sucre e este esteve no governo à volta de dois anos e três meses. E deixa o governo, justamente pelo desejo das oligarquias bolivianas de tomar o governo. Na prática, o Marechal foi expulso da Bolívia e do governo pelas oligarquias.
As medidas que estava tomando, com o Libertador Simón Bolívar, eram, fundamentalmente, para favorecer os indígenas da Bolívia. Por exemplo, os primeiros decretos do Libertador foram a favor dos povos indígenas. Um deles promovia a distribuição da terra aos indígenas. Estabelecia que se devia distribuir terras a todos “sem que fique um só indígena sem terra” e estabelecia uma extensão determinada de terra a distribuir para as zonas onde havia água para a rega e o dobro da extensão para onde não havia água. Contudo, o mais importante desse decreto, que não podia ficar um único indigena sem terra, nunca foi cumprido.
Outro decreto importante daquele tempo é o que estabelece que a todos os trabalhadores do campo e da cidade se deve pagar em moeda pelo seu trabalho e não em espécie. E porque emitiu esse decreto? Porque os latifundiários escravizavam os indígenas. Os donos das terras também eram donos de vidas. E esse estado de escravidão tinha a ver com o pagamento do o trabalho em espécie e não em dinheiro. Esse decreto tão pouco se cumpriu. Inclusive, essas condições existem agora na Bolívia e foram denunciadas pela Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas há um par de meses. Na zona Oriental da Bolívia, principalmente no Chaco, mantêm os indígenas em condições de escravidão e uma das formas de os manter assim é através do pagamento em espécie. Como fazem os latifundiários? Pelo trabalho do indígena pagam com roupa e com comida que o indígena vai buscar ao armazém do dono da terra. Acaba por ficar endividado de forma permanente, nunca poderá pagar essa dívida e o patrão tem-no subjugado na sua propriedade.
Desde a época em que os oligarcas e os latifundiários expulsaram Sucre, estes dirigem o Estado porque quem tem o poder económico tem o poder político. As minas, as terras, os meios de produção estão nas mãos destas oligarquias e elas tiveram o controlo da vida política em toda a história republicana.
JAR - Um dos factores foi a imposição do modelo económico neoliberal, através do qual se entregaram os nossos recursos naturais, as nossas empresas estratégicas a empresas multinacionais e através do qual se promoveu a mentira de que com este modelo económico iamos viver melhor e ter grandes investimentos de capital. Mas o resultado foi o inverso. As empresas multinacionais não trouxeram tanto dinheiro como as empresas do Estado. Venderam os hidrocarburos, a electricidade, as telecomunicações, as linhas férreas, a companhia aérea e até a distribuição de água. Para dar um exemplo, na área dos hidrocarburos, antes da sua entrega às multinacionais havia a companhia estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e entre 1992 e 1996, que é quando se a privatiza, os lucros que dava ao Estado era de aproximadamente 450 milhões de dólares anuais. Depois da privatização, as empresas multinacionais começam a dar 80 milhões, 100 milhões e o máximo que deram ao Estado foram 250 milhões de dólares. Quase metade do que dava quando a empresa era do Estado. No ano 2004, aprovámos uma nova lei de hidrocarburos através de uma luta que travaram os deputados do MAS. Eramos uma minoria mas conseguimos impor a mudança na lei. A partir daí, 50 por cento para o Estado e 50 por cento para as multinacionais. Com a lei anterior o Estado recebia 18 por cento dos lucros e os privados 82 por cento. Nesse momento, ainda não tinhamos chegado ao governo e o Estado passou receber 650 milhões de dólares. Em 2006, com Evo Morales no governo, faz-se a nacionalização dos hidrocarburos e os lucros chegam aos 1200 milhões de dólares.
O inicio deste movimento deu-se no ano 2000 com a guerra da água. Havia movimentos anteriores mas não eram tão fortes. Inclusive, os cocaleros, cujo líder era Evo, travaram várias lutas mas não tinham uma repercussão tão grande como teve a guerra da água em Abril de 2000 em Cochabamba, onde pela primeira vez na Bolívia se ataca o modelo económico neoliberal expulsando a empresa multinacional e se recupera a gestão da água para o Estado boliviano, para o município neste caso. Em 2003, dá-se a guerra do gás e expulsa-se Sanchez de Losada [o então presidente da Bolívia]. Esse movimento foi de carácter nacional porque o da água era regional, embora com repercussão nacional e mundial. Com a guerra do gás, prosseguem os movimentos reivindicativos e, depois da expulsão do governo, o vice-presidente assume a presidência. Com o seu derrube, entra um governo transitório dirigido pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça com a única finalidade de organizar as eleições. Que vencemos e que nos levaram ao governo.
RM - Que influência teve o processo bolivariano na Venezuela sobre estas mudanças na Bolívia?
JAR - Bem, a Venezuela estava num processo de mudanças, um processo de libertação em relação aos Estados Unidos e de recuperação dos seus recursos naturais e das suas empresas. Ou seja, um rompimento com o modelo económico neoliberal. Isso serviu-nos de exemplo mas vivemos o nosso próprio processo com as nossas proprias condições. Tinhamos a Venezuela como um exemplo mas não foi o factor determinante para que na Bolívia se produzissem mudanças. Por exemplo, a guerra da água que aconteceu porque a empresa que a geria, apenas dois meses depois da privatização, aumentou as taxas de uma forma abrupta. Cometeu o erro de aumentar a água em mais de 1200 por cento. Esse foi um factor determinante, um factor nosso. E essa particularidade nossa provocou o crescimento dos movimentos de oposição.
RM - Até que ponto é progressista a Constituição proposta para referendo em relação à anterior? Há uma refundação da República?
JAR - Sem dúvida. O objectivo principal da nova Constituição política do Estado é precisamente a refundação da Bolívia. Não se pode dar a refundação se não temos um instrumento, uma base legal que no-lo permita. E porque falamos de refundação e de uma nova Constituição? Não de uma simples reforma da Constituição como aconteceu 20 vezes à actual Constituição? Falamos de uma nova Constituição porque nessas 20 reformas nunca participaram as grandes maiorias da população boliviana que são os indígenas e os camponeses.
RM - E em que aspectos a Constituição se revela como progressista?
JAR - Dão-se mais direitos aos povos indígenas e aos camponeses. Reconhecem-se-lhes os direitos de cidadania. Reconhece-se a plurinacionalidade. Reconhece-se a pluricultura. Reconhece-se a autonomia das comunidades indígenas. São direitos que se estão a devolver aos povos indígenas que já os tinham antes da invasão da América pelos espanhóis. O sistema de vida desses povos, como a propriedade da terra, era comunitária. E agora está a devolver-se-lhes esses direitos.
RM - Acha que com esta nova Constituição se vai conseguir diminuir o poder das elites sobre os recursos naturais e a terra?
JAR - Pelo menos o que se pretende é limitar. A Constituição não tem carácter retroactivo para quem já possui terra. Mas há uma particularidade. Toda essa terra que os proprietários têm no caso de estar a cumprir uma função social, ou seja, se está a ser trabalhada e a produzir, será mantida. Se não têm estas caracteristicas são terras ociosas e o estado vai recupera-las fazendo uma nova distribuição da terra. Isso é importante. Não é que se lhes vão tirar as terras se as estão a trabalhar. A nova Constituição é clara e estabelece que a terra tem que ter uma função. Para os novos proprietários, por exemplo, se tu queres comprar terras, a extensão será definida pelo referendo. Uma das perguntas será qual o tamanho máximo da terra que devia ter um cidadao. Não houve um consenso na Constituinte e por isso, nas respostas possíveis, estão os cinco mil ou os dez mil hectáres. Portanto, o povo que é soberano vai decidir a extensão máxima.
RM - E o governo faz campanha por alguma das respostas?
JAR - Não, o governo nesse aspecto não está a dar nenhuma directriz. Queremos que haja liberdade entre o povo para o definir e vamos aceitar qualquer que seja a sua decisão.
RM - Vai ser possível levar esta nova Constituição à prática com a oposição dos sectores conservadores?
JAR - Sim, sem dúvida. Esta é uma decisão do povo. O governo vai po-la em prática mandatado pelo povo e em caso de oposição serão as organizações sociais que se imporão para pôr em prática a Constituição.
Entrevista conduzida por Bruno Carvalho
sábado, 24 de janeiro de 2009
Documentário sobre homenagens a Marulanda em Caracas
1ª parte - http://www.youtube.com/watch?v=8rBGWYqzhQc
2ª parte - http://www.youtube.com/watch?v=rdZEr4h1rEQ
3ª parte - http://www.youtube.com/watch?v=xCy29htxeYQ
Viva Manuel Marulanda!
Vivam as FARC-EP!
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Entre livros da Anita e de Karl Max
Obama contra a Palestina

"Durante anos, o Hamas lançou milhares de foguetes contra israelitas inocentes. Nenhuma democracia pode tolerar um tal perigo para a sua população, tal como a comunidade internacional, e os palestinianos também não o deveriam tolerar, uma vez que os seus interesses apenas são prejudicados com os actos de terrorismo".
Durante meses, ouvi-os falar sobre as grandes perspectivas que se abriam à humanidade com a eleição de um candidato negro. Ejacularam prosa e muita poesia sobre as virtudes do líder da nova era do século XXI. E sob o êxtase dos media, os comunistas, progressistas e democratas justamente inclinados a referir que o sistema norte-americano não se baseava no poder do presidente da república caíram na linha de fogo. Em grande medida, a culpa recai sobre os social-democratas porque foram sempre eles que nos momentos mais críticos nos deixaram isolados e abriram caminho ao que de pior existiu no mundo. Agora, a pouco e pouco, Barack Obama - como já afirmou - vai desiludir. Porque tudo não passa de uma ilusão. E nós, como sempre, partimos como a minoria que luta contra o imperialismo. Ao nosso lado, não teremos a maioria dos jornais, dos líderes políticos, dos empresários «empreendedores» e dos intelectuais das elites. Felizmente, estamos com aqueles que como o povo palestiniano resistem e lutam.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Todos com a Palestina!
- fim do massacre Israelita do povo Palestino
- fim do bloqueio Israelita na Faixa de Gaza
- liberdade para a Palestina
- fim dos acordos bilaterais entre Portugal e Israel enquanto não forem cumpridas as resoluções da Nações Unidas, restabelecida a paz no território, e criadas condições para um estado Palestino livre e soberano
Quem ainda pretende preservar alguma "imparcialidade" neste conflito, argumentando que ambos os lado são responsáveis por crimes, ataques militares e terrorismo, faço duas perguntas:
- Há ou não um povo que oprime outro? Gozam os Palestinos dos meus direitos e privilégios no seu território que os judeus Israelitas em Israel? Especifico judeus israelitas, porque não nos podemos esquecer que em Israel também existem cidadãos Palestinos. E se alguém pensa que eles gozam dos meus direitos de cidadania que os judeus Israelitas, leiam a recente decisão do Comité Central de Eleições que decidiu banir dois partidos árabes – o Balad e a Lista-Ta'al de Árabes Unidos – de concorrem nas eleições legislativas do próximo mês. Decisão esta tomada a pedido de dois partidos da ultra direita – Yisrael Beiteinu e a Partido Religioso de União Nacional.
- Quantos mortos e feridos se registam entre os civis das duas populações? Os números parecem-me reveladores de uma certa desproporção na eficácia dos morteiros do Hamas e de as forças armadas terrestres, aéreas e marinhas de Israel. Parecem-me também indicar que, embora os morteiros enviados a partir dos territórios causem feridos, mortos e medo, que este último é propositadamente exacerbado pelo Governo com o objectivo de criar uma justificação para o bloqueio criminoso, ao ponto de proibir a entrada am Gaza de ajuda médica e humanitária, e para o massivo e indiscriminado massacre militar, que tem chegado ao ponto de destruir instalações das Nações Unidas
Com o lema "Fim ao Massacre na Palestina, Solidariedade com o Povo Palestiniano", está a decorrer uma campanha de esclarecimento do PCP.
retirado do blogue Jangada de Pedra
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Provável vitória da FMLN em El Salvador
Oposição planeia destabilizar a Venezuela
Num golpe perfeito, um jornalista da Ávila Tv, canal público venezuelano, encontrou o director do principal canal privado, Globovisión, na sua chegada de Porto Rico ao aeroporto de Caracas com outros dirigentes da oposição a Hugo Chávez. De Alberto Frederico Ravell, o repórter obteve insultos e ameaças quando o acusou de 'palangrismo'. Esta é uma expressão pejorativa que caracteriza o jornalista que beneficia alguém em troca de algum benefício.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Palestina vencerá!
Viva Ahmed Sadaat!
Viva a Frente Popular!
Viva a resistência do povo palestiniano!
sábado, 17 de janeiro de 2009
Combater a desinformação!
Anónimo
João Marcelino provoca-me náuseas. Mas ao mesmo tempo satisfaz-me porque aclara que as nossas análises estão correctas. Ou seja, o director do Diário de Notícias destapa e mostra que o seu jornal não faz mais do que impor o pensamento neoliberal à maioria dos portugueses. E porque lhe chamo imposição? Precisamente porque a comunicação social continua nas mãos de uma minoria que, por sinal, é a mesma que controla a economia do nosso país. Hoje, num artigo de opinião, João Marcelino traça o retrato de José Sócrates como um político excepcional e sai em defesa do primeiro-ministro lançando um feroz ataque ao partido "Os Verdes" acusando-o - como o seu ideólogo - de ser um fantoche criado pelo Partido Comunista Português. Para tal, recupera as declarações de Zita Seabra - essa campeã da verdade que disse que Che Guevara combateu na Colômbia, que Amílcar Cabral era guineense e que Honecker morreu como secretário-geral do partido que governava a RDA.
Este não é um caso excepcional. Ainda há poucos dias, o Público - como denunciámos no artigo anterior - dizia que a Venezuela se preparava para perpetuar Hugo Chávez no poder. E a RTP, sem qualquer pudor e uma semana antes da greve decretada pelos professores, decidiu abrir dois telejornais com reportagens chocantes que envolviam a classe docente. Na primeira, uma professora obrigara uma criança a despir as pernas perante a turma e na outra o marido de uma professora atacara um aluno com uma navalha. Não há quaisquer dúvidas sobre a culpabilidade de quem cometeu tais actos. Mas sobram muitas sobre o valor-notícia que leva a emissora do Estado a mediatizar sucessivamente acontecimentos que denigrem a classe docente.
Na Venezuela, tive a oportunidade de contactar com vários jornalistas. Depois da vitória de Hugo Chávez em 1998 e, principalmente, depois da avalanche popular que derrotou o golpe de Estado em 2002, os meios de comunicação alternativos cresceram consideravelmente. Apesar do poder económico da burguesia se manter quase intacto, a população e o Estado promoveram a criação de jornais, revistas, rádios e televisões para combater a desinformação e para se baterem de igual para igual na batalha ideológica. E a verdade é que em cada um dos lados das barricadas informativas há visões do mundo absolutamente diferentes. O povo venezuelano tem agora em suas mãos mais uma ferramenta para ver de forma consciente e crítica a realidade que o rodeia. Em Portugal não. Vivemos à sombra do que nos injecta a burguesia portuguesa. E daí vem a necessidade de combatermos com os poucos meios que temos à nossa disposição a ditadura informativa que se vive no nosso país.
Nunca é demais repetir-se a importância que têm os meios de comunicação para os movimentos revolucionários. Os portugueses devem sentir-se orgulhosos de terem entre si o jornal comunista que mais tempo sobreviveu na clandestinidade. Mas, sem qualquer tipo de saudosismo, devemos contar com ele para informar e difundir as ideias que defendemos. O «Avante!» não foi, não é, nem será uma peça de museu. Serviu e servirá de meio para informar e agitar. Principalmente porque como marxistas-leninistas consideramos a verdade como um eixo essencial do nosso pensamento e acção. Que melhor forma de combater as omissões e as mentiras dos porta-vozes da minoria capitalista que com os meios dos que defendem a maioria trabalhadora?
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Mentira com toda a dentadura
Hugo Chávez aceitou a derrota na reforma da Constituição e aceitou a derrota em Caracas nas eleições regionais. Quantos referendos negativos são precisos para que a União Europeia reconheça a derrota da proposta de Constituição Europeia?
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
O silêncio é criminoso
Quem se cala também é criminoso!