domingo, 11 de julho de 2010

O capitalismo não tem pátria

Há alguns anos, num golpe de oportunismo publicitário, o Banco Espírito Santo patrocinava milhares de bandeiras penduradas nas janelas portuguesas. Com o patriotismo na ponta da língua, Ricardo Salgado imitava outros capitalistas interessados em mostrar o seu amor por Portugal. Enquanto arrancavam fábricas de Portugal e as implantavam em países com mão-de-obra barata largavam lágrimas de afecto pela pátria. Agora, Ricardo Salgado mostra-se chateado com o governo português por ter utilizado a 'golden share'. Como Durão Barroso, outro patriota, que se lança indignado contra este ataque ao mercado livre. Como sempre, as elites mostram que o capital não tem pátria e que são os povos os que acabam sempre por lutar pela soberania nacional.

Não se trata de apoiar a manutenção da Vivo no seio da PT. Também não se trata de apoiar a venda da Vivo à Telefónica. No fundo, num mundo diferente, a Vivo seria do povo brasileiro, a PT do povo português e a Telefónica do povo castelhano. E não haveria qualquer instituição supranacional a dizer o que cada um pode ou não fazer com as suas próprias companhias de telecomunicações.

1 comentário:

Op! disse...

O «patriotismo» capitalista é tão falso como qual quer outra das suas distracções, e é geralmente xenófobo e racista. Esse dito «patriotismo» é apenas mais uma venda nos olhos de uns tantos trabalhadores que ainda não viram quem afunda este país e os seus habitantes!