quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ataque brutal contra democracia e liberdade

A partir de hoje, os registos das comunicações que produzimos através de telefone móvel e fixo e através da internet vão ficar armazenados nos operadores de telecomunicações à disposição da justiça durante um ano. Como podem ler na lei, as nossas chamadas, os nossos e-mails, os nossos sms, os endereços que visitamos na internet, tudo isso vai ser alvo de retenção. A data, a hora do inicio e do fim e a duração das comunicações, com quem comunicamos e a localização mas - dizem eles - não o conteúdo.

Esta é uma directiva europeia aplicada agora na nossa legislação e que foi implementada primeiro em Inglaterra depois dos atentados no metro de Londres. Não só é um ataque brutal à privacidade mas mais do que isso é um violento atentado à democracia. Desde o 11 de Setembro de 2001 que o "terrorismo" serviu de desculpa à vaga securitária que tanto a burguesia desejava. Impor uma legislação que permitisse a vigilância total sobre os cidadãos era um desejo antigo.

14 comentários:

J.S. Teixeira disse...

Esta é apenas mais uma medida a juntar a outras dezenas que visam controlar aquilo que as pessoas dizem, quando o dizem e como o dizem. A demanda que o PS tem feito, por exemplo, para fechar alguns blogues (meu caso) e perseguir criminalmente alguns jornalistas são o pináculo do retorno do fascismo a Portugal. Como diria um amigo meu, "são as larvas do fascismo a voltar à superfície".

A nossa luta é, hoje mais do que nunca, necessária.

Nelson Ricardo disse...

O fascismo ressurge sobre a forma de securitarismo e vigilância total dos cidadãos, cada vez mais cai a máscara à farsa que chamam de democracia.

Vigilância na Europa e nos EUA, Golpes de Estado e sublevações populares financiadas pelo Capital no resto do mundo.

Os prospectos de futuro estão cada vez piores e aqueles que lutam contra ela estão cada vez mais cercados pelo controleirismo da burguesia.

Coragem, camaradas, que os tempos que se avizinham são negros.

Pedro Bala: Se não te importas, vou colocar este post no meu blog, com a inevitável referência à sua origem (o radiomoscovo).

Anónimo disse...

Esta é uma lei para criar medo nas pessoas.

Todos aqueles que desconhecem a lei e a realidade dos casos, vão se sentir ameaçados com este tipo de "avisos" bem ao gosto dos incompetentes Mi5 ou Scotland Yard.

Os ingleses (tal como os americanos) podem ser peritos neste tipo de avisos; mas também já deram mostras de ser verdadeiramente incompetentes.

josé Luz disse...

Mas o que é que esperavam,mas afinal a "democracia"capitalista não é também uma forma da classe capitalista expressar a sua ditadura de classe? Continuem a acreditar e a não criticar aqueles que a todo o momento,procuram dar crédito as instituições e a "democracia" burguesa,pois logo veram onde vão parar.
Razão tem o Teixeira,"esta luta é,hoje mais do que nunca necessária".Pois é, mas primeiramente tem que se começar a partir de dentro das nossas fileiras, arrancando e desmascarando as falsas ilusões social-pacifistas e eleitoralistas que vos querem encher a cabeça.Quando isso acontecer entraremos num novo patamar da luta de classes,não em defesa da "democracia" parlamentar burguesa,mas sim pela DEMOCRACIA SOCIALISTA e pelo SOCIALISMO

filipe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
filipe disse...

Certíssimo o título escolhido.Como foi discutida e aprovada esta lei, securitária e fascizante?! Desculpa(em), mas para mim é uma completa surpresa.Alguém razoavelmente informado, sobre as práticas persecutórias e secretas - já hoje em curso - dos serviços ditos de "segurança do Estado", acreditará que tal lei visa dar combate ao crime organizado ou às actividades das organizações fascistas no país? Por mim, acredito que ninguém. É, claramente, mais um instrumento "legal" para liquidar o direito de todos nós a decidirmos quando, como, o quê e a quem manifestamos o nosso pensamento. É a liquidação da privacidade nas relações pessoais. É a "institucionalização"(de novo entre comas) das práticas antigas da Pide/DGS e modernas da CIA e suas extensões domésticas, a concretização do "Big Brother". Onde está sequestrada a Constituição? Onde ficou Abril? "Que Fazer(mos)?"
Tal como o Nelson, peço-te licença para usar tambem este teu post.
Abraço.

Dalaiama disse...

Mesmo que os canalhas digam que não vão guardar o conteúdo das mensagens, trata-se de um primeiro passo para daqui a algum tempo dizerem: 'já agora, combatíamos melhor o crime controlando também os conteúdos das mensagens'.
Desde o teu post Pedro, até aos comentários, aqui está mais uma vez tudo muito bem dito!
Abraço

Luís Rocha disse...

A ameaça do fascismo está cada vez mais actual e como em outros tempos ele procura mascarar-se com uma fachada democrática.

Todos os anti-fascistas devem estar preparados para o que der e vier. Já é hora de dizer abertamente que precisamos de uma verdadeira revolução. Abril de novo, revolução de novo.

jose luz disse...

Então Luís, Abril de novo?
Porque não ir mais longe.Quer continuar a limitar-se a "democracia" burguesa?
Não acha que o nosso mal foi precisamente esse?
Aliás,ha dois Abril,o primeiro o do dia 25,onde os militares foram obrigados a fazer um golpe de Estado militar - e não uma "revolução democrática" como muitos lhe chamam - e derrubar a ditadura fascista,devido a derrota militar que lhes foi imposta pelos "MOVIMENTOS de LIBERTAÇÂO" das ex-colonias,não lhes deixando qualquer outra alternativa para acabar com a guerra colonial.E é principalmente aos "MOVIMENTOS de LIBERTAÇÂO",que o povo Português,pode agradecer a queda do fascismo e sua "liberdade".
O outro Abril o dos trabalhadores,foi aquele onde estes,fizeram GREVES e MANIFESTAÇÔES e cercaram o PARLAMENTO, para exigir os seus direitos economicos e outras reivindicações sociais, que não constavam no programa do MFA e este movimento só não foi mais para a frente, porque os trabalhadores não tinham uma direcção consequente e revolucionária para os dirigir,pelo contrário foram traídos por aqueles,os Choras desse tempo,em nome do caos económico e de um possivel retorno ao fascismo,linguagem que serviu para amedrontar e refrear esse movimento,mas,que hoje reivindicam essas "CONQUISTAS" como suas.
Mas pelos vistos o ran-ran pequeno burguês reformista,saudoso da velha alinça Povo/MFA, ainda continua presente.
A crise presente do capitalismo não se compadece com tais opiniões e ilusões.

Luís Rocha disse...

Quem fala como o José Luz quase nunca é operário e quase sempre é pequeno-burguês. Da minha parte posso dizer-lhe que há 9 anos que não conheço outra situação que não desemprego e precariedade (incluindo muito trabalho braçal).

É evidente que eu não estou a dizer que não houve erros no 25 de Abril, é evidente que se podia ir mais longe. E é evidente que, passados mais de 30 anos não queremos fazer igual e sim fazer melhor.

Mas como o José e muitos outros esquerdistas de café que eu conheço estão muito entretidos com o seu copo de whisky na mão nas suas tertúlias a dizer se fosse o meu grupelho e não o partido do Cunhal a liderar o 25 de Abril tínhamos ido mais longe.

O problema, sabe, não é o que queremos ou desejamos (socialismo, poder popular, etc) mas sim o que podemos fazer para lá chegar.

O que fizeram os inúmeros (e microscópicos) "verdadeiros" partidos comunistas nesses tempos, e o que fizeram os mesmos nas muitas décadas que passaram desde então? Se me disser que fizeram o Bloco de Esquerda eu digo lhe que tem um bom sentido de humor.

Sabe que o invejo... eu também gostava de mandar umas larachas do alto do conforto de uma vida pequeno-burguesa. Infelizmente muitos de nós (do povo), temos de nos contentar com o pouco que a luta nos vai dando, que não é mais do que uma luz ao fundo do túnel neste momento.

Em matéria de desejos é muito fácil chegarmos a acordo, senão vejamos: quem em Portugal não gostaria de ver a corja toda na cadeia? PS-Sócrates-Coelho-Pina Moura-Lopes da Mota-Fátima Felgueiras-Narciso Miranda-Mesquita Machado-Freeport-PSD-Ferreira Leite-Santana-Carmona-Valentim-Isaltino-Dias Loureiro-BPN-BPP-BCP-Jardim Gonçalves-Ferreira Torres-a lista é interminável... (creio que a maioria dos eleitores concordaria).

Nacionalizações, Reforma Agrária, Controlo Operário... quem não gostaria (pelo menos na esquerda)?

É muito fácil dizer o que queremos, bem mais difícil é explicar aos trabalhadores que a alternativa existe e é possível, bem mais difícil é explicar-lhes que a sua dura luta será recompensada.

Porque os trabalhadores que o fazem e lutam nem sempre ganham e ainda podem apanhar com conversas de café - sempre cépticas - de alguns esquerdistas com os seus copos de whisky na mão.

joseluz disse...

Caro Luís
Tenho pena que em vez de se debruçar sobre as questões que lhe coloco,enverede por um tipo de argumentos e pequenissimas provocações,que em meu entender não o levam a lado nenhum e no qual eu sinceramente não estou disposto a responder.
Se quiser responder as questões que levanto muito bem,depois e só depois disso me encarregarei de falar sobre as possiveis "ALTERNATIVAS"
Quanto ha sua situação de desmpregado,lamento-o sinceramente e digo-lhe mais,eu também estou sem trabalho vai para dois anos,-não usufruindo de qualquer apoio social-onde tenho vivido conjuntamente com minha companheira,ha conta dos meus filhos.
Quanto ha minha origem e condição social,descendo de familias proletarias, sou operario metalurgico e tenho 62 anos.
Quanto ao trabalho "braçal"imagine quantos anos tenho a mais que voçê.
Ainda assim, pode ser que um dia nos possamos encontrar e ter a possibilidade de beber um "whisky"
um abraço.














e continue a enveredar por uma linguagem agressiva e arrogante. imprópria para quem se assume como comunista.
Quanto há minha origem social

Anónimo disse...

Brutalmente surpreendidos? Eu, sinceramente não me sinto surpreendido, antes pelo contrário, ainda a procissão vai no adro. Quanto ao tipo de análise recorrendo sempre com alarmismo em relação aos perigos com que se defronta a "DEMOCRACIA" não me parece que essa seja a melhor forma de abordar o problema, diga-se de passagem que comparado com outros existentes até dão um pouco vontade de rir.

Luís Rocha disse...

Se o José é operário sabe melhor que ninguém como o seu discurso ultra radical está isolado das massas. Lamento a sua situação também (ainda não está reformado?), mas sabe que não é com grandes teorias que a nossa situação vai mudar. A situação só vai mudar aproveitando cada luta para leva-la o mais longe possível.

O José acusa-me de lançar provocações, como se não estivesse ele próprio a lançar-las também.

Sente-se muito ofendido pela minha resposta, mas acha que chamar de reformista ao PCP é, isso sim, linguagem própria de um comunista.

Porque não nos esclarece, já que o PCP é reformista, qual é o partido ou organização revolucionária em Portugal? Vá lá diga o nome do seu grupelho!

Sobre as suas perguntas: isso não perguntas, mas sim afirmações disfarçadas de perguntas. O José deduz que os comunistas (do PCP) queriam apenas a democracia burguesa, o que é falso. Diz que o nosso mal foi não atingir o socialismo, mas como queria lá chegar? Talvez com uma guerra civil a 25 de Novembro?

Isto tudo não passa de conversa de café... O José é capaz de me dizer que estava pronto para dar o corpo às balas a 25 de Novembro, pois pois... eu também posso dizer o que quiser sobre um acontecimento passado há mais de 30 anos...

E sim gostaria de saber quais são as suas soluções alternativas, isso seria sempre mais interessante do que algumas perguntas provocativas (tipo a culpa é toda do PCP e do MFA).

joseluz disse...

Caro Luís
Comprendo as razões pelo o qual você prefere se mantêr a fazer ataques pessoais,em vez de se debruçar e discutir politicamente as questões que levantei sobre a sua opinião acerca de um "Abril de novo".
Para que compreenda que essa não é a melhor forma de se debater o assunto, vou-lhe colocar duas novas situações,uma bem mais fácil e simples que a outra e ainda sugerir-lhe que leia um artigo,onde se expõe algumas das razões que determinaram a degenerescência revisionista/reformista da maioria dos PCs,incluindo o nosso.

1º-Acha normal,as "associações de empresários" dos Têxteis,irem agradecer ao PCP, -ver www.PCP.pt-tudo quanto o PCP tem feito pelo sector e sugerir-lhe novas exigências para atender as necessidades do sector -leia-se dos patrões- quando estes representam o sector mais reacçionário da classe capitalista,são dos que mais mal pagam aos trabalhadores,submetendo estes a ritmos intensivos de trabalho,onde se verifica a maior parte dos salários em atraso e se têm dado despedimentos em massa?Não acha que esta politica tem prejudicado imenso os trabalhadores?Não sendo por acaso que os patrões lhe agradecem.
Não acha que o PCP,tem sérias responsabilidades em tudo quanto aconteceu na ex-URSS e no campo Socialista,quando desenvolveu uma politica de acção e amizade com estes,nunca os denunciando e sendo cumplice até ao fim.

Não acha estranho que depois deste acontecimento terrivel para o proletariado mundial e para as forças revolucinárias comunistas o PCP e a maior parte dos partidos no mundo, ainda se mantenham amarrados as politicas que determinaram essa traição?

O artigo que lhe sugiro,está em "oassaltoaocéu.blogspot.com" e chama-se -"Lenine,o leninismo e a actualidade"-
A partir daqui,caso estude de forma aprofundada estas questões,talvêz chegue a conclusão que não tem razão em chamar-me de ultra-radical.
Um abraço