"A essa oligarquia aviso-a gritando: Abram as mãos, dêem os anéis, porque chegará o momento em que vos cortarão as mãos!" Arcebispo Arnulfo Romero A revolução cubana e a vitória na Nicarágua da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) estimularam a estratégia armada e insurreccional no seio da luta revolucionária em El Salvador. Até 1992, a Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN) - que adoptou o nome do histórico comunista salvadorenho - assumiu a direcção dos combates por um El Salvador livre do imperialismo e da oligarquia. Em 1975, depois da vitória do Vietname sobre os Estados Unidos, a pátria de Ho Chi Minh enviou a Cuba as armas conquistadas aos norte-americanos. E os cubanos puseram-nas ao serviço da luta anti-imperialista passando-as à FMLN. São históricas as imagens dos guerrilheiros salvadorenhos nas montanhas de Morazán emitindo o sinal combativo da Rádio Venceremos, voz oficial da FMLN, saudando a classe trabalhadora e exortando-a à luta. Hoje é um dia importante para o povo salvadorenho. A Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN) está a um passo da vitória nas eleições presidenciais. Depois de várias décadas de gestão neoliberal, a antiga formação guerrilheira saiu vitoriosa nas eleições municipais e parlamentares. E Mario Funes encabeçou o combate prévio a este processo eleitoral. Não admira, pois, que a direita tenha mobilizado todos os seus esforços para destruir o capital de prestigio que tem a FMLN aos olhos da população. O partido Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), a oligarquia, os Estados Unidos e a comunicação social lançaram-se num ataque feroz ao que dizem ser um ascenso do comunismo em El Salvador. Também repetem o argumento de todas as direitas da América Latina: a esquerda vai vender o país a Hugo Chávez. E podemos folhear as páginas dos principais jornais de El Salvador para concluir que o ataque não descansa nos dias de reflexão e de eleições. Por exemplo, o periódico El Diario de Hoy que é uma das principais publicações do país apresenta hoje na capa: "Elege o teu futuro em liberdade". Numa clara alusão a várias declarações de dirigentes e politólogos da direita de que uma vitória da FMLN significaria um ataque à 'democracia'. O mesmo jornal destacava ontem, dia de reflexão, uma grande entrevista ao empresário Roberto Murray Meza em o próprio afirmava que "perante a crise, não estamos para experiências". Para a oligarquia salvadorenha, não se pode mudar de modelo económico no país.
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