segunda-feira, 15 de junho de 2009

Herói da URSS eleito eurodeputado na Letónia

Compreende-se perfeitamente porque ninguém fala disto. Na Letónia, onde o Partido Comunista está proibido, Alfred Rubiks, herói da União Soviética, presidente da autarquia da capital em 1991 e secretário do Comité Central do PCL, foi eleito eurodeputado no passado dia 7 de Junho. Quando se deu o colapso dos países socialistas no Leste da Europa, Alfred Rubiks defendeu a URSS e a adesão livre e voluntária da República Letã contra os nacionalistas contra-revolucionários e fascistas. Foi, então, condenado a oito anos de prisão. Cumpriu seis enquanto o seu país era destruido pela contra-revolução apoiada pelo imperialismo europeu e norte-americano. Hoje, 21 por cento da população vive debaixo da linha de pobreza e a produção industrial caiu 22 por cento.

Alfred Rubiks é o actual presidente do Partido Socialista da Letónia já que o PCL foi ilegalizado. Encabeçou a coligação eleitoral "Centro de Unidade" que ficou em segundo lugar nas eleições para o Parlamento Europeu. Obteve 19, 53 por cento dos votos e em Riga 34 por cento. Estes resultados revelam a crescente rejeição das massas na Letónia, quer sejam russófonas, letãs ou de outras nacionalidades, contra a colonização do país pelo imperialismo. Pela sentença que recebeu, Alfred Rubiks não pode ser eleito no seu país - não pode exercer cargos públicos - mas à mínima abertura democrática o povo letão deu o exemplo.

4 comentários:

Nunes disse...

Isto é que é uma notícia a sério, num blog a sério.
Aqui tens um livro que já li sobre aqueles temas que ultimamente andam muito escondidos: "The Underground Committe Carries On" de A. Fyodorov. Trata-se de um livro acerca da experiência de um guerrilheiro soviético que combateu na Ucrânia ocupada pelos soldados názis.
Um abraço do amigo e camarada Nunes

Pedro Bala disse...

bem-vindo e obrigado pela sugestão literária.

abraço

joaquim d'odemira disse...

Cheguei ao seu blog por mero acaso.Considero-o muito bom.Mas esta notícia fez-me lembrar aquela frase numa entrevista de Àlvaro Cunhal,após a queda do socialismo na URSS, sobre o PCP, dizia : "se fosse necessário começaria tudo de novo".Este homem, Alfred Rubiks merece o nosso respeito e admiração.Por isso é que a comunicação social dominante não fala do assunto.Eu costumo dizer o Povo tarda mas não falha! Destes exemplos é que a humanidade precisa.Mas a comunicação social dominante não gosta destes exemplos.
joaquim d'odemira

Pedro Bala disse...

Obrigado, Joaquim d'Odemira. Esperamos que nos visite regularmente a partir de agora.