sexta-feira, 9 de maio de 2008

"Democracia" burguesa e o "autoritarismo" popular

O Presidente da República, Cavaco Silva, acaba de promulgar o Tratado de Lisboa. É assim que funciona a democracia burguesa, só se deve perguntar ao povo se ele aceitar responder o que nós queremos. Aliás, foi isso que aconteceu aquando da vitória do Hamas nas eleições legislativas palestinianas. Em vez de a União Europeia respeitar os resultados preferiu dizer que foi uma má resposta do povo e cortou-lhe as ajudas financeiras.

Mas é interessante ver países como a Venezuela, cujo governo é considerado autoritário pelo União Europeia e Estados Unidos, referendarem a sua Constituição e aceitarem democraticamente o resultado negativo. Também é interessante o exemplo dado hoje pelo senado boliviano de agendar um referendo revogatório para ouvir a vontade do povo. Naturalmente, foi uma proposta dos representantes do capital mas foi aprovada pelos representantes do governo. Tanto Hugo Chávez como Evo Morales não pertencem à estirpe da canalha que nos governa. Não têm medo do povo.

Valha-nos a Irlanda.

2 comentários:

Anónimo disse...

«En Venezuela, el presidente Hugo Chávez aseguró que intervendrá en Bolivia si se concreta un proceso
de separación. “Ahí sí es verdad,
acúsenme de injerencia de una vez, me declaro culpable desde ahora”, dijo».
Em: http://www.correodelcaroni.com

Pedro Bala disse...

Na Bolívia, o povo reagiu de forma clara aos dois referendos que se fizeram sobre o separatismo. No primeiro, votado por todo o país, a separação foi rejeitada por maioria. No segundo, votado pela região de Santa Cruz, mais de 40 por cento da população correspondeu ao boicote pedido por Evo Morales e mais de 10 por cento votaram contra a separação. Se se efectivasse a separação seria um acto contra a soberania do povo boliviano que já demonstrou várias vezes a sua posição contrária. A burguesia boliviana e os Estados Unidos fomentam a divisão, como se tenta fazer agora com o Estado de Zulia, na Venezuela, por isso considero legitimo - se necessário - que se intervenha militarmente para repor a legalidade popular.