A Rádio Moscovo está solidária com os trabalhadores da Autoeuropa e com a sua luta pela defesa dos postos de trabalho com dignidade. Esta é uma situação que envolve mais de 3 mil trabalhadores directos, milhares de indirectos, mais as famílias de ambos. Ontem, como já aqui referimos, romperam com o pré-acordo que havia entre a Comissão de Trabalhadores (CT) e a direcção da empresa. Uma vez mais, a Autoeuropa apresenta a chantagem dos despedimentos e a deslocalização da produção como forma de aumentar a exploração. Conseguiram-no uma vez mas falharam a segunda. Mais de 1300 operários rejeitaram pagar a crise uma vez mais. Também foi a falência de uma forma de negociação muito acarinhada por António Chora (coordenador da CT e dirigente do Bloco de Esquerda). A anterior notícia que colocámos teve um número exponencial de visitas e foi bastante comentada.
Um trabalhador dizia: "o problema não é trabalhar, nunca foi. Nós ganhávamos 150 euros num sábado e passámos a ganhar menos de metade e agora querem nos obrigar a trabalhar num sábado por uma mão de quase nada. Dizem que vão reduzir os dias de trabalho este ano mas querem dois sábados este ano. Porquê? Pela primeira vez desde que estou nesta fábrica, e já são vários anos, os trabalhadores uniram-se contra os que no dia 12 de Junho ficaram em casa. É que se a votação tem sido nesse dia o não ganhava com 90% porque as pessoas que votaram sim nunca vão trabalhar um sábado de borla".
Logo a seguir, uma série de comentários a apelar à conciliação - repetindo a chantagem patronal - e irritados com a decisão dos trabalhadores. Este trabalhador, e muito bem, recordou as tiradas de Belmiro de Azevedo e insinuou que qualquer dia poderiam estar a "trabalhar sete dias por semana sem receber". No fundo, António Chora e o seu "novo sindicalismo" estão bem ao jeito de Belmiro de Azevedo quando diz que era "muito bom que houvesse cada vez mais discursos pró mobilidade" e que "os sindicatos também se habituem" à ideia de que é "indispensável que exista" mobilidade, uma vez que "sem actividade económica não pode haver emprego".
Do que toda esta gente gostaria, naturalmente, era que os trabalhadores portugueses aceitassem um aumento da exploração sob a desculpa da crise e da falta de trabalho. Como sempre, aproveitam os piores momentos para a chantagem. Quando os trabalhadores e as suas famílias sofrem, os empresários agitam o fantasma do desemprego porque sabem que é quando há menor poder de negociação. Contudo, repito, nunca os vi aumentar os salários quando não havia crise.
Um trabalhador dizia: "o problema não é trabalhar, nunca foi. Nós ganhávamos 150 euros num sábado e passámos a ganhar menos de metade e agora querem nos obrigar a trabalhar num sábado por uma mão de quase nada. Dizem que vão reduzir os dias de trabalho este ano mas querem dois sábados este ano. Porquê? Pela primeira vez desde que estou nesta fábrica, e já são vários anos, os trabalhadores uniram-se contra os que no dia 12 de Junho ficaram em casa. É que se a votação tem sido nesse dia o não ganhava com 90% porque as pessoas que votaram sim nunca vão trabalhar um sábado de borla".
Logo a seguir, uma série de comentários a apelar à conciliação - repetindo a chantagem patronal - e irritados com a decisão dos trabalhadores. Este trabalhador, e muito bem, recordou as tiradas de Belmiro de Azevedo e insinuou que qualquer dia poderiam estar a "trabalhar sete dias por semana sem receber". No fundo, António Chora e o seu "novo sindicalismo" estão bem ao jeito de Belmiro de Azevedo quando diz que era "muito bom que houvesse cada vez mais discursos pró mobilidade" e que "os sindicatos também se habituem" à ideia de que é "indispensável que exista" mobilidade, uma vez que "sem actividade económica não pode haver emprego".
Do que toda esta gente gostaria, naturalmente, era que os trabalhadores portugueses aceitassem um aumento da exploração sob a desculpa da crise e da falta de trabalho. Como sempre, aproveitam os piores momentos para a chantagem. Quando os trabalhadores e as suas famílias sofrem, os empresários agitam o fantasma do desemprego porque sabem que é quando há menor poder de negociação. Contudo, repito, nunca os vi aumentar os salários quando não havia crise.
5 comentários:
Solidariedade?! porquê?! o voto "não" parte da consciencia e bom senso de cada um. As decisoes feitas pelos mesmos, so diz respeito a Autoeuropa e a quem cá trabalha. Nao é uma questao de solidariedade e muito menos de opiniao de quem nada tem a ver com o assunto. Ninguem agita nada relacionado nem com desemprego nem com fecho nem com deslocalizaçao. Os media deviam ter vergonha de deitar axes na fogueira num assunto que nao é, nem nunca passou pela opiniao publica e nem o que é escrito nos media ou em blogs, influenciará de forma alguma os procedimentos e decisoes tomadas na empresa. Quem fala sobre administraçao, ct, colaboradores e autoeuropa devia estar calado. Simplesmente nao conhecem ninguem, nem as regras internas e muito menos o mundo empresarial da Volkswagen para dizer seja o que for.
Naturalmente, a decisão dos trabalhadores da Autoeuropa dizem respeito a eles próprios. Ninguém contestou isso. Mas como vivemos num país livre as pessoas podem opinar. Portanto, quer queira, quer não queira, estamos solidários com a decisão dos trabalhadores da Autoeuropa. Bem que gostaria muita gente que este caso fosse abafado e que as críticas em relação à administração fossem silenciadas. Para muitos, o importante é baixar a cabeça, calar e acatar o que dizem os empresários. Mas não, aqui defendemos a denúncia, o protesto, a luta e a solidariedade entre trabalhadores. Foi, é e será assim a melhor forma de conquistar direitos e de derrotar a exploração.
Não é só a critica que aqui se faz às administrações que "magoa" muita gente e provoca estes comentários. Principalmente é a critica ao sindicalismo amarelo que sucessivamente tem vindo a tentar quebrar a resistência contra a ofensiva do capital. Sindicalismo amarelo, que neste caso tem a sua figura máxima num dirigente dessa força que se apresenta como a esquerda moderna para o país.
A tal luta de classes que muito dizem já não existir, aqui está exposta em todo o seu esplendor.
O caminho é só um, a defesa intransigente dos direitos de quem trabalha, certos de que o capital aproveita cada momento para impor e aumentar a exploração.
Solidário com os trabalhadores em luta, estarei do lado certo da barricada. Sem cedências e convergências com o capital.
Alguém disse um dia, mantendo toda a actualidade nos dias que correm
«Ninguém nos trará a salvação, nem deus, nem rei, nem heróis; conquistemos nós a libertação com as nossas próprias mãos.» Lénine
Pelas informações económicas veiculadas pela comunicação social, a recente reunião anual dos accionistas da Volkswagem, esta vai aumentar os dividendos em relação ao ano de 2007. Relativamente ao exercicio do ano de 2008 foram distribuídos mais de 700 milhões de euros.
também é preciso recordar que o governo português disponibilizou cerca 900 milhões de euros do dinheiro do orçamento(nosso) para o PASA(Programa de Apoio ao Sector Automóvel) para que as empresas ultrapassem as quebras de produção e vendas, e evitar os despedimentos e e garantir os salários aos trabalhadores que seriam atingidos.
Mais informação sobre a luta na Autoeuropa em http://www.ofaisca.pcp.pt/
Continuação de bom trabalho
joaquim d´odemira
Sim, saudemos esta vitória dos trabalhadores da Autoeuropa, pela sua coragem no exercício do direito de decidir sobre os seus próprios interesses de classe, contra os interesses do patrão multinacional explorador e desmascarando todos os "amarelos", seja o desprezível Chora/B.E., que sempre os traiu na CT, sejam outros que, dentro e fora da empresa, ajoelham perante o capital da "Volkswagen", a troco de "um prato de lentilhas" (frequentemente bem mais que isso...). Votos de êxito à luta, que agora passa a uma nova e mais renhida e exigente fase, merecedora de toda a nossa solidariedade.
Um abraço!
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