Ontem à noite, milhares de pessoas desafiavam o recolher obrigatório decretado pelo presidente de facto, Micheletti, o golpista que assumiu o poder. Hoje, as Honduras assistem a uma paralisação nacional convocada pelas forças populares. Durante o dia de ontem, pudemos assistir pelas emissões da estação sul-americana Telesur às manifestações nas ruas de Tegucigalpa, capital das Honduras. Levantaram-se barricadas e exigiu-se o regresso do legitimo presidente Manuel Zelaya Rosales.
Recordemos que nas primeiras horas da manhã de ontem, militares encapuzados assaltaram a Casa Presidencial e sequestraram o chefe de Estado levando-o para a Costa Rica. Pouco depois, os militares ocuparam as ruas e tomaram os órgãos de comunicação social. A electricidade foi cortada e o sinal dos canais internacionais bloqueado. Entretanto, sequestraram a ministra hondurenha dos Negócios Estrangeiros e os embaixadores de Cuba, Venezuela e Nicarágua que a protegiam. Todos foram agredidos. Patrícia Rodas foi expulsa do país encontrando-se no México. Os embaixadores regressaram aos seus postos.
A OEA marcou uma reunião de emergência e condenou os acontecimentos nas Honduras. De resto, esta foi a tónica do dia. Nenhum Estado no mundo reconheceu Micheletti como presidente. A UE e os Estados Unidos condenaram o golpe de Estado. Mas na Assembleia Nacional hondurenha ergueu-se uma farsa para eleger Micheletti. Com uma falsa carta de demissão de Manuel Zelaya, os golpistas reclamaram ter legitimidade para tomar o poder e negaram estar a levar a cabo um golpe de Estado.
Às 18 horas, apagava-se o sinal clandestino da Rádio Globo Honduras. Às 19 horas, começava o recolher obrigatório que os manifestantes se recusaram a cumprir. Na vizinha Nicarágua, os chefes de Estado da Alternativa Bolivariana para as Américas reuniram com a presença de Manuel Zelaya e apelaram à resposta do povo hondurenho.
Apesar da condenação geral do golpe de Estado, os meios de comunicação insinuam e dão a entender que não foi um golpe mas uma detenção amparada na lei e repetem a mentira de que Manuel Zelaya queria perpetuar-se no poder. Público, Diário de Notícias e Sol acompanham a tendência geral dos órgãos da burguesia e mostram a sua perspectiva "democrática" dos acontecimentos.
4 comentários:
Também por aqui os grandes meios de comunicação estão alinhados com o "apagão" informativo que impuseram sobre o golpe. Nomeadamente - o que é particularmente significativo e sujo - nada noticiando quanto à prisão da correspondente da ABL e outros jornalistas, tal como nada dizem sobre o encerramento das estações de rádio e televisão e jornais locais.
Embora com atraso, já postei também um texto das organizações populares e indígenas hondurenhas.
Um abraço.
Caro Pedro Bala, gostaria de me desculpar imensamente. Ontem de manhã, quando vi seu post, sobre o golpe em Honduras, não prestei atenção ao fato de citar a fonte.
Desculpe!
Espero ter sua autorização para poder reproduzir novos post teus, que tanto importam na nossa causa.
Robson Ceron. http://convencao2009.blogspot.com/
VIDEO DO RESISTENÇA HONDURENHA!
http://cuestionatelotodo.blogspot.com/2009/06/blog-post.html
Na minha singela opinião quem tentou dar o golpe, chamado aqui no Brasil, de golpe "Branco" foi o presidente eleito.
Pelo que dá a perceber pela atuação do presidente do Brasil, ele pretende fazer o mesmo.
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