segunda-feira, 28 de abril de 2008

António é um barrete


Há duas semanas, António Barreto - sim, o que lixou a Reforma Agrária! - publicou um artigo de opinião no Público no qual se entretem a dissertar sobre um documento que apela ao terrorismo contra os colonos portugueses em Angola, principalmente contra as crianças, as mulheres e os velhos. Vale a pena passar os olhos, durante uns minutos, pela carta que supostamente teria sido escrita por Rosa Coutinho a Agostinho Neto. Contudo, não serão necessários mais do que breve segundos para que se constate a falsidade óbvia da correspondência. Ninguém que quisesse levar a cabo um acto desta natureza se dedicaria a escrever um documento que, provavelmente, seria tornado público. Para além disso, não referiria nomes desnecessários como o de Álvaro Cunhal, do PCP e do PCUS. É, obviamente, uma carta forjada para descredibilizar os elementos que nela estão presentes. Daí ter sido noticiada pelo Século de Joanesburgo, um dos jornais do apartheid.

Mas o que choca não é tanto o método utilizado pela reacção para denegrir a esquerda portuguesa e angolana. O que choca mesmo é, três décadas depois, António Barreto - sim, o ministro de Mário Soares! - utilizar as páginas do Público para sujar as mãos com semelhante material. E pior, desculpar-se com uma pequena nota, duas semanas depois, estilo "ah, eu pensava que...", como se não fosse perceptível para um qualquer, vá, democrata. Faz-me lembrar a história de mulheres de S. Bartolomeu de Messines, em Silves, que puseram o peito ao fresco nas janelas de casa porque uma médica - falsa, claro - lhes ligou a marcar uma "mamografia por satélite, através de raio laser". A diferença é a de que estas não tinham qualquer formação em medicina e António Barreto - sim, o que apoiou o Bloco de Esquerda! - é sociólogo e professor universitário. Razão tem o director do Avante!, José Casanova, António é um barrete.

2 comentários:

miguel disse...

pá... eu só li esta por causa das mamas da amiga!

Pedro Bala disse...

Sim, sempre nos ajudam a suportar as notícias tristes.