Durante anos, tentou criar-se a imagem de que o Partido Comunista Português era um partido obsoleto, velho, caduco. Para evitar o desaparecimento do PCP, apresentaram os partidos comunistas de Itália e de Espanha como exemplos inovadores de organizações que se adaptaram às "novas realidades" e aos "novos tempos".
E aí está o resultado. Durante quatro anos, a Esquerda Unida [EU] desenvolveu políticas de cumplicidade com o governo do PSOE. Agora, o Partido Comunista de Espanha, através da EU, não obteve sequer um número mínimo de deputados para formar um grupo parlamentar próprio. Na luta sindical, perdeu influência nas Comisiones Obreras que, em muitos casos, tem assumido posturas reformistas.
Em Itália, tanto a Refundação Comunista como o Partido dos Comunistas Italianos assumiram pastas ministeriais no governo de Romano Prodi e apoiaram políticas económicas graves. Mas não só. Também apoiaram a participação de militares italianos em operações no Afeganistão e no Líbano. No campo sindical, a CGIL, à semelhança das Comisiones Obreras, tomou o caminho do reformismo. Passados dois anos de governo, ambos os partidos lançaram, com os Verdes, a coligação Esquerda Arco-Irís e este seria "o ano zero" da construção de um movimento forte. Uma das medidas, muito contestada, foi a não colocação da foice e do martelo no símbolo da coligação. Nas eleições, sofreram uma queda dos 10 porcento para os 3 por cento. Ou seja, no "ano zero", zero deputados. Afinal, parece que a inovação não resultou.
1 comentário:
bom post!!!
podias falar tb do PCF
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