sábado, 30 de agosto de 2008

Quanto pior o sistema, pior a catástrofe


Fidel Castro e os estudantes

Normalmente, as catástrofes naturais afectam mais os países pobres. Os maremotos, os terramotos, os furacões, os tornados, as secas, as avalanches e as derrocadas são, na maioria dos casos, fenómenos inevitáveis. A natureza é, muitas vezes, inesperada e torna-se difícil, mesmo para os países ricos, prevenir estas situações. Contudo, com o desenvolvimento tecnológico tem sido mais fácil prever e suportar alguns desses acontecimentos. Mas comparando o comportamento das autoridades norte-americanas perante o que se passou em Nova Orleães, durante a passagem do furacão Katrina, com a atitude das autoridades cubanas perante todo o tipo de fenómenos naturais percebemos que o tipo de sociedade em que se vive influencia muito a resposta que se dá.

Em Cuba, existe uma mobilização geral para proteger o país do furacão Gustav. Os profissionais da saúde estão em alerta. Há sete brigadas médicas preparadas para ir para os locais que habitualmente sofrem inundações. Há um reforço de profissionais nos centros de saúde. Reforçam-se os abrigos e avança-se com a distribuição de pão e leite. Activam-se sistemas de comunicação rádio. Protegem-se as colheitas e os principais centros de produção. Na televisão, produzem-se relatórios sobre a evolução das condições meteorológicas com a presença, muitas vezes, de Raúl Castro. Segundo a ONU, Cuba é um dos países melhor preparados para enfrentar desastres naturais.

O que se passou em Nova Orleães foi catastrófico. As autoridades não estavam preparadas e não souberam responder à grave situação que se seguiu. Entre pobres e ricos, sentiu-se uma diferença criminosa. Nos bairros pobres, havia gente a morrer à fome em casa alagadas. Gente que padecia de doenças e sem água potável. Houve quem considerasse que se estava a discriminar uma cidade habitada maioritariamente por negros. Seja como for, as verbas facilitadas por George Bush foram ridículas para quem enterrou milhões na invasão do Afeganistão e do Iraque. Aos Estados Unidos, nesses dias, caiu-lhes o cenário que deixou à vista os bastidores de miséria que sempre tentaram esconder.

Viva Cuba socialista!

2 comentários:

Fernando Samuel disse...

Magnífica abordagem do tema (que eu também abordei)

Um abraço.

Pedro Bala disse...

Sim, também uma abordagem útil para se compreender que também na tragédia há diferenças de classe. Como em tudo na vida.

Abraço