Desde que o blogue Rádio Moscovo lançou a sua primeira emissão, em Abril, destacando o papel da emissora soviética na luta contra o imperialismo e pelo socialismo, já ultrapassou as 2500 visitas e as 4500 visualizações. Sem qualquer pretenciosismo, pretende-se continuar a dar um contributo para a luta e para romper o bloqueio informativo dos meios de comunicação social da classe dominante.
Durante a II Guerra Mundial, a Rádio Moscovo emitia em 21 línguas, entre as quais a alemã. Transmitir para a Alemanha assumia uma importância especial. Naquele tempo, a transmissão alemã havia adquirido uma experiência considerável. A primeira emissão para um país estrangeiro ocorreu a 29 de Outubro de 1929 e foi em alemão. Nos anos anteriores, a Rádio Moscovo já tinha uma larga audiência na Alemanha e mesmo depois da chegada de Hitler ao poder a voz da Rádio Moscovo continuou a chegar. Isto apesar dos esforços do nazismo para calar as suas emissões e para prender os seus ouvintes.
As emissões a partir de Moscovo transmitiam acerca da vida na União Soviética e sobre assuntos internacionais como a Guerra Civil em Espanha e o movimento antifascista. Nos seus programas, apareciam alemães antifascistas e intelectuais que abandonaram a Alemanha para viver na URSS. Depois da invasão, o serviço alemão da Rádio Moscovo, como as outras secções, foi rápido a reorganizar o seu trabalho sob as novas condições. Os emigrantes alemães passaram a aparecer ainda mais nas emissões com o objectivo de consciencializar a audiência da necessidade do combate antifascista. Apelavam à resistência. E o poeta alemão Johannes Becher fez o apelo: "Nenhum apoio à guerra estúpida e sangrenta".
A elite hitleriana odiava a Rádio Moscovo. Um mês depois da guerra ter rebentado na União Soviética, Goebbels disse em Berlim: "Hoje, a Rádio Moscovo vai calar-se". Nesse dia, os nazis bombardeavam Moscovo e uma das bombas caiu junto da emissora soviética, situada na capital. Mas a bomba não explodiu. Depois do ataque, os serviços radiofónicos foram transferidos temporariamente para outro edifício. Mas as emissões nunca pararam, nem por um minuto. "Ouvir a Rádio Moscovo era particularmente importante durante a II Guerra Mundial porque oferecia uma importante informação para a nossa luta contra o fascismo e a guerra", escreveu Rolf Agsten, um residente de Erfurt, na Alemanha. Era a "voz da verdade".
Nesses terríveis anos, as emissões ganharam grande popularidade em Itália. A audiência italiana queria saber a verdade sobre a situação na frente, sobre o destino dos corpos expedicionários deste país que combatiam na União Soviética. E depois da Batalha de Estalinegrado, a Rádio Moscovo lançou uma série de programas denunciando as mentiras da propaganda de Hitler e trazendo a verdade sobre a batalha que marcou uma viragem na guerra.
Mas o serviço italiano da Rádio Moscovo surgiu logo nos primeiros dias da guerra com programas regulares com a participação dos dirigentes exilados do Partido Comunista Italiano Palmiro Togliatti e Ruggiero Grieco. A 27 de Julho de 1941, comentando um comunicado de Mussolini de que a Itália estava também em guerra com a União Soviética, Togliatti desmascarou a aventura criminal do regime nazi. Disse que a Itália não seria forte ou respeitada enquanto o seu povo não derrotasse o fascismo. Concluiu que todos os italianos que amavam o seu país não podiam senão desejar a vitória do povo soviético.
Ruggiero Grieco, falando sob o pseudónimo de Garlanidi, emitia de Moscovo nas mais difíceis condições que proporcionava a Grande Guerra Patriótica. Quando regressou a casa, depois do fim da guerra, escreveu um livro chamado "A defesa heróica de Moscovo" que descrevia os dias horríveis de Outubro de 1941, quando o inimigo cercou a capital. "Na noite de 15 para 16 de Outubro chegou uma ordem para mudar o serviço de Moscovo para Kuibyshev. Ficou apenas um número muito reduzido de jornalistas. Eu era o único italiano na redacção moscovita. O dia 16 de Outubro foi um dia inesquecível, um dia triste. O silêncio na sede da Rádio Moscovo era esmagador. Pela tarde, depois de ouvir uma interferência na rádio, a partir de Roma, que confidenciava que Moscovo estava prestes a cair nas mãos dos nazis, fui para o estúdio e sentei-me em frente ao microfone e senti o ressurgimento da energia: "Daqui, Rádio Moscovo!"
Quando se deu a primeira derrota dos nazis perto de Moscovo, a notícia chegou rapidamente aos ouvintes italianos, entre eles os guerrilheiros da Resistência Italiana, os operários das fábricas de Turim e de Milão, ocupadas pelos alemães. Os programas da Rádio Moscovo foram gravados, transcritos, impressos e distribuídos entre os antifascistas. O povo italiano estava a descobrir a verdade sobre a situação no seu país e sobre o fascismo.
Artigo completo em Voz da Rússia
2 comentários:
Também aqui, em Portugal, a Rádio Moscovo, ouvida com mil cuidados, era um incentivo à luta contra o fascismo.
Um abraço.
Sim, uma matéria que também será tratada aqui. Abraço.
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