segunda-feira, 27 de julho de 2009

FARC, a desculpa para tudo

Depois da decisão do governo colombiano de aceitar a transferência da maior base norte-americana na América Latina, a Base de Manta, no Equador, para o seu território, Álvaro Uribe dispara em todas as direcções. O repúdio geral que recebeu a sua decisão, tanto a nível interno como a nível externo, não só o enfraqueceu como o fez resgatar o já velho truque do computador de Raúl Reyes. Mas com novos artigos ilusionistas.

Um vídeo, supostamente enviado por uma guerrilheira ao governo, mostrava o heróico comandante Mono Jojoy a declarar aos combatentes das FARC que a organização comunista havia apoiado financeiramente a campanha eleitoral de Rafael Correa no Equador. Como se um assunto tão delicado como este pudesse ser referido com esta ligeireza. Para além disso, sabe-se que a operação militar, apoiada pelos Estados Unidos e por Israel, que levou à libertação de Ingrid Betancourt e de outros soldados, teve sucesso devido à infiltração nas comunicações da guerrilha. A imitação perfeita das vozes de comandantes levou ao engano e à execução de uma falsa ordem de libertação dos presos. Sabe-se que a capacidade da inteligência dos Estados Unidos e de Israel é quase infinita face aos movimentos de resistência. Agora, é a vez de Álvaro Uribe acusar Hugo Chávez de armar as FARC com material anti-tanque e com lança-foguetes de fabricação sueca.

De qualquer forma, não se tratam de assuntos melindrosos. A Rádio Moscovo apoia as FARC-EP e, nesse sentido, aplaude aqueles que rompam a parede de silêncio e ajudem o povo colombiano a resistir ao fascismo e ao imperialismo. Mas não acreditamos que Hugo Chávez e Rafael Correa tenham relações com as FARC. Assim como não acreditamos na mentira que circula agora nas Honduras. Os militares dizem que o povo que resiste nas ruas ao golpe de Estado são financiados pelas FARC...

2 comentários:

André disse...

Realmente as Farc devem ter vários bancos, para financiarem essas acções todas.

Alguns vão contra-argumentar que traficam cocaína.

Mas que "terroristas" com tanto dinheiro, se calhar podem emprestar aos Estados unidos para ajudar a salvar alguns dos bancos falidos em troca de armas?

"Terroristas" - é levar uma maioria a aceitar o predomínio de uma minoria através do terror.

No contexto colombiano parece-me que trocaram os lados, os verdadeiros terroristas estão no Governo, financiados pelos cartéis de droga e pelos paramilitares.

90% das violações dos direitos humanos são por parte do Governo e dos paras.

Aproveito para saudar os presos do império, Rodrigo e Sónia!

Um povo tem direito à autodefesa quando um estado o agride e ameaça fisicamente a sua vida, desde 1948 que as oligarquias fazem isso na Colômbia. Desde 1964 que uma parte do povo defende-se com armas na mão! Glória às FARC-EP!

Anónimo disse...

A ofensiva imperialista,aliada as burguesias oligarquicas e narco-traficantes,está em curso Há muito tempo e só as resistências populares,tanto na Venezuela,como na Bolivia e agora nas Honduras, o têm impedido.
Mas que ninguém tenha dúvidas,que se não houver uma forte transformação nas estruturas económicas e militares e julgamento de todos os que conspiram contra o povo,o que não tem acontecido, mais cedo ou mais tarde novas situações aconteceram,a história está cheia de casos destes,particularmente e os mais violentos na América Central e do Sul.
A instalação das bases militares americanas na Colombia,não é apenas para combater as FARC,mas sim para control e preparação de novas tentativas na região.
Ao contrário dos DEMOCRATAS e de outras forças ditas revolucionárias, o imperialismo e a reacção não dormem em serviço.
Quanto as FARC,penso que nada justificou os seus Apelos a Paz e a Democracia:A.Uribe continua a ser o que sempre foi,um fascista e um narco-traficante,que não deixa os seus interesses de negócio e da classe que o sustenta, em mãos alheias,daí o seu apego ao poder.
As FARC só tem que continuar a luta para o qual se propôs e vem praticando,no entanto,para que esta se torne vitoriosa é necessário relançar e fazer crescer a luta proletária contra a burguesia e o capitalismo Colombiano.