domingo, 19 de julho de 2009

Revolução Sandinista foi há 30 anos


No dia 19 de Julho de 1979, o povo nicaraguense tomou o poder e derrubou a ditadura de Somoza. Esperamos que se abram novos caminhos e que aquele povo volte a arrebatar o poder aos mais poderosos fechando o avanço à social-democracia e restituindo ao sandinismo a dignidade que merece.

4 comentários:

Anónimo disse...

Devolver a dignidade ao Sandinismo,ou realizar a revolução proletária e construir o socialismo?
Sandino,apesar da sua luta contra o colonialismo espanhol,pela independência da Nicarágua,ele apenas representou os interesses da burguesia nacional emergente,(como Simon Bolivar,diga-se de passagem) etapa essa, hoje já ultrapassada.
Aliás a revolução Sandinista, pelo seu caracter pequeno burguês nacionalista,sempre foi uma revolução limitada e incosequente, não conseguiu ir mais além do que o derrube do ditador fascista Somoza e implementar uma "democracia" constitucional burguesa,que pouco mais tarde,pelas suas contradições acabou por ser derrotada e afastar os próprios "Sandinistas" do poder e ser "devolvida" as antigas classes dominantes.
No entanto não deixou de ser um processo revolucionário,importante,onde os comunistas muito tem por aprender,para que não se cometa de novo os mesmos erros.

Nota: a proposito de revoluções e de crises na esquerda,chamo a atenção dos amigos para lerem o último comentário,feito ao artigo "crise na esquerda italiana" escrito neste "blog"
um abraço

Pedro Bala disse...

Efectivamente, tens razão em tudo o que dizes mas houve uma época em que na Nicarágua se viviam ventos de progresso. A FSLN era uma força de tendência pequeno-burguesa mas com uma perspectiva bastante avançada para o que se vivia na época: defendia a libertação nacional e a reforma agrária. Hoje, não passa de um instrumento nas mãos de Daniel Ortega para iludir o povo e abraçar os interesses dos grandes grupos. Graças à FSLN e a Daniel Ortega, por exemplo, proibiu-se o aborto terapêutico, legal há muito tempo. O próprio vice-presidente da Nicarágua é, nem mais nem menos, que um dos líderes da Contra e um dos mais acérrimos neoliberais que afirma que nunca os empresários estiveram tão satisfeitos na Nicarágua como agora. Este é "reconciliação e unidade nacional" como vem no site do próprio governo nicaraguense.

Portanto, restituir ao sandinismo os seus princípios base (anti-imperialismo e reforma agrária) destronando a figura de Daniel Ortega e devolvendo-lhe o seu carácter popular não só dignificaria como constituiria um elemento de progresso face ao que se vive hoje na Nicarágua. Tendo em conta, naturalmente, que os nossos objectivos, como comunistas, vão muito para além disso.

André disse...

Deixo aqui a ligação ao hino da FSLN.

No vídeo mostra alguns dos heróis do povo nicaraguense!

http://www.youtube.com/watch?v=HYkp_CHyhXY

Já agora, também lembro o filme "Debaixo de Fogo", sobre o levantamento popular armado de 1979, já referido no Blog!

André disse...

Sobre a Nicarágua tenho mais dúvidas que tu Pedro.

Ortega é ainda hoje odiado pela classe alta nicaraguense chamam-lhe de tudo desde assassino, a filho da ....

Também é odiado nos Estados Unidos, é bom não esqueçer que quando ele voltou para a presidência muitos circulos Norte-americanos começaram a fazer pressões contra a Nicarágua.

A FSLN continua a ser um partido de massas, no entanto derivou para algo estranho, uma social democracia de tendência de esquerda (é assim que eu caracterizo).

Também pelo contacto (pouco) que vou tendo com a zona, Ortega transformou o Sandinismo numa espécie de Danielismo.

Muitos príncipios foram abandonados é verdade, o próprio Daniel hoje tem um vasto património.

Gostava de deixar ainda para terminar o louvor a um dirigente Sandinista que pouco se fala, Carlos Fonseca Amador (Fundador, com outros da FSLN) e Tomás Borge, ainda vivo dos últimos resistentes da fundação da FSLN!